Essa parte da retrospectiva vai falar dos últimos 3 anos, mas principalmente de 2005, quando terminou um ciclo: Camargo Aranha.
Foram 3 anos que se passaram muito rápido. Lembro como se fosse ontem que tivesse saído o resultado do vestibulinho, e eu estava lá, no lugar 266, esperando, com uma quase certeza, que eu tinha passado. E passei.
Pela colocação, estive no 1º M/F. Lembro também de como foram os primeiros dias de aula. No primeiro teve uma greve de ônibus, e eu tive de ir de metro com a minha mãe, porque não conhecia esse caminho. Chegando perto da escola, lembro que tinha um pessoal nos bares que gritava: “Óia mais um bixo ae!” ou “Vai ser zuado em bixo”. No segundo dia, que teve a aula mesmo, a 1º aula foi da Cibele. Inesquecível vê-la fazer o Oscar responder a chamada umas 50 vezes, tudo porque ele havia esquecido de responder quando devia.
A Cibele era má. Não chegava a ser uma professora ruim, mas não gostava dela no 1º semestre, talvez porque tenha sido meu único I no Camargo. O mais estranho, é que na 1º aula eu gostei do Rafael, da Patrícia, entre outros, mas no fim-do-ano eu os odiava. O Rafael porque era um filho da puta mesmo, um traíra. E a Patrícia porque no último dia de aula ela me resolveu dar um I que quase (ainda bem que ficou no quase) me ferrou.
Minha professora preferida foi a Irene, de matemática. Doidinha doidinha. Coio, como era chamada. Teve até um time que adotou esse nome para homenageá-la.
Ainda no 1º ano conheci pessoas maravilhosas. Algumas eram da minha sala, outras não. Leandro, Boni, Carol, Paula, enfim, toda a sala era legal, e quase toda ela jamais será esquecida. Adorei estar no 1ºM/F.
Mas aí os professores se sentiram ameaçados devido às panelinhas que se criaram, e resolveram mudar as salas, pensando que isso resolveria o “problema”. Puro engano...
Do F, fui para o B! Mudaram bem, admito. Meu “grupinho” ficou todo separado. Mas ninguém é de ferro, e ainda existiam os intervalos e os momentos antes e depois das aulas pra gente se encontrar.
Também tive aulas com uns professores... O Kazwo era o mais filho da puta de todos. Era um japonês baixinho que quase sempre estava cheirando a bêbado. Era pedófilo e safado também. Você só se dava bem se fosse mulher na aula dele, caso contrário... Lembro-me perfeitamente a pior aula dele. Estava eu no fundo da sala, a Mina a minha frente, chacoalhando uma caneta. Sem ninguém perceber, a caneta estourou, e foi tinta na parede e... na minha cara! Logo que percebi, fui falar com o japonês, e não é que o filho da mãe não queria me deixar sair pra limpar?! Enchi tanto o saco dele que ele falou que eu poderia sair “daqui a pouco”. Fui pra carteira, fiquei olhando com cara de assassino para ele, ele sentiu o medo na espinha (sim, ele também era um covarde) e então me deixou sair...
Também tive aula com uns professores demais! Dalmário, Tania... Aliás, da Tania lembro de uma história que demonstra o quão lesadinha era ela. A sala estava com uma brincadeira de virar as mochilas do avesso, e o Fernando, que queria ir no banheiro, resolveu então deixar a mochila com a Tania, para que ninguém a virasse. Não demorou 2 minutos da saída dele, a mala já havia sido pega, e estava quase totalmente virada. Terminado o “trabalho”, colocamos de volta, pertinho da Tania, e ela sequer percebeu o próprio Fernando retirando-a de lá, incrédulo. Teve também uma greve, tivemos que repor um monte de aulas, mas... não há muito o que falar sobre isso...
Também fiz novos amigos na sala, e mesmo fora dela, ou seja, panelinhas novas surgiram! Conheci a Luanda, o Mauá, a Mari, entre outros, que não esquecerei tão cedo. Também tinha os bixos, um ótimo passatempo!
Fui pro 3º ano, esse está ainda mais fresco na memória, afinal, foi ano passado! Continuei no B, mas algumas pessoas saíram da sala, outras entraram. A maior parte dos professores do 1º ano voltou a me dar aula. Patrícia e Marcos, por exemplo. Com a Patrícia, a história foi diferente da contada parágrafos acima. Passei o ano inteiro a odiando. Mas no final, principalmente depois do vestibular, passei a considerá-la minha melhor professora nos últimos 3 anos.
Sobre os companheiros de sala, não há palavras que os descrevam, mas pude conhecer melhor alguns, e não me arrependo disso. A Gazella, a Mina, o Max, a Dani, o Rato, a Xuxa, a Vanessa, enfim, muitas pessoas que não serão esquecidas tão cedo, algumas jamais. Também conheci muitas pessoas de outras salas que foram muito importantes para mim, e que se incluem no grupo dos que “jamais serão esquecidos”: Mancha, Nerd, Moska, Will, Heitor, e por aí vai.
