2 de fevereiro de 2006

O show do ano!

Essa é a última parte da retrospectiva. Talvez a parte que mais fale de 2005, porque o show do ano começou em janeiro, jamais terminou, e teve seu ápice 60 dias atrás.

Era férias, não havia nada pra fazer, com exceção do Orkut, que trazia uma certa diversão numa época em que ele ainda funcionava. Foi então que passeando por ele, entrei na comunidade Pearl Jam, e vi lá um tópico: “Tá bom! Vamos trazer o Pearl jam para o Brasil!”. Entrei na hora.
Já tinha umas respostas lá, algumas sem noção, mas algumas pertinentes. Era a hora de agir!

Quatro pessoas foram as que mais participaram na discussão. Fazer um abaixo-assinado apenas manual foi a 1º idéia. Alguém coletava no Norte, alguém no Sul, e por aí vai. Mas a idéia não andava pra frente, e enquanto isso discutiamos fazer um virtual também. Uma das 4, aquela que estudava na USP à época, deu o 1º passo: fez o texto. Mandou aos outros que disseram: está ótimo. E estava.

O 2º passo foi fazer a revisão, e o 3º veio logo logo: colocar num site que recolhe assinaturas. Todo esse processo durou 3 meses. E no dia 16 de março de 2005, a 1º fase (fase da criação) estava completa. O abaixo-assinado estava num site recebendo assinaturas. Fui o número 13.

Assinaturas vieram, mas não de graça. O trabalho de divulgação foi árduo. Scrap por scrap para todos da maior comunidade do Pearl Jam a época, e planos eram traçados para continuar o projeto. Tivemos ajuda do Restless Soul (Fã Clube Brasileiro) que ajudou a divulgar, e ainda enviou frequentemente carta para rádios de Seattle, terra natal da banda, falarem sobre a empreitada, e lembrarem a banda que nós existíamos.

E a 2º fase, a fase da divulgação, continuou. Sem nenhuma ajuda de emissora de TV nem de rádio, que não ajudaram em absolutamente nada na divulgação. Pelo contrário, uma emissora de rádio da cidade de S. Paulo ainda nos esculachava quase que diariamente. Mas fomos fortes, divulgamos, angariamos assinaturas, e conseguimos, após 3 meses, 4462 assinaturas, todas pedindo em uníssono: Tragam Pearl Jam para o Brasil!

Em maio, ou junho, eu tive um sonho. Eu estava num show do Pearl Jam. Lembro-me do sonho perfeitamente. Eu estava na pista, e o palco era num andar um pouco mais abaixo, num local fechado, pequeno, semelhante (porém menor) que a praça central do Shop. Analia Franco. E eu não só via o show, como, durante um break entre as músicas, eu comecei a conversar com o Eddie Vedder! Foi incrível!

E no início de Agosto, o sonho começou a se tornar realidade mesmo. Começou o que eu chamo de fase 3, a fase da espera. No site oficial da banda (ou site do 10 Club, como preferirem) uma música começou a tocar. Era Garota de Ipanema, na famosa versão de João Gilberto.

Rumores surgiam, cresciam! E a espera continuava. Entrava dia, saía dia, e continuava a tocar Garota de Ipanema no site, e nada de notícia. 15 dias depois, sai um Rumor Pit (algo como se fosse a banda respondendo os rumores existentes). Estava lá: Vocês vão fazer shows na Am. Latina? Talvez. Haverá, caso vocês façam esse show, vantagens para membros do 10 Club? Estamos trabalhando exatamente nessa cláusula.

Estava lá, claro: eles estavam vindo. Só no mês após começar a tocar a música, a petição teve mais de 2200 assinaturas, o que totalizou, em 16 de setembro, 7136 assinaturas! Um número impressionante!!!
E no dia 2 de setembro, no site oficial, sai a seguinte notícia: "Nós escutamos o seus persistentes e apaixonados pedidos para que o Pearl Jam visitasse o hemisfério sul...nós não podemos aguentar mais e estamos muito contentes de anunciar que o Pearl Jam está indo à América do Sul!!! Ole!"
E estava lá, as datas da tão esperada turne sul-americana!!

Aos poucos, também foram sendo anunciados os shows extras nos países onde já estavam a venda os ingressos (Argentina, Chile e Mëxico). Também, depois de um tempo, foi anunciada a banda de abertura, o grande Mudhoney, que apesar de Ter feito pouco sucesso, foi um dos geradores do grunge.

