Decreto Declaratório 1
Na quinta-feira da semana passada, último dia do 5º mês do ano, dois importantes fatos agitaram a vida da Universidade e da sociedade como um todo. O primeiro deles, e talvez o mais importante, foi o Decreto Declaratório divulgado no Diário Oficial, em conjunto com uma carta dos Reitores da USP, da UNESP e da UNICAMP, que explica e faz pequenas alterações nos chamados Decretos do Serra, do início do ano.
A princípio, o Decreto Declaratório reestabelece a Autonomia Universitária, retirando, dos decretos anteriores, os artigos/incisos que transferem para a Secretaria de Ensino Superior funções administrativas e financeiras que devem ser das Universidades. Também retira o privilégio às "pesquisas operacionais" que as Universidades deveriam ter.
Até aí, está tudo okey. Porém, depois disso, pergunta-se:
1) Por que existe uma Secretaria que não manda nada? A Secretaria de Ensino Superior tinha como finalidade "cuidar" das Universidades, o que feria a Autonomia Universitária. Restaurada esta, a Secretaria fica sem nenhuma finalidade. Então, por que ela existe?
2) Por que o Ensino Público está distribuido em três Secretarias diferentes? O próprio tripé que mantém as Universidades está dividido em duas Secretarias! Por que as FATEC's, que oferecem Ensino Superior, não estão na Secretaria de Ensino Superior? Por que não se junta tudo numa coisa só?
3) Pessoas que trabalham com Turismo tem capacidade para trabalhar com Universidades? É importante ressaltar que a Secretaria de Ensino Superior surgiu com a mudança de nome da Secretaria de Turismo, e que, quem trabalha lá, é quem trabalhava antes. Isso não soa bem pra mim, e pra você?
Também é interessante lembrar que este Decreto foi publicado no mesmo dia em que yum grande ato estava marcado. Seria ele uma forma de tentar atingir o Movimento Estudantil?
Ato Contra os Decretos
Quinta-feira foi um dia atípico no IAG: as aulas já tinham sido suspensas no dia anterior, e uma Assembléia Geral, entre funcionários, professores e estudantes estava marcada para a manhã. E lá estavam os funcionários, os estudantes e alguns professores.
Com vinte minutos de atraso, a Profa. Rosmeri deu início à Assembléia, que fora marcada para que pudesse ser discutida a participação do Instituto no ato que aconteceria mais tarde. Antes disso, chegou a diretora do Instituto, que discutiu um pouco com a Profa. Rosmeri e com alguns alunos. Em seguida, ficou combinado que nessa semana aconteceria uma reunião entre os professores do Instituto para que uma posição perante a greve fosse tomada.
Saímos da Assembléia e fomos em passeata até a Reitoria ocupada nos juntar ao protesto. Foi aí que aconteceu o fato inacreditável Nº 1: os alunos, funcionários e professores do IAG, cerca de 100, FECHARAM a rua atrás do Instituto, que é razoavelmente movimentada. Alguns carros, em atos de total descontrole, pegaram a contramão para fugir do protesto.
Passeata que saiu do IAG.
Quando chegamos na Reitoria, chegamos exaltados, com o grito de guerra tradicional do Instituto: IA... Gêêê! E a “tia da greve” cometeu uma gafe muito feia: pensou que éramos da UNESP. Ah sim, tinha também um monte de jornalistas que tiraram fotos da “multidão” que chegou fazendo barulho:
Foto retirada do site do Estadão, de uando chegamos na Reitoria Ocupada.
Foto retirada do site do UOL, de uando chegamos na Reitoria Ocupada.
Aí aconteceu o fato inacreditável Nº 2: quando a “tia da greve” chamou o pessoal que era da FFLCH, poucos se manifestaram, da ECA, poucos, do IAG: vários! Até parecia uma multidão!! E cerca de pouco mais que metade da comitiva inicial permaneceram na Reitoria até a hora em que o protesto começou. Durante esse tempo, fizemos duas faixas, lá dentro da Reitoria:
Uma das faixas feitas na Reitoria.
A outra das faixas feitas na Reitoria.
Chegada a hora do ato começar, acontece o fato inacreditável Nº 3: o IAG fez parte do ato, e com um número considerável de pessoas! Não só isso: éramos os mais animados de um ato que, quando saiu da Reitoria, tinha cerca de 10 mil pessoas. Para se ter uma idéia de quantas pessoas lá estavam: dava para dar uma volta nas rotatórias da USP e ainda ficaria gente de fora!
