31 de janeiro de 2007

Retrospectiva 2006 (5 de 5): O Melhor Show

O que faz um show ser perfeito? Ano passado, eu respondi dizendo que eram necessárias 2 horas e meia de show, de uma banda com uma carreira enorme, de 15 anos, que fizesse um show espetacular. De lá pra cá, essas idéias mudaram. Isso até ajuda a se fazer um show perfeito, mas há outras formas de conseguí-lo.

Em 2006, vi um show perfeito, de uma banda nova, com apenas 2 discos lançados, mas 2 discos suficientemente bons para fazer todos pularem, se emocionarem, se divertirem e muito mais, tudo com muita intensidade.

Mas antes de falar do melhor show de 2006, falarei sobre os outros 2 shows que vi no ano: do U2, dia 20 de fevereiro, e da Dirigível 180.

O show da Dirigível 180, que, para quem não sabe, é a banda do Mario (aquele que te comeu atrás do armário) e faz covers de Creedence e Beatles, entre várias outras bandas clássicas, foi muito bom, apesar da platéia deixar a desejar. A banda toca com harmonia, mas, mesmo precisando melhorar um pouco a passagem de energia para o público, faz um bom som, que merece ser ouvido! Além de ter um excelente repertório!

Já, aquela banda que cobrou 200 reais de ingresso de show, faz um espetáculo que deixa muito a desejar. Muitos efeitos especiais, discursos contraditórios com a ação, imagens nos telões. Tudo para fazer todos presentes se esquecerem do principal: as músicas, que, apesar de algumas exceções, são bem fracas e deixam muito a desejar, ainda mais quando tocadas ao vivo. Pelo menos na escolha da banda de abertura, o U2 dá uma bola dentro!

Falando na banda de abertura, todos aqui sabem que é o Franz Ferdinand, que veio ao Brasil no auge da carreira 2 vezes no mesmo ano: uma em fevereiro, abrindo pra essa bandinha de bolacha, e a outra em setembro, para fazer um show histórico! No total, a banda fez 4 shows no Brasil: 2 em São Paulo, 2 no Rio de Janeiro.

Em janeiro, fizeram no Rio o show histórico, levando todo o público que compareceu ao Circo à loucura. E ainda em São Paulo, nos 2 shows de abertura para o U2, mesmo com quase todo o estádio querendo ver apenas a banda pseudo-engajada, conseguiu empolgar o público, principalmente com Take Me Out, que, mesmo com som baixo e com chiados, fez todo o Morumbi pular!

Eles, inacreditavelmente, voltaram em setembro, para terminar a turnê de seu bem-sucedido segundo CD (You Could Have It So Much Better With... Franz Ferdinand!) Dessa vez, o primeiro show foi o Rio quem viu, no Claro Hall, se não me engano. Mais uma vez, eles colocaram o Cristo Redentor pra dançar ao som de seus maiores sucessos!

Poucos dias depois, foi a vez de São Paulo ir ao Espaço das Américas ver, pela primeira vez, um show solo do Franz Ferdinand, um show histórico da banda, para não deixar defeito. Tocaram durante 2 horas para incansáveis fãs, que cantavam todas as músicas, pulavam, se esgarniçavam e até pediam para tocar Outsiders no palco, na já tradicional e conhecida trupe de bateristas convidados.

Mas não sem antes aproveitar o bom som do Art Brut, as belas curvas da Annie, e de ouvir a sonoridade quase impecável do Radio 4.

Mas o show da noite/madrugada já tinha dono: era de Alex Kapranos e trupe, que subiram ao palco já tocando os primeiros acordes de This Boy. O show teve todas as que o público queria ouvir: desde Take Me Out e Walk Away até Linsey Wells e Wine In The Afternoon, passando Dark Of The Matinée, Outsiders e The Fallen, mas sem esquecer de quase todas as músicas dos 2 CDs da banda.

Show com muita empolgação, por parte da banda, que se emocionava com a platéia, e por parte da platéia, que delirava com a banda.

Empolgação, ótimas músicas, ótimos músicos, integração banda público. Tudo isso fez parte desse que foi, sem dúvidas, o melhor show de 2006, e, também, um show perfeito!

Atualmente, a banda está de férias, e, ainda em 2007, deve começar a trabalhar no 3º disco.