Mas de repente uma certa rádio fez um show no Pacaembu, e excedeu o horário máximo em 3 horas, e surgiu um careca maldito, que jamais deveria ter deixado de ser um acidente geográfico. Era o começo da 4º fase, a fase da luta. O nome desse careca é José Serra, e ele é prefeito de São Paulo.Ele proibiu o realizamento de shows no Estádio do Pacaembu, e, consequentemente, proibiu os shows do Pearl Jam. Pra piorar, ainda tinha a outra bixa, o sr. Fernando Altério, que deu piti e chegou a dizer que mudaria o show de cidade caso o prefeito não recuasse.

É óbvio que os fãs não ficariam quietos, e um dia após a notícia, estávamos lá, um grupinho de 50 pessoas, em frente a Prefeitura, protestando, pedindo para que o Serra voltasse atrás. E dá-lhe espera na gente. Foi quase um mês esperando a liberação do estádio! Aconteceu, mas aí o Altério deu outro piti, e falou que não tinha nada confirmado.

Até que Lucio Ribeiro, antes de todos os outros, diz: está tudo confirmado! Pearl Jam dias 2 e 3 no Estádio Do Pacaembu! Foi chamado de lunático, por pessoas que tiveram de se curvarpouco tempo depois: ele estava certo.
Os ingressos começaram a ser vendidos na quarta-feira, dia 26 de outubro de 2005. Eu estive lá, no Pacaembu, as 11:00, comprando o meu.

Durante esse tempo, também foi criada uma petição, que recebeu muitas assinaturas, pedindo a liberação do estádio. Também criei a comunidade para os que participaram dessa empreitada. Ela estava com essa foto:


Então veio a 5º fase, a fase da degustação. Ouvir Pearl Jam todo dia e não conversar sobre outra coisa enquanto o show não vinha. Até que chegou o dia. Dia 3 de dezembro, pra terminar uma semana muito boa!

Cheguei as 9 horas no Pacaembu, e lá encontrei o pessoal da manifestação. Os primeiros da fila. É verdade que tinha uma neguinha muito vaca atrás da gente que não parou de encher o saco, mas nada que não fosse resolvido com um belo dum tapão (é bem verdade que a gente acabou denxando ela passar na nossa frente pra deixar a gente em paz, mas tudo bem). O pessoal fez pirâmide humana, rolou uma bebidinha antes, bem legal. Chegou as 15:00, e foram abertos os portões. Nunca corri tanto na minha vida!

E fiquei pertinho do palco!!! Tinha apenas 4 pessoas na minha frente. E nada de entrar Mudhoney no palco... A gente tentava passar o tempo, brincando e talz, até teve um cara que resolveu fazer pipi lá no meio da galera!!! Ainda bem que não foi em mim. As tiazinha era bem legal, dava copinho com água pra gente refrescar. Aí 18:15 começa o espetáculo. Surge no palco o Mudhoney!!!

Uma hora depois, começa o show mais foda que São Paulo já viu: entram no palco Eddie Vedder, Stone Gossard, Mike McCready, Matt Cameron, Jeff Ament e Boom Gaspar, e o show começa.

Breakerfall abre o set, seguida de Corduroy, e mais um batalhão de músicas que agrada a todos que lá estão. Terminaram o 1º set com Do The Evolution, pro pessoal pirar de vez. Depois de um rápido descanso, voltaram com a belíssima cover dos Beatles You’ve Got To Hide Your Love Away, seguida da também belíssima Better Man. Depois veio Black e eles fecharam o 1º bis com Kick Out The Jams, com participação do Mudhoney. No 2º bis, tocaram Alive e Rockin’ In The Free World, que fechou o show.
Em Alive, Eddie Vedder e Stone Gossard foram lá no meio da platéia!!!

O show foi lindo. O Eddie é muuuuuito carismático, a banda toca bem. Foi perfeito!
Depois desse dia, eu não posso mais ouvir Black sem chorar, porque ela me lembra o show. Ela é a sintesedo que foi toda essa história que eu contei pra vocês, além de também me lembrar sobre o post anterior.
O show foi perfeito, e eu espero que eles venham de novo.

Ah, essa é a foto é a que eu coloquei na comunidade, e também fiz uma camiseta com ela. Ficou super legal!


A Bandeirantes transmitiu o show no dia 25 de dezembro, e eu apareço num trecho de Animal. Para quem quiser, tem vários lugares na net onde dá pra baixar o vídeo.

Viva Pearl Jam!!! O melhor show do ano!!!!

Um comentário:

Santo disse...

é a ultima vez que voce fala do show do pearl jam no seu blog?

ou ainda vai haver mais topicos sobre esse show? =P

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