Infelizmente, nós temos um Governador totalmente intransigente, que não se importa com as causas sociais e com os protestos da população, e que prefere se proteger numa bolha e, para tal, bloqueou todo o acesso ao Palácio dos Bandeirantes, que era onde o ato pretendia terminar, com policiais. Isso gerou um enorme congestionamento, pois os estudantes, funcionários e professores ficaram presos numa das principais vias da cidade (Av. Eusébio Matoso).
Panorama da manifestação e dos policiais que protegeram o Serra...
E que causaram um enorme congestionamento na cidade.
Durante as 5 horas em que ficamos parados no meio da rua, sem que a polícia nos deixasse passar, deu tempo pra fazer muita coisa: tirar foto dos policiais, subir no carro de som, ver o choque saindo de um lugar para chegar em outro, ver mais policiais chegando, ver um ônibus com letreiro Estação da Luz ficar parado e se esvaziar em todo esse tempo, comer pastel, conversar, dançar ao som da Bateria Alcalina, entre outros.
Infelizmente, o protesto não conseguiu nada. Voltamos em marcha até a Reitoria, onde aconteceu o fato inacreditável Nº 4: o IAG causou a ponto de ficar na frente da faixa principal do protesto. E também foi inacreditável que bastante gente do Instituto ficou até o fim do ato frustado! Palmas para nós!!!
A ocupação continua. A greve continua. Semana que vem o IAG deve decidir de uma vez por todas se entra ou não em greve. Mais algumas fotos do ato:
Um dos manifestantes trouxe o bom humor e a caricatura do Governador.
Bastante gente do IAG compareceu à manifestação! (Foto tirada sobre o carro de som.)
Bastante gente do IAG compareceu à manifestação! (Foto tirada sobre o carro de som.)
Comente!
Na quinta-feira da semana passada, último dia do 5º mês do ano, dois importantes fatos agitaram a vida da Universidade e da sociedade como um todo. O primeiro deles, e talvez o mais importante, foi o Decreto Declaratório divulgado no Diário Oficial, em conjunto com uma carta dos Reitores da USP, da UNESP e da UNICAMP, que explica e faz pequenas alterações nos chamados Decretos do Serra, do início do ano.
A princípio, o Decreto Declaratório reestabelece a Autonomia Universitária, retirando, dos decretos anteriores, os artigos/incisos que transferem para a Secretaria de Ensino Superior funções administrativas e financeiras que devem ser das Universidades. Também retira o privilégio às "pesquisas operacionais" que as Universidades deveriam ter.
Até aí, está tudo okey. Porém, depois disso, pergunta-se:
1) Por que existe uma Secretaria que não manda nada? A Secretaria de Ensino Superior tinha como finalidade "cuidar" das Universidades, o que feria a Autonomia Universitária. Restaurada esta, a Secretaria fica sem nenhuma finalidade. Então, por que ela existe?
2) Por que o Ensino Público está distribuido em três Secretarias diferentes? O próprio tripé que mantém as Universidades está dividido em duas Secretarias! Por que as FATEC's, que oferecem Ensino Superior, não estão na Secretaria de Ensino Superior? Por que não se junta tudo numa coisa só?
3) Pessoas que trabalham com Turismo tem capacidade para trabalhar com Universidades? É importante ressaltar que a Secretaria de Ensino Superior surgiu com a mudança de nome da Secretaria de Turismo, e que, quem trabalha lá, é quem trabalhava antes. Isso não soa bem pra mim, e pra você?
Também é interessante lembrar que este Decreto foi publicado no mesmo dia em que yum grande ato estava marcado. Seria ele uma forma de tentar atingir o Movimento Estudantil?
Ato Contra os Decretos
Quinta-feira foi um dia atípico no IAG: as aulas já tinham sido suspensas no dia anterior, e uma Assembléia Geral, entre funcionários, professores e estudantes estava marcada para a manhã. E lá estavam os funcionários, os estudantes e alguns professores.
Com vinte minutos de atraso, a Profa. Rosmeri deu início à Assembléia, que fora marcada para que pudesse ser discutida a participação do Instituto no ato que aconteceria mais tarde. Antes disso, chegou a diretora do Instituto, que discutiu um pouco com a Profa. Rosmeri e com alguns alunos. Em seguida, ficou combinado que nessa semana aconteceria uma reunião entre os professores do Instituto para que uma posição perante a greve fosse tomada.
