31 de janeiro de 2008

Retrospectiva 2007 (5 de 5): Os 10 Principais Fatos

Esse ano, o post que fechará a Retrospective será o de fatos. Como você já sabe (ou não), os critérios para fatos são sua importância para mim, ou seja, podem ser fatos pessoais (poucos nessa retrospectiva), podem ser fatos da cidade de São Paulo, do país ou até fatos mundiais que afetam o mundo inteiro.

Selecionei 12 fatos: cratera do Metrô de São Paulo, volta do Led Zeppelin, Benazir Butto, Brasil em pânico, crise corinthiana, crise nas universidades, I Open Brasil de Balonismo, casos de corrupção, Chávez, Renan Calheiros, roubo do MASP e Virada Cultural. Os 10 principais foram:

10 – Chávez
O presidente venezuelano enfrentou um ano de duras críticas na imprensa manipuladora internacional, e, num plebiscito totalmente democrático, perdeu, algo inédito até então.

9 – Mais casos de corrupção no Congresso Nacional
Veio o mensalão, veio o mensalinho, alguns se foram, outros continuaram e alguns até já voltaram, mas o que não saiu de lá foi a sistemática corrupção que assola os dirigentes deste país desde que ele foi fundado.

8 – Roubo ao Museu de Arte de São Paulo
Em pouquíssimos minutos, três ladrões levaram do principal museu do país duas obras raríssimas e extremamente valiosas (tanto culturalmente como monetariamente). Isso só escancara o descaso existente pela cultura aqui no país.

7 – Virada Cultural
Dois dias de festa! Foram mais de 300 atrações que levaram mais de uma centena de milhares de pessoas para as ruas para, por mais de 24 horas, celebrar a cultura, se divertir. Destaque para os shows do Teatro Mágico, que reuniu mais de 40 mil pessoas, de Zelia Duncan e vários outros. O ponto negativa foi a cobertura da “imprensa do medo”, que deu atenção apenas para o único problema ocorrido no evento.

6 – Acidente nas obras da Linha 4 do Metrô de São Paulo
Já faz mais de um ano que o descuido das autoridades públicas em relação à construção de uma das maiores obras da cidade de São Paulo utilizando dinheiro público se tornou público e matou 7 pessoas. O consórcio que administra as obras usa material de baixa qualidade, mais barato, para construir, e, depois de muitas gambiarras mal feitas, sempre visando lucro, conseguiram o maior acidente do Metrô da cidade: uma enorme cratera. E o senhor governador, que desapareceu no dia, o que fez? Nada.

5 – As malas de Renan
Ele não precisou usar cueca para conseguir a façanha de ter 5 pedidos de cassação em menos de um ano! Foi pura roubalheira tradicional mesmo, utilizando malas, cartões e até objetos mais avançados do que cuecas que transportam dólares. A cada semana que se passava, novas denúncias contra ele iam surgindo. Mas a corruptibilidade nas duas tigelas desenhadas por Oscar Niemeyer é tão grande que ele se safou de todos os processos até agora e continua lá, corruptando, usando seu cargo público em favor próprio.

4 – I Open Brasil de Balonismo
Um dos maiores eventos de balonismo do país teve sua primeira edição em junho do ano passado, em Rio Claro: o I Open Brasil de Balonismo. O evento, no qual trabalhei como fiscal de prova, foi um dos mais organizados, um dos mais elogiados e terminou com a vitória do grande Sacha Heim! O campeonato teve uma ótima equipe de meteorologia, todos do IAG, além da participação de várias pessoas que amam o esporte, e da organização da grande Gabi! Em 2008 tem mais!

3 – Led Zeppelin se reune
Aconteceu no último mês do ano algo histórico e esplendoroso: uma das maiores bandas de rock, o Led Zeppelin, se reuniu para fazer mais uma apresentação ao vivo. Tocaram por 2 horas e meia os clássicos da banda, com a mesma maestria de há 30 anos atrás, com a mesma boa sonoridade e com a mesma paixão ao tocar os instrumentos. Enfim, mesmo velhos, eles ainda são bastante rock’n’roll e merecem toda essa babação de ovo, já vista há 3 posts. Pena que num foi aqui...

2 – Ataques à autonomia universitária
Era 1º de Janeiro e o Exmo. Governador José Serra já mostrava a que veio: com 5 decretos, burocratizou, atacou, espancou e quase vendeu as 3 universidades estaduais paulistas (que estão entre as melhores universidades do país!) Ainda no primeiro semestre, veio a reação: depois de levarem um cano da reitora Suely Vilela, a Reitoria da USP foi invadida, funcionários, professores e estudantes entraram em greve e fizeram atos contra os decretos e por algumas outras reivindicações. O Governador recuou, mas, infelizmente, o movimento esfriou, e o recuo foi insuficiente. Foi o primeiro passo rumo à privatização do Ensino Superior. Fiquemos espertos, pois eles tentarão de novo!