28 de janeiro de 2007

Retrospectiva 2006 (4 de 5): Os 10 Melhores Filmes

Em 2006, os cinemas do Brasil e do mundo todo tiveram uma queda no faturamento. Quando a lista desse post, foi fácil descobrir o por quê: filmes pouco atrativos e piores que os de anos anteriores. Mas mesmo assim, foi possível fazer uma lista dos melhores filmes!

É fácil classificar os filmes de 2006: basta terem sido lançados, no Brasil, em 2006. Simples assim! Claro, também é necessário que eu tenha assistido! E há 19 filmes que se encaixam nesse critério:

Asterix e os Vikings; Os Cavaleiros do Zodíaco – Prólogo do Céu; O Código Da Vinci; Dália Negra; Deu a Louca na Chapéuzinho; A Era do Gelo 2; A Marcha dos Pingüins; A Pantera Cor-de-Rosa; Piratas do Caribe 2: O Baú da Morte; Poseidon; Premonição 3; A Profecia; O Segredo de Brokeback Mountain; Serpentes A Bordo; Superman – O Retorno; Todo Mundo em Pânico 4; V de Vingança; Xeque-Mate; X-Men 3 – O Confronto Final.

Os ditos 10 melhores filmes, que, na verdade, são os que eu mais gostei, não necessariamente os melhores, são esses:

10 – O Código Da Vinci
Essa adaptação do famoso e tão falado livro de Dan Brown, que eu não li, até que ficou acima das minhas expectativas. Não que isso seja um grande mérito, pois não ficou tanto acima para que me criasse interesse em ler o livro, mas a atuação de Tom Hanks (cujo talento foi em parte desperdiçado) vale o 10º lugar.

9 – Superman – O Retorno
O homem de aço voltou as telonas em grande estilo! Efeitos visuais bem utilizados, além de uma continuação da história dos antigos filmes (e não mais um filme sobre o começo), fazem deste um filme agradável de se ver. As boas atuações dos atores, além da direção quase impecável, também o classificam como “bonzinho”.

8 – Deu a Louca na Chapéuzinho
Mais uma animação que tira um sarro das clássicas histórias infantis, esta baseando-se no trio chapéuzinho, vovó e lobo mau. Apesar de um final previsível, o filme consegue o que se propõe: garantir boas risadas. E palmas para a “atuação” do lenhador, bem semelhante à do segurança que quer ser ator em Be Cool. Filme bem feito, história mais ou menos.

7 – A Profecia
Remake do filme de mesmo nome de décadas atrás, dessa vez lançado em 6/6/6, para fazer um marketing com a data e a história. As melhores partes do filme são aquelas cujas mortes se aproximam das da série Premonição: mortes malucas, cheias de sangue, que beiram o ridículo. Mas mesmo assim, por fugir da regra na qual o bonzinho sempre vence no final, vale a pena assistir.

6 – A Pantera Cor-de-Rosa
Os atores, infelizmente, não são os mesmos dos originais, mas Steve Martin não fica muito atrás e garante um filme bem engraçado, mas, tal qual os outros filmes com ele, meio imbecil. Estão lá o diamante, as atrapalhadas do Inspetor Closeau, Dreifus, e algumas outras personagens que são engraçadas, além da bela Beyoncé. E, mais importante de tudo: a abertura, com o desenho inesquecível, junto com a sua música, também está lá!

5 – Serpentes A Bordo
A história do filme beira o ridículo, mas os clichês presentes garantem boas gargalhadas. A atuação de Samuel L. Jackson, como o policial durão e fodão, também é foda! Enfim, frases inesquecíveis como “We need to get these motherfucking snakes out of this motherfucking plane”, além de alguns ataques muito maléficos das cobras (que atacam desde cabeças e braços até órgão genitais masculinos, tetas e ânus) garantem a diversão de quem assiste o filme sem esperar por uma obra de arte.

4 – Xeque-Mate
Está aí um filme que me surpreendeu. Quando fui assistir, não esperava nada dele, mas a sua história, com interessantes e bem usadas reviravoltas, é muito boa. Também pesam na avaliação do filme a atuação dos atores e dos personagens, que conseguem demonstrar perfeitos sentimentos e pensamentos durante todo o filme, de maneira genial. Destaque para a atuação do quase sempre impecável Morgan Freeman, especialmente no final do filme, quando sua personagem está prestes a morrer.