Saímos da Assembléia e fomos em passeata até a Reitoria ocupada nos juntar ao protesto. Foi aí que aconteceu o fato inacreditável Nº 1: os alunos, funcionários e professores do IAG, cerca de 100, FECHARAM a rua atrás do Instituto, que é razoavelmente movimentada. Alguns carros, em atos de total descontrole, pegaram a contramão para fugir do protesto.
Passeata que saiu do IAG.
Quando chegamos na Reitoria, chegamos exaltados, com o grito de guerra tradicional do Instituto: IA... Gêêê! E a “tia da greve” cometeu uma gafe muito feia: pensou que éramos da UNESP. Ah sim, tinha também um monte de jornalistas que tiraram fotos da “multidão” que chegou fazendo barulho:
Foto retirada do site do Estadão, de uando chegamos na Reitoria Ocupada.
Foto retirada do site do UOL, de uando chegamos na Reitoria Ocupada.
Aí aconteceu o fato inacreditável Nº 2: quando a “tia da greve” chamou o pessoal que era da FFLCH, poucos se manifestaram, da ECA, poucos, do IAG: vários! Até parecia uma multidão!! E cerca de pouco mais que metade da comitiva inicial permaneceram na Reitoria até a hora em que o protesto começou. Durante esse tempo, fizemos duas faixas, lá dentro da Reitoria:
Uma das faixas feitas na Reitoria.
A outra das faixas feitas na Reitoria.
Chegada a hora do ato começar, acontece o fato inacreditável Nº 3: o IAG fez parte do ato, e com um número considerável de pessoas! Não só isso: éramos os mais animados de um ato que, quando saiu da Reitoria, tinha cerca de 10 mil pessoas. Para se ter uma idéia de quantas pessoas lá estavam: dava para dar uma volta nas rotatórias da USP e ainda ficaria gente de fora!
Infelizmente, nós temos um Governador totalmente intransigente, que não se importa com as causas sociais e com os protestos da população, e que prefere se proteger numa bolha e, para tal, bloqueou todo o acesso ao Palácio dos Bandeirantes, que era onde o ato pretendia terminar, com policiais. Isso gerou um enorme congestionamento, pois os estudantes, funcionários e professores ficaram presos numa das principais vias da cidade (Av. Eusébio Matoso).
Panorama da manifestação e dos policiais que protegeram o Serra...
E que causaram um enorme congestionamento na cidade.
Durante as 5 horas em que ficamos parados no meio da rua, sem que a polícia nos deixasse passar, deu tempo pra fazer muita coisa: tirar foto dos policiais, subir no carro de som, ver o choque saindo de um lugar para chegar em outro, ver mais policiais chegando, ver um ônibus com letreiro Estação da Luz ficar parado e se esvaziar em todo esse tempo, comer pastel, conversar, dançar ao som da Bateria Alcalina, entre outros.
Infelizmente, o protesto não conseguiu nada. Voltamos em marcha até a Reitoria, onde aconteceu o fato inacreditável Nº 4: o IAG causou a ponto de ficar na frente da faixa principal do protesto. E também foi inacreditável que bastante gente do Instituto ficou até o fim do ato frustado! Palmas para nós!!!
A ocupação continua. A greve continua. Semana que vem o IAG deve decidir de uma vez por todas se entra ou não em greve. Mais algumas fotos do ato:
Um dos manifestantes trouxe o bom humor e a caricatura do Governador.
Bastante gente do IAG compareceu à manifestação! (Foto tirada sobre o carro de som.)
Bastante gente do IAG compareceu à manifestação! (Foto tirada sobre o carro de som.)
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2 comentários:
- Jornalista?
Cara, foi um dos poucos[pouquissimos para nao dizer o unico]texto que li falando sobre essa greve, que me deixou bem esclarecido sobre o assunto, o porque tal...
e me vem um "W. bonner" da vida falando merda! ninguem merece!
falar verdade to até com um pouco de inveja de você, sempre tive vontade de participar de algo que fizesse a diferença...
foto: caso aparte! mt boas! e vc mo cara de lider revolucionario *_*
é...
quer um mundo melhor comece de si msmo!
e oque nao eh imortal nao morre no final[eu tinha q encerrar com alguma merda uahsuha]
flow ae abração!
Oi, Edu! Estou aqui para comentar seu Blog e dizer que ele está muito legal! O texto sobre a Autonomia Universitária está perfeito. Realmente foi histórico o IAG participar desta manifestação, ainda mais com a quantidade de pessoas que foi lá. Também vou te confessar, rs, roubei umas fotinhos suas, ok? Hehehehe... Beijos, te cuida!
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