1 – Ão ão ão, segunda divisão!
Incontestavelmente, o fato do ano. Não tem pessoa que não saiba, pode morar em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Oiapoque, no Chuí, ou no Acre. Não tem pessoa que não tenha sido afetada emocionalmente pela notícia: seja positivamente, ficando feliz, seja negativamente, ficando triste. Não existe ser no mundo que não saiba que o Corinthians, depois de sofrer durante o ano todo com denúncias de lavagem de dinheiro, de aparecer nas páginas policiais, depois de ver seu presidente por 13 anos renunciar e até ser preso, depois de ver seus investimentos secarem, depois de adquirir dívidas que chegam à casa dos 5 zeros, depois de ver um time mal preparado, uma equipe que só tinha um goleiro, depois de tudo isso, ver o segundo maior clube do país, o que mais move torcidas (seja a favor ou contra), cair para a 2º divisão. Pois é, a queda do Timão foi o fato do ano.

30 de janeiro de 2008

Retrospectiva 2007 (4 de 5): Os 10 Melhores Filmes

A indústria do cinema produziu bons filmes no ano passado, e, dentre todos eles, eu assisti 20 (mas pouquíssimos foram nos cinemas). Chegou a hora de, entre os 20 da lista abaixo, escolher os 10 melhores e o pior (o pior foi fácil...)

Eis os filmes que assisti: A Conquista da Honra, A Lenda de Beowulf, As Férias de Mr. Bean, Borat, Cartas de Iwo Jima, Deu a Louca em Hollywood, Harry Potter e a Ordem da Fênix, Homem-Aranha 3, Mais Estranho que a Ficção, Número 23, Os Simpsons – O Filme, Piratas do Caribe – No Fim do Mundo, Planeta Terror, Reine Sobre Mim, Shrek Terceiro, Transformers, Treze Homens e Um Novo Segredo, Tropa de Elite, Uma Noite no Museu, Zodíaco.

Nesse ano, a lista tem uma novidade: escolherei também o pior filme do ano! Agora, ao Top 10:

10 – Mais Estranho Que A Ficção
O filme tem uma história interessante e boas atuações, além de um fim bem interessante.

9 – Número 23
Uma excelente atuação de Jim Carrey e uma boa reviravolta no final do filme, além do clima de suspensem, fazem o ingresso valer a pena.

8 – Transformers
Uma das melhores adaptações de desenhos para o cinema, com direito a efeitos especiais espetaculares, que tornam as cenas bastante próximas do real.

7 – A Conquista da Honra
Neste filme, de Clint Eastwood, é mostrado, do lado americano, uma batalha numa ilha na Segunda Guerra Mundial. É dada ênfase na fraude promovida pelos chefões do exército estadunidense para angariar jovens para suas fileiras. Filme excelente!

6 – Zodíaco
Neste grandioso filme policial, é mostrado como foi o trabalho da polícia para desvendar uma série de enigmas deixados como pista para solucionar uma série de assassinatos. A complexibilidade dos enigmas e como o filme mostra isso são os méritos da obra. Muito bom.

5 – Borat
Filme divertidíssimo, que conta as aventuras do “segundo melhor repórter do glorioso país Casaquistão” pela América. É um pseudo-documentário (Borat é um personagem fictício), e o mais engraçado do filme é a sátira em cima de diferenças culturais entre a América do Norte e o Oriente Médio (além de satirizar individualmente ambos os costumes também).

4 – Cartas de Iwo Jima
Outro filme de Clint Eastwood sobre uma batalha numa ilha na Segunda Guerra Mundial nessa lista. Este filme, que mostra a mesma batalha vista no 7º lugar (A Conquista da Honra), mostra o lado japonês, que foi o lado derrotado. No filme, são mostradas as subcondições de sobrevivência dos soldados, do seu desespero por estarem em menor número e, também, de sua lealdade à pátria. Excelente filme de guerra.

3 – Planeta Terror
Filme de um dos maiores diretores que existem: o Tarantino, com um dos melhores produtores em atividade: Robert Rodriguez. Neste filme, de zumbis, de terror trash, uma vila (e, em seguida, o mundo inteiro) é assomada por uma doença viral que transforma todos em zumbis que querem comer carne humana. Há sátiras descaradas de filmes, como falhas grotescas propositais de enredo e coisas nojentas. Altamente recomendável, menos se estiver almoçando.

2 – Tropa de Elite
Um dos melhores filmes brasileiros de todos os tempos, escancara a violência policial sobre moradores das favelas, escancara o despreparo com que a classe média encara o assunto, escancara o poderio dos traficantes sobre a cidade e, porque não, sobre o país, e escancara como uma polícia corrupta aprimora ainda mais os problemas. Infelizmente, o filme não aponta para nenhuma solução que não a do Capitão Nascimento, e não escancara que o maior problema é a exclusão social e a falta de investimentos públicos decentes.