3 – A Marcha dos Pingüins
Esse filme francês, de 2006, mas que estreou no Brasil com um certo atraso, é praticamente o contrário do nosso 5º lugar: um filme cult, muito interessante, cuja história é levada muito a sério e que, pasmem, até a atuação dos “atores” e dos dubladores (originais ou brasileiros) são quase impecáveis. Palmas para a trilha sonora, que faz um papel bem importante no filme, que mostra, genialmente, um ciclo dos pingüins imperadores, além de outras maravilhas antárticas, como, por exemplo, uma cena em que o Sol e a Lua aparecem lado a lado, do mesmo tamanho. Genial!

2 – V de Vingança
Uma pessoa que, como eu, vai as ruas lutar por seus direitos e espera que cada vez mais e mais pessoas também tenham esse pensamento de que a luta de trabalhadores e estudantes é necessária, adorará esse filme, que mostra como uma única pessoa consegue fazer uma população inteira, apesar de amedrontada por ser extremamente oprimida, ir às ruas, lutar por sua liberdade, por seus direitos, e conseguí-los. Enfim, este é um filme que dá ânimo para continuar na luta pela revolução, e, espero eu, que sirva de exemplos para aqueles que não o fazem. Muitas palmas para essa inteligente adaptação dos quadrinhos!

1 – A Era do Gelo 2
Disparado, o melhor filme do ano. Emociona o espectador com a história de um mamute que acha ser o último da espécie, e, por isso, é segregado pelos outros animais, o diverte com as trapalhadas de um preguiça, a personagem idiota da história (e que parece com uma professora minha), e gera expectativas pelo próximo da série. Grande sucesso de bilheteria, dirigido por um brasileiro, com efeitos de animação excelentes, é um filme para toda a família, por conter ação, aventura, romance e comédia, numa história que se desenrola sem maiores problemas, e com personagens cada vez mais e mais carismáticas, como os gambás e o Sid, por exemplo.

Sobre os outros filmes que assisti, farei um breve comentário sobre eles:
Asterix e Os Vikings: animação boa, mas com história fraca e mal-explorada, além de uma dublagem brasileira de gosto muito duvidoso;

Cavaleiros do Zodíaco – Prólogo do Céu: filme, para quem se acostumou com a história da série, muito fraco, sem grandes lutas, e com visual extremamente estranho;

Dália Negra: filme chato, muito lerdo;

Piratas do Caribe 2: chega a ser decepcionante o final sem final do filme, os personagens cada vez menos carismáticos, enfim, uma franquia estragada;

Poseidon: o pior filme do ano, pela falta de história, personagens pouco carismáticos, situações ridículas, péssima direção e atuação;

Premonição 3: outra seqüência cuja história é fraca, apesar das mortes continuarem bem engraçadas e ridículas, e do final ter um clímax muito bom;

O Segredo de Brokeback Mountain: um filme sem história nenhuma, que consegue apenas ser polêmico;

Todo Mundo em Pânico 4: seqüência que garante boas risadas, mas sem uma história minimamente decente, que só se salva pela atuação do presidente dos EUA;

X-Men 3: mais uma seqüência malfeita, principalmente por ser o fim de uma trilogia que não tem fim, e da história se desenrolar muito mal, com grandes exageros.

24 de janeiro de 2007

Retrospectiva 2006 (3 de 5): As 10 Melhores Músicas

Vamos agora eleger as 10 melhores músicas de 2006! No geral, uma música é de 2006 quando: a) teve seu single lançado em 2006 ou b) o CD foi lançado em 2006. Nem sempre ambos são verdadeiros: há músicas de CDs de 2005, mas que foram singles em 2006, então também poderiam entrar nessa lista. Quando o assunto é “melhores”, obviamente é um “melhor” no sentido pessoas, ou seja, o que eu mais gosto.