Também há fatos para serem contados do 3º ano. São muitos, mas para não deixá-los de mãos vazias, pegarei o dia do show do Dirigível 160, a banda do Mário (que Mário?). Todo mundo chorando lá, e eu só vendo eles chorarem. O Amarelo o que chorou!!! Dava pra fazer um rio, hehehe. Foram poucos os que não se emocionaram. Também teve o já tradicional bilharzinho depois do dia. Dia seguinte também foi impagável ver o Frango e o Rato bêbados xavecando (sem sucesso, claro) duas minas, além de ver Max e Mina muito bêbados!
Sem contar que dá saudades de chegar segunda-feira e ouvir o Rato falando que foi no Kazebre e me chamando pra ir lá no fim-de-semana.
Também teve as 2 frases que eu soltei (ambas de humor negro) na aula da Patrícia. A última foi no último dia de aula, em plena prova, quando estava a sala inteira em conversa típica de prova. Até que a Patrícia disse que ia fazer alguma coisa, e o Breno, que estava ao meu lado, disse: “mancada professora”, ao que ele recebe, na lata, saindo da minha boca: “mancada é na sala ao lado, Breno”. Depois de ficar 5 minutos pensando, e enfim entender que eu me referi ao Tião, um professor que é manco, dá aula de Matemática, e cuja sala é ao lado da dela, a Patrícia me lançou um olhar que misturava vários pensamentos, entre os quais: “ele não era assim no 1º ano”, “Eduardo! Não acredito que você disse isso!” e “Como que uma alguém pode fazer uma piada dessas”, ela também tinha uma cara que estava segurando o riso, mas de qualquer jeito, só sei que depois eu não consegui mais me concentrar na prova, hehehe.
Há outras coisas que aconteceram no ciclo que merecem ser contadas aqui.
Eu posso dizer que fui um dos que mais viu a Marilda (diretora)! A vi umas 6 vezes! É né, vivia frequentando aquela parte da escola. Não que eu fosse mal aluno, mas é que eu tinha que ir na sala da Marly (algumas vezes na da irmã da Marly, a Suely) para marcar a tal da orientação vocacional.
Mas por que isso acontecia? Oras, porque quase sempre a Marly faltava! E lá ia eu e o Mauá marcar de novo. E ela faltava de novo, e lá ia nós marcar de novo. E assim sussetivamente. Mas não se enganem. Não foi tempo perdido. Do bolo, a gente ia pro bar, não pra beber, mas pra jogar bilhar. Eu aprendi a jogar bilhar enquanto estava no Camargo! No fim do 2º ano, quando algum professor faltou, eu fui lá no Sparion e joguei bilhar pela 1º vez! Mas o Mauá era novato, e aprendeu comigo (que orgulho!). No início a gente ia jogar bilhar pra esperar a OV, que era de noite, mas aí a gente começou a marcar de manhã, e sempre que ela faltava (o que aconteceu quase sempre) surgia a pergunta: “vamos jogar bilhar?”. Ficamos viciados. Tentamos levar outros ao vício, mas alguns foram, alguns não...
Além do companheiro de bilhar, também teve o companheiro de revolta. Sim, aquela carta que espalharam pela escola, foi o grande Moska que fez. Eu também fiz uma, séria, sem ironia nem nada, mas que foi entregue apenas para a Marly, Denise e Marilda (ou que era pra ser entregue, não sei se chegou até elas).
Também teve um professor maldito, corno, que até ganhou uma comunidade feita com muito carinho para ele. Moyses... O maldito me deu aula de biologia durante 2 anos, e de química no 2º, quer dizer, aula mesmo ele não deu nunca, porque ele não passa de um drogado que acha que consegue dar aula pra alguém, quando na verdade o melhor que ele faz na sala é conversar com o armário, e olha lá. Mas ele não merece mais do que um parágrafo.
Resumindo tudo: vou sentir muita saudade da ETE Prof. Camargo Aranha. Saudade de vestir aquela camiseta com aquele CA atrás, de toda segunda ouvir um “vamos no kasebre?”, da Terezinha saindo da sala toda aula pra comer uma banana, da Irene chamando todo mundo de Coio, de ir passear nas aulas de vários professores, de fazer uma baguncinha quando dentro da sala de outros professores, de ser chamado de “garoto” pela Joyce (isso porque ela estudou 3 anos comigo)...
Também, sempre que eu ver alguém dando uns pulinhos vou lembrar do Ricardo, sempre que eu passar em frente a um posto de gasolina vou lembrar do Max, sempre que eu ver uma pessoa muito estranha vou lembrar do Tiago, sempre que eu ver alguma notícia de Mauá vou lembrar do Luiz, sempre que eu ver o trailer do novo filme da Xuxa vou lembrar da Adriana, sempre que eu ouvir falar em algum rodeio vou lembrar do Lucas, sempre que tiver uma Copa ou Olimpíada na Alemanha vou lembrar do Jefferson, sempre que eu ver um traveco vou lembrar do outro Ricardo, sempre que eu ver um metaleiro muito poser (inclusive se estiver com camiseta do Nirvana) vou lembrar do Vinicius, sempre que eu ver um padre vou lembrar do Heitor, sempre que eu ver um cara tosco vou lembrar do Renato, sempre que eu ver comédias de negros vou lembrar do Bruno, sempre que eu...
3 comentários:
Obrigado por me citar.
¬¬
Cara tosco? =P
Sobre a carta de revolta do Moska, eu me orgulho em ter contribuído com 50 centavos, pra tirar cópias...
Eu sou uma pessoa muito estranha?? :p
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