Pior filme do ano: Homem-Aranha 3: continuação horrível, roteiro fraco e enormes falhas em relação às HQ’s. Junte a isso atuações sofríveis, e aí você terá um filme um pouco melhor que Homem-Aranha 3.

1 – Os Simpsons – O Filme
O melhor filme do ano, quem diria, é de algo que podemos ver todos os dias na TV, e que já existe há 20 anos! O filme dos Simpsons foi uma das melhores adaptações de um desenho para as telonas: os personagens estão fiéis ao desenho, a história tem um bom ritmo, as piadas tem um ritmo alucinante, a animação está melhor do que nunca, e, se juntar a isso o fato de ser adaptação de um dos melhores desenhos já feitos pela humanidade, o filme se torna imbatível! Excelente filme! E, como diz a Meg no final (suas primeiras palavras): continuação?

Amanhã o final da Retrospectiva, confiram! E comentem! Quais os melhores filmes do ano pra você?

29 de janeiro de 2008

Retrospectiva 2007 (3 de 5): As 10 Melhores Músicas

Um pouco atrasado (era para esse post ter saído do forno na quarta-feira), mas mesmo assim firme e forte na Retrospectiva, é hora de eleger as melhores músicas do ano passado.

Eis as músicas que eu achei as melhores de 2007 (15 no total): Timebomb (Beck), Hard Sun (Eddie Vedder), 1234 (Feist), Still Alive (GLAdos), Oil And Water (Incubus), Mariana Foi Pro Mar (Ira!), Ruby e Angry Mob (Kaiser Chiefs), Evolution (Korn), Heart-Shaped Glasses (Marilyn Manson), Love Reign O’er Me (Pearl Jam), Beautiful Girl (Sean Kingston), Intervention (Arcade Fire), Tick Tick Boom (Hives), Bones (Killers) e Conquest (White Stripes).

Como você pode reparar, pela primeira vez uma banda emplacou duas músicas na minha lista de melhores do ano. Isso tem uma explicação: não consegui me decidir qual delas é a melhor! Mas elas foram analisadas como uma, e, no geral, não faria diferença na posição deles.

Talvez você não conheça algumas dessas músicas. I’m Still Alive, por exemplo, é uma música de um jogo, e a Feist e uma cantora bastante desconhecida. Mas algumas das músicas e das bandas são famosas, pelo menos por aqui: Bones foi música de comercial de uma empresa de celulares, enquanto o Kiser Chiefs aparece pela terceira vez no ranking (só uma outra banda conseguiu essa façanha!) Vamos, agora, ao TOP10?

10 – Feist – 1234
Essa cantora canadense tem uma voz bela, mas o principal da música, além do ritmo bonitinho, é o clipe, muito bem feito e do jeito que eu gosto!
Destaque: clipe.

9 – Beck – Timebomb
A letra não é das melhores, mas a batida, o barulinho de polícia e o ritmo são bastante contagiantes. Enfim, música pra cantar e dançar!
Destaque: sirene e batida da música.

8 – Korn – Evolution
Um dos motivos para eu gostar do Korn é curtir o som resultante da mistura entre a guitarra, a bateria e o vocal. Eles combinam perfeitamente, e fazem um som no estilo que eu gosto. Alie a isso letras legais!
Destaque: letra.

7 – The Hives – Tick Tick Boom!
O Hives é uma banda com vocais gritados, que beira o punk (sem a ideologia, claro). Nessa música, além da gritaria típica da banda, há a paradinha, e um refrão meio grudento, que eu adorei!
Destaque: “Tick tick tick... Booooooooooooooooooooooooooom!”

6 – Marilyn Manson – Heart-Shaped Glasses
Não gosto muito do clima que o Marilyn Manson passa, mas, devo confessar, que gostei dessa música, principalmente pelos riffs da guitarra e pela bateria da música, que tem um ritmo que eu gosto bastante. E, melhor de tudo, não tem um ritmo tão sombrio!
Destaque: riffs de guitarra.

5 – Ira! – Mariana Foi Pro Mar
2007 não foi um ano bom para o Ira!: o Nasi saiu da banda. Mas antes deu tempo deles fazerem a melhor música brasileira do ano: Mariana Foi Pro Mar. É uma historinha bonitinha, que, quando cantada com a voz do Nasi, fica mais bonita ainda, principalmente com o resto da banda também toca em perfeita hamonia!
Destaque: história contada pela música.

4 – Pearl Jam – Love Reign O’er Me
Apesar do Pearl Jam ter lançado outras músicas ao longo do ano passado, a melhor música que a banda fez foi uma cover do The Who, que, como quase todas as covers que o Pearl Jam faz, ficou muito boa! O teclado extremamente trabalhado está aí, bem como os berros suplicantes de “Love Reign Over Me”, no refrão.
Destaque: cover muito boa!

3 – The Arcade Fire – Intervention
Eu já disse aqui várias vezes que adoro a sonoridade do Arcade Fire, e, em Intervention, a música deles continua bela: vocal lindo, batida perfeita, coro maravilhoso, ritmo bonito e letras profundas e belíssimas! Nessa música, por exemplo, há tantos trechos de letras que, se eu fosse digitá-los todos, ficaria um post enorme!
Destaque: sonoridade da banda continua maravilhosa.

2 – The White Stripes – Conquest
A dupla Jack e Meg White tem baladas bonitas, tem músicas engraçadas, tem duetos espetaculares, mas, nessa música, há uma dose de humor e de latinidade que, combinados, ficaram sensacionais! A palavra título é enunciada de tal forma durante a música que realmente parece que seu sentido ultrapassa as barreiras do som. Além disso, o clipe dessa música é muito divertido.
Destaque: “Cooooooooooooooooooooooooooooooonqueeeeeest!” e o clipe.

1 – Kaiser Chief – Ruby / The Angry Mob
Essas duas músicas são tão boas que eu não consegui nem escolher apenas uma para competir no ranking. Ambas merecem o primeiro lugar, pois são contagiantes, pois os integrantes da banda combinam entre si e também por aspectos de cada música. Em “The Angry Mob”, eu gostei bastante das batidas durante a música e do clima no final, que lembra até um pouco alguns protestos (também por causa da letra, que, traduzida, ficaria: “Nós somos a multidão nervosa, lemos jornais todos os dias, gostamos de quem gostamos e odiamos quem odiamos”). Em “Ruby”, alem do riff da música, o coro de “na na na na”, o refrão (“Ruby Ruby Ruby Rubyyyy!”) e o “aa-aa-aa-aa” são demais! Enfim, uma música totalmente contagiante, impossível de se gostar, ou, pelo menos, impossível de eu achar um defeito!’
Destaque em “The Angry Mob”: final da música parecido com uma multidão protestando.
Destaque em “Ruby”: refrão pegajoso, além dos coros.

PS.: Em fevereiro, um mega “Então...”, tenho que comentar muita coisa dos últimos dias.

20 de janeiro de 2008

Retrospectiva 2007 (2 de 5): Os Segundos Melhores Shows do Ano

Ano passado os brasileiros presenciaram uma grande quantidade de shows internacionais, mas, em contrapartida, a qualidade dos artistas que se apresentaram por essas bandas não foi tão grande como nos dois anos anteriores, em que tivemos bandas do calibre de Pearl Jam, Rolling Stones, Franz Ferdinand, White Stripes e Arcade Fire, entre outros, enquanto, no ano passado, o show de maior destaque aqui no Brasil foi o The Police.

Mas 2007 também foi o ano em que eu mais fui a shows: foram 4 (se considerarmos a Virada Cultural como um só e desconsiderarmos a Festa da Virada)! O ano já começou bastante musical pra mim: ainda não tinha se passado uma hora de 2007 quando eu já estava no show do Kid Abelha, em São Vicente. Este post é pra falar justamente sobre os shows que eu fui ano passado, além de comentar sobre o verdadeiro show do ano.

O primeiro show de 2007 ao qual eu fui aconteceu no Aniversário da Cidade de São Paulo. Mas não, não foi o show dos Mutantes (com a grande Célia Duncan no lugar da maior ainda Rita Lee), foi de uma banda cuja música mais famosa (mas não a minha preferida) é uma versão de Ando Meio Desligado, música dos Mutantes. O show do Pato Fu é legal, mas, eu pelo menos, sinto uma certa falta de empolgação por parte da banda, mas que, quando a platéia está bastante animada, passa até despercebida!

Em Maio, tivemos a Virada Cultural, aquela dos mais de 300 shows que começaram na noite do dia 5 de maio e só terminaram na noite do dia 6. Foi um fim-de-semana excelente, no qual conferi 4 shows: do Teatro Mágico, do Pato Fu, dos Garotos Podres, e da Plebe Rude.

O show da Plebe foi horrível, e, desde antes, já se mostrava decepcionante: estava marcado um show do Camisa de Vênus, mas trocaram de última hora. A Plebe Rude tem músicas ravoavelmente boas, mas que, ao vivo, não fazem o público interagir. Além disso, a banda é chata. O guitarrista passou mais da metade do show reclamando!

Mas os outros três shows da Virada Cultural foram muito bons! O do Pato Fu, mesmo a banda ainda apresentando uma falta de animação, foi legal (porém pior do que o show de três parágrafos acima). O dos Garotos Podres foi foda! Uma banda totalmente política, que faz um som cru, mas mesmo assim com letras excelentes, e que, além disso, interagem super bem com o público, animando geral (só não gostei da propaganda que ficaram fazendo durante o show inteiro de um livro).

Indo mais adiante no calendário de shows do ano, já no segundo semestre, tivemos o Festival Indie Rock, em julho, que teve a presença de MopTop e The Magic Numbers, além de uma outra banda que eu esqueci o nome (e também sou indiferente a ela...) O MopTop acho que deve ser mais conhecido como o plágio brasileiro dos Strokes, ou seja, é uma banda boa, com músicas bonitas, mas que não precisavam ser tão iguais às da banda norte-americana.

O Magic Numbers, por sua vez, tem uma melodia leve, músicas bonitas e letras também. Seu show é sublime, eles empolgam a platéia que empolga eles, e essa vibração segue até o fim do show. As baladinhas da banda são, ao vivo, tão boas quando em CD, o que sugere um belo show, que vale o preço do ingresso.

O último show que eu vi no ano passado também foi em Julho, e foi no Centro Cultural, próximo do Metrô Vergueiro, do Velhas Virgens. Antes de comentar sobre a banda e seu show, devo admitir que fiquei surpreso que não tem bate-cabeça no show deles! Show que, aliás, é bastante interativo com a platéia (o local onde foi o show ajuda bastante também, já que a banda fica no mesmo nível do público). A banda toca bem suas músicas, todas conhecidas pela platéia, e, quando há a presença as mulheres que participam de algumas músicas, a platéia vai ao delírio. Enfim, se você está afim de se divertir e não é nenhum(a) feminista (o que é o meu caso), é um show excelente! O único porém é que o show foi curto, mas isso não é culpa exatamente da banda...

Mas nenhum desses shows foi o melhor show que eu vi ano passado. Ele aconteceu na Virada Cultural, foi um dos maiores sucessos do evento, reunindo mais de 40 mil pessoas, recórde de público para a banda, que, aliás, é uma banda independente vinda de Osasco e cujo nome da trupe se chama Teatro Mágico. O show deles não é só um show, o show deles é um teatro, o show deles é um circo, o show deles é um palanque. E o show deles é um show, teatro, circo e palanque no bom sentido. A banda, que tem músicas belíssimas, sabe interagir com a platéia, faz incríveis apresentações circenses no palco, leva ao público mensagens muito interessantes sobre política, sobre o universo musical, sobre a vida e até sobre o amor. É uma banda alegre, e, durante seu show e até após dele, você é uma pessoa alegre, pois está diante de um dos maiores espetáculos em exibição atualmente!!! Enfim, foi do Teatro Mágico o melhor show ao qual eu fui.

Porém, infelizmente, esse não é o show do ano. Eu não fui ao show do ano. Você, caro leitor, também não foi ao show do ano. Ele aconteceu em dezembro, em Londres, e, no palco, estavam Jimmy Page, Robert Plant, John Paul Jones e Jason Bonham, filho de John Bonham, tocando músicas de uma das melhores bandas de toda a história da música. Estava acontecendo um fato histórico: um show do Led Zeppelin! O show de 2007!

16 de janeiro de 2008

Retrospectiva 2007 (1 de 5): Balanço

Finalmente começa a seqüência de 5 posts que compões a Retrospectiva 2007 deste blog. Ela é feita em 2008 porque não faz sentido nenhum falar sobre um ano que ainda não acabou.

Dois mil e sete foi um ano péssimo para mim. Já tive anos muito piores, mas este ano foi, quase como um todo, ruim.

O ano, quem diria, começou bem com um show do Kid Abelha em seus primeiros minutos. Janeiro até que foi bom: deu pra descansar bastante, e teve até show do Pato Fu, além de várias idas à Trash. Fevereiro também foi divertido: várias saídas, zuação com os bixos, festinhas, quase-show do Teatro Mágico, e etc...

Mas março já deu uma prévia do quão ruim seria o ano. Veio a primeira prova do Toninho Malvadeza e o semestre já começou apertado, cansativo. Em abril vieram à tona o debate acerca dos decretos do Serra que atacavam a autonomia universitária, começou a greve e o Centro Acadêmico Paulo Marques dos Santos já se mostrou incompetente em sua função de representar os alunos do Instituto.

Em maio e em junho, o CA continuou se mostrando inábil diante da situação de greve. Não ouvia estudantes, não fazia Assembléias e continuava a se omitir. Até alguns professores atuaram mais! Como exemplo, a professora de Clima I, Rosmerir, que até peitou a diretora do Instituto (que teve a cara de pau de organizar um abaixo-assinado contra a ocupação na reitoria). Acabou o semestre e o IAG participou apenas da maior manifestação que aconteceu. Pior de tudo é que o Serra voltou um pouquinho atrás, mas não resolveu nada.

Dos professores, elogios à Rosmeri (Clima 1), ao Chico (Vetores) e ao Boczko (Elementos - apesar da aula dele ser em slide). Vaias, das grandes, para o Antonio Figueiredo (Física) e para a Weiss ("Cálculo"), esta última que não ensina nada, não te faz estudar, não dá aula, enfim, a pior professora da USP!

Enquanto isso, eu batia um recórde negativo: pior média ponderada limpa num semestre. Mas pelo menos Vetores ficou pra trás! Eis minhas notas finais:


Cálculo 37,3
Climatologia 15,7
Elementos de Astronomia7,3
Física 25,3
Vetores6,2

Vieram as férias, e, junto com elas, uma fogueira na casa da Beth muito divertida! As férias ainda terminaram com direito a um churras na casa da Mayara, que precedeu o semestre do inferno.

Semestre do inferno porque eu fiquei maluco. Fiz 31 créditos! Só não foi mais infernal porque eu dei certa sorte com os professores de Lab 3 e de Numérico, e porque eu já sabia a matéria de AlgeLin.

Mas a professora de AlgeLin era uma das mais estressadas do IME; MeteoFísica, mesmo com um professor excelente, não é fácil; EDO foi sussa e complicado ao mesmo tempo; e Física 3 foi um espetáculo de terror, digno daqueles filmes japoneses mega-hiper assustadores, graças à parceria Toninho Malvadeza e Pato (que saudades do Piza nessas horas...)

Alie a isso não conseguir engrenar as reuniões do P-SoL, que teve um ano extremamente ruim, a derrotas nas eleições para Representantes Discentes, a continuar sem fonte de renda na faculdade e a não ter tempo pra mais nada! Esse foi o semestre: péssimo, extressante, horrível.

Bati quatro recórdes nele: pior média final (Física 3), melhor média final (Meteofísica), pior nota em uma prova (quebrei esse recórde duas vezes em provas de Física 3) e melhor média ponderada limpa. Eis minhas notas finais:


Álgebra Linear 16,1
Cálculo Numérico7,9
Cálculo 46,6
EDO7,0
Física 31,4
Lab 38,4
Meteorologia Física I8,5

Vale ressaltar que tive professores excelentes esse semestre: Roseli Fernandez, de Cálculo 4, que explica muito bem; o Gandu, de Meteofísica, que além de explicar muito bem é extremamente gente fina; o Masao, de Lab, é muito atencioso; e o Eduardo Colli, de Numérico, que além de ter uma aula excelente não dá provas difíceis. A Maria Izabel é uma boa professora, mas é muito estressada.

O ano foi tão ruim que até meu time do coração caiu pra segunda divisão (o Gon me lembrou disso nos comentários) e eu não pude ir em quase nenhum ato, como os contra o Bush, a invasão na reitoria, a Parada gay e os contra a visita do Papa... E ainda terminou comigo não conseguindo terminar de tirar a carta, coisa que comecei em Julho, e sem marcarmos nada com o pessoal da faculdade nem com o pessoal do colégio...

Mas nem tudo foi ruim esse ano: conheci várias pessoas que já moram no coração. E aproveito esse post pra mandar um beijão a todas elas!

14 de janeiro de 2008

Bruzundangas

Dando sequência às resenhas de livro, falarei agora sobre Os Bruzundangas.

#3 - Os Bruzundangas - Lima Barreto - 1918
Livro do mesmo autor de Triste Fim De Policarpo Quaresma

Como eu já disse em posts anteriores, uma das minhas fases preferidas da história da literatura nacional é o Pré-Modernismo, pois nela é mostrada a sociedade como ela é. Este livro é um belo exemplo, e, como já indica o prefácio, no qual ele cita um trecho de A Arte de Roubo ("Como os maiores ladrões são os que tem por ofício livrar-nos de outros ladrões"), o autor conta como funcionam os Estados Unidos da Bruzundanga, numa analogia para evitarmos os males de lá (grandes, por sinal) aconteçam aqui.

O livro, apesar de ter um início de difícil entendimento, ganha, conforme vira-se a página, textos mais claros e mais objetivos, o que nunca é ruim. Lê-lo, nos dias de hoje, nos faz sentir uma imensa tristeza diante da constatação de que não só não evitamos o mal pior, como fomos além, e agora temos males maiores ainda.

O autor passa detalhes sobre os poetas da escola samoieda (bem semelhantes com alguns de nossa época e de anteriores também), sobre a política local, sobre a burguesia, sobre os costumes do povo, e outros.

Os que mais merecem destaque são os comentários acerca da agricultura e das eleições. No primeiro, o autor critica ferozmente o monoculturismo que desde 1500 e pouco assola o Brasil, citando casos em que todos perdem: o país, os pobres e os ricos (estes últimos nem tanto). E o capítulo dedicado às eleições é iniciado dessa forma:

"Dentre as muitas superstições políticas do nosso tempo, uma das mais curiosas é sem dúvida a das eleições. (...) O eleito, porém, depois de certos passes e benzeduras legais, vai para a Câmara representar-lhes a vontade, os desejos e, certamente, procurar minorar-lhes os sofrimentos, sem nada conhecer de tudo isto. A superstição eleitoral é uma das nossas cousas modernas que mais há de fazer rir os nossos futuros bisnetos."

Detalhe: isso foi escrito há 90 anos atrás! No mesmo capítulo, ele conta um caso da eleição na capital do país. Não vou dar detalhes para não estragar o prazer de quem tiver a curiosidade de ler o livro.

Enfim, este é um dos livros que melhor versam sobre o Brasil. Nota: 9,4.

Para quem se interessou, o livro está disponível no www.domoniopublico.gov.br, basta clicar aqui.

12 de janeiro de 2008

O orkut não-orkut

O orkut está cada dia seguindo menos a sua proposição inicial.

Não bastasse ter fechado scrapbooks, álbuns e etc (que existem justamente para ficarem abertos para todo mundo), ainda enche o saco quando eu mando scraps com links para meus amigos, embora, curiosamente, eu consiga receber vários scraps automáticos com links e imagens que enchem o saco (ou seja, o que é spam não sofre, o que não é sofre).

Para exemplificar, quando mandei scraps desejando Feliz Natal para todos os meus amigos do orkut (com um link para uma mensagem aqui no blog), demorei mais que 5 horas, por ter que ficar digitando uma maldita palavra de confirmação...

Além disso, agora, quando passamos de um limite de posts por dia em comunidades, também temos que ficar digitando essas merdas de palavras de confirmação, cada vez mais difíceis de serem lidas!

Enfim, o orkut está quase se tornando insuportável! E tem, a cada dia que passa, menos a finalidade que tinha antes: conhecer pessoas novas e ser um local de divertimento.

9 de janeiro de 2008

Harry Potter, a Ordem da Fênix e as Relíquias da Morte

Para estrear uma nova "seção" do blog, a de resenhas de livros (grossamente falando), começarei com um post duplo e analisarei os dois últimos livros da série Harry Potter. As partes em amarelo contém spoilers (informação acerca do enredo).

#1 - Harry Potter e a Ordem da Fênix - J. K. Rowling - 2005
Sexto livro da série Harry Potter, principal obra da autora

Neste livro, Rowling continua com a tendência de fazer um pequeno mistério nas primeiras aparições dos principais personagens, e também em alguns fatos do livro. Mistério razoavelmente infundado, mas que, pelo menos no geral, foram solucionados (os principais no próprio livro). O livro é bom também por ligar fatos que acontecem nos demais livros.

No geral, é um livro à altura dos demais livros da série, com seus altos e baixos. É estranho imaginar que, com o mundo em guerra, não aconteça nada em Hogwarts nem ao redor dela durante quase todo o ano (só há ação no final). Foi triste a morte de Dumbledore, um dos três melhores personagens criados pela autora (os outros foram Severo Snape e Sirius Black, na minha opinião).

Enfim, um livro que diverte. Nota 7,9.

#2 - Harry Potter e as Relíquas da Morte - J. K. Rowling - 2007
Sétimo e último livro da série Harry Potter, principal obra da autora

No último livro da série, Rowling deixa um pouco de lado seu modo de fazer surpresa na hora de apresentar personagens já conhecidos do público e, ao contrário de todos os outros livros da série, há ação durante quase todo o livro, apesar da guerra ainda estar em um estranho segundo plano (ainda que razoavelmente justificado pela autora).

O que eu não gostei desse livro foi a destruição dos personagens "bonzinhos" e aprimoração da moral de personagens "maus": Dumbledore é posto na berlinda, enquanto Draco, apesar de se mostrar um covarde, deixa de ser vilão. No mais, a autora é bem previsível, inclusive com as mortes que se sucedem: nenhuma delas envolve os principais personagens da série.

Outro problema do livro é a destruição do clímax que a autora promova. Ela cria um clímax enorme em torno das duas lutas entre Voldemort e Potter, porém, em ambas, a luta é rápida, não sendo um esperado grande duelo de bruxos com duas varinhas potentes.

É um livro sem grandes surpresas (pra não dizer nenhuma) e com a destruição de personagens, porém que, mesmo assim, diverte. Nota 5.

8 de janeiro de 2008

Dois mil e oito?

Finalmente começou o Ano Novo, e, no meu primeiro texto, falarei sobre as novidades que vocês verão!

Pra começar, uma tabelinha já muito boa de shows: tem Interpol, Rage Against The Machine, Korn, Ozzy, Iron Maiden, Bob Dylan, The Cure... E por aí vai! Agora só preciso acertar a Mega-Sena pra poder ir a todos eles. Ah sim, informações razoavelmente confiáveis e razoavelmente não-confiáveis: são do Lucio Ribeiro.

Esse ano talvez eu faça Iniciação Científica, talvez eu seja monitor, talvez eu faça 40 créditos num semestre, talvez eu passe em todas as matérias, enfim... Nada é certo, mas espero que todos (tirando a loucura de 40 créditos num só semestre) passem para o nível adiante.

Pra começar, já farei a carteirinha no Cepê, pra dar um tchibum na piscina. E será que eu faço musculação? E esse ano eu assisto um jogo do Timão no estádio, nem que seja na Segundona... Sem contar a Olímpiada, que deve ser bastante comentada neste nobre endereço.

Em breve, um novo perfil do orkut. E, para o blog, uma novidade já no próximo post, que espero que vocês gostem (e que comentem): análises de livros recém-lidos. Começarei com os dois últimos Harry Potter's!

E, muito em breve, vem aí a... Ah, depois eu conto.

Aliás, esse ano é ano de eleições, e, obviamente, muitos textos de política serão publicados aqui. Já aviso que a primeira reunião do ano do P-SoL Núcleo Vl. Prudente Móoca Belém é no próximo domingo, dia 12, às 17hrs, à Rua Silva Jardim, 174, apto. 3. Compareçam!

Agora eu conto: vem aí a Versão 2.0!
Quer saber mais? Pega uma cadeira e senta aí na frente do computador.
Aproveita que está esperando e comenta!

Abraços e feliz 2008 para todos!

3 de janeiro de 2008

Feliz 2008

Como sempre, vou começar o ano com algum texto que eu li e achei interessante. O que começará 2008 é um retirado da Folha de S. Paulo do dia 2 de Janeiro, de autoria do Frei Betto, 63, frade dominicano e escritor. Eis:

O que há de especial em trocar de ano? Nada, exceto a convenção numérica, invenção indo-arábica, que nos permite codificar o tempo em horas, minutos e segundos e estabelecer, segundo o movimento de nosso planeta em torno do Sol e as fases da Lua, calendários que repartem o tempo em ano de 12 meses, mês com cerca de 30 dias e dia com exatas 24 horas.

Ocorre que não somos trilobitas, e sim humanos, dotados da capacidade de imprimir ao tempo caráter histórico e, à história, sentido. Mudar de ano é rito de passagem. Ressoa em nosso inconsciente o alívio por terminar um ano de tantos reveses, perdas, sofrimentos; e celebrar conquistas, avanços e vitórias. Vivemos premidos pelo mistério.

Como as partículas subatômicas, somos regidos pelo princípio da indeterminação. Essa impossibilidade de prever o futuro suscita angústia, o que nos induz a tentar decifrá-lo por via da leitura dos astros e das cartas, da sabedoria de videntes, dos búzios de pais e mães-de-santo, da rogação aos nossos santos protetores.

Esta é uma paradoxal característica da pós-modernidade: em plena era da emergência da física quântica e da falência do determinismo histórico como ideologia, acreditamos que o nosso futuro está escrito nas estrelas. Daí a inércia, a indignação imobilizadora, a impotência diante dos escândalos éticos e do descaramento com que corruptos são absolvidos por seus pares, essa letargia que em nada lembra o que se deveria comemorar neste ano: os 40 anos de Maio de 1968.

Nos países industrializados, Maio de 68 é o paradigma da rebeldia, o grito parado no ar enfim sonorizado nas manifestações estudantis, os EUA derrotados pelos vietnamitas, os Beatles reinventando a canção, a moda subvertendo parâmetros, as mulheres a conquistar o direito de se apaixonar pela primeira vez inúmeras vezes, a castração do machismo, a emergência esotérica.

Do lado sul do planeta, os anos de chumbo, os generais metendo no coldre as chaves dos Parlamentos, a utopia dependurada no pau-de-arara, as rotas do exílio se multiplicando, os mortos e desaparecidos enterrados nos arquivos secretos das Forças Armadas. Ainda assim, havia sonho, e não era motivado pela ingestão química, brotava da fome de liberdade e justiça, fomentava o desejo irrefreável a adjetivar de novo a criatividade incensurável -o cinema, a bossa, a literatura, o tropicalismo. No passado, o futuro era melhor.

Hoje, imersos nessa sociedade da hiperestetização da banalidade, na qual as imagens contraem o tempo e a "web" virtualiza o diálogo na solidão digital, andamos em busca de uma razão de viver. Perdemos o senso histórico, trocamos os vínculos de solidariedade pela conectividade eletrônica, vendemos a liberdade por um punhado de lentilhas em forma de segurança.

Em 2008, seremos chamados às urnas municipais. Haveremos de tentar discernir os idealistas dos arrivistas; os servidores públicos dos que se afogam no ego destilado na embriaguez dos aplausos; os movidos pela intransigência dos princípios éticos dos que miram os recursos do Estado como carniça fresca ofertada à sua gula insaciável. Ano também de comemorar o 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que, para vergonha de nós, católicos, até hoje não mereceu a assinatura do Estado do Vaticano.

No Brasil, é hora de a declaração ser transferida do papel à realidade social. Em que pese a atuação corajosa da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, é impossível celebrar conquistas em direitos humanos enquanto a polícia estigmatiza como suposto traficante o morador de favela; o Judiciário promove a orgia compulsória ao trancafiar mulheres em celas repletas de homens; indígenas e quilombolas são condenados à miséria por descaso das autoridades; a frouxidão da lei cobre de imunidade corruptos e de impunidade bandidos e assassinos.

Não basta o propósito sincero de fazer novo em nossas vidas o ano de 2008. É preciso mais: fazer novas as realidades que nos cercam, de modo que ocorram mudanças efetivas e a paz floresça como fruto da justiça. Feliz 2008, Brasil!