Meteorologia: Previsão 2009/001

Quarto ano fazendo meteorologia e, finalmente, uma previsão feita inteiramente por mim, sem consulta nenhuma a sites com previsão pronta, apenas olhando modelos e imagens de satélite. A partir de agora, haverá um espaço maior dedicado à meteorologia neste endereço, como a postagens de previsões (por isso a numeração no título do post).

Antes de começar a previsão, ressalto que a intenção aqui não é a de explicar os termos técnicos utilizados, ou seja, talvez nem todo o texto esteja entendível, mas que, mesmo assim, estará simples a leitura de "vai chover" e "não vai chover", que, para o público em geral, é o importante. Uma avaliação dessa previsão será feita por mim nos comentários alguns dias depois da data para a qual a previsão foi feita, mas você, leitor, també é livre para fazer comentários sobre o acerto ou erro da previsão (isso até me auxilia).

A previsão foi feita para domingo, dia 29/03/2009. O modelo utilizado foi o MRF, e a rodada foi a de quinta-feira a noite, ou seja, é como se o modelo fizesse essa previsão na quinta a noite para o domingo (três dias de antecedência). Além dessa limitação tmeporal, há outras limitações: alguns campos importantes, como o de pressão no nível de 850hPa, não foram usados. Para a previsão, foram utilizados os campos de pressão ao nível médio do mar, vento em 10m, em 850hPa e em 200hPa, altura geopotencial em 500hPa, temperatura máxima e convergência em 200hPa, todos dispostos na figura abaixo.

Na primeira figura, podemos notar uma uma leve baixa formada sobre o Espírito Santo, o que, junto com o aumento de umidade do oceano carregada pelos ventos no topo da alta sobre o Atlântico, gera instabilidade desde a costa do Sudeste até a Amazônia, provocando chuvas na região. No leste de São Paulo e sul de Minas, a previsão é de chuva forte, devido ao aquecimento local ao longo do dia.

Em altos níveis, um jato sobre Curitiba indica que há convergência em baixos níveis, o que sugere uma possibilidade de formação de nuvens ao longo do dia, que podem gerar chuvas esparsas na região (associadas à baixa de geopotencial em 500hPa). Porém, em nenhuma dessas regiões há uma massa de ar frio associada, ou seja, não haverá queda nas temperaturas.

No norte do Nordeste, ainda há bastante influência da Zona de Convergência Inter-Tropical, gerando chuvas ao final da tarde devido aos intensificados ventos de nordeste. Na região amazônica, há bastante instabilidade gerada pela própria combinação de calor e umidade da floresta da região, o que nos leva a supor que haverá chuvas ao final da tarde na região.

Para registro, nota-se o jato subtropical sobre o centro da Argentina, e uma leve baixa no noroeste do mesmo país, porém, a tendência éque o tempo continue estável na região, sem nenhuma passagem de frente fria.