Durante o ano, selecionei 16 melhores músicas, para, somente agora, fazer a lista final. Essa lista de 16 músicas inclui: 5 Mentiras (Forgotten Boys); Anormal (Pato Fu); Cash Machine (Hard-Fi); Don’t Listen to The Radio (The Vines); Here It Goes Again (OK Go); I Bet You Look Good On The Dancefloor (do Arctic Monkeys); I See You, You See Me (The Magic Number); Lospi Gospel (Los Pirata); Modern Way (Kaiser Chiefs); Original Fire (Audioslave); Steady As She Goes (The Raconteurs); Walk Away (Franz Ferdinand); Worldwide Suicide (Pearl Jam); You Know My Name (Chris Cornell); You Only Live Once (The Strokes).

O critério, por vezes, inclui a música, a letra, o clipe e até alguma possível performance ao vivo. Agora, vamos ao que interessa:

10 – Forgotten Boys – 5 Mentiras
Começando a lista com uma banda nacional que também apareceu nos melhores de 2005, com outra música do mesmo CD (Just Done, em 4º). As guitarras mais uma vez provam que são o forte do Forgotten Boys, banda indie paulistana que faz um rock com muitas influências dos anos 60, mas a bateria e o baixo não ficam para trás.
Destaque: guitarras.

9 – The Strokes – You Only Live Once
Essa banda californiana, com baterista brasileiro, mostrou, em seu 3º CD (First Impressions Of Earth), que veio para ficar! Uma das melhores músicas do CD é essa, que foi single no ano passado, e que até chega a comentar uma coisa importante da vida: ela é só uma, o que faremos com ela? Mas, tal qual a nossa posição anterior, as guitarras ficam a frente, junto com Julian Csablancas, o vocalista, que imprime à música um tom excelente.
Destaque: afinação entre guitarras e vocal.

8 – Kaiser Chiefs – Modern Way
Os ingleses do Kaiser Chiefs estão, pelo segundo ano consecutivo, no nosso ranking. Dessa vez com uma música que gruda menos na cabeça, mas que, mesmo assim, ainda gruda, principalmente pela qualidade sonora. Nessa crítica à sociedade moderna (“esse é o jeito moderno: falsidade todos os dias”), a banda prova que não é um grupo de apenas um hit (mesmo porque esse é o terceiro!), e que não faz músicas apenas sobre garotas. Palmas pra eles!
Destaque: batida.

7 – Audioslave – Original Fire
Mais uma banda que aparece aqui pela segunda vez. Dessa vez, pelo 3º CD: Revelations. Essa música é mais fraca que as dos CDs anteriores (tanto que, no ano anterior, a banda ficou no pódio), mas ainda assim é uma das melhores do ano, provando a superioridade que o Audioslave tem sobre as bandas atuais em geral. Essa é uma música mais rock’n’roll, mais chicletenta (um refrão de uma frase só), e de batida mais simples. É um “tum tum tum” forte que dá vontade de pular a música inteira. Por isso está aqui!
Destaque: “tum tum tum tum tum”.

6 – The Magic Numbers – I See You, You See Me
Assim como em Love’s A Game, que ficou em 7º no ranking feito ano passado, o forte do The Magic Numbers é a letra meiga de suas músicas. Uma letra bonita, que emociona quase qualquer pessoa. O ritmo, perfeito para elas, as torna ainda mais especiais, ainda mais quando leva-se em conta a sintonia existente entre os dois vocalistas, que, tanto nas partes em que fazem dueto, como nas partes em que cantam sós, conseguem ressaltar a beleza da letra. Não deixa de ser balada, mas, por esses e outros motivos, é uma balada que não cansa, não é chata.
Destaque: perfeito encaixe entre letra, melodia e vocais.

5 – Pato Fu – Anormal
O Pato Fu, prova que não é necessário uma banda ser nova para fazer um som atual, original, e muito bom! No último CD, de 2005, o Pato Fu continuou com alguns experimentalismo, fazendo, em algumas músicas, um rock bem forte e, em outras, algumas baladas simples, além de algumas músicas que misturam ambos os casos. Não é o caso de Anormal: uma balada simples, com pequenas mudanças de ritmo, com direito a “uuuuuu”s e “aaaaaa”s. Mas os 15 anos da banda provam que eles tem experiência e calibre para fazer uma balada não cansativa, e que foge dos temas do tipo atualmente cantados por algumas bandas de gosto duvidoso. Aliás, essa é a melhor música em português de 2006! Muitas palmas para ela!
Destaque: os belos vocais e sons de Fernanda Takai.

4 – Los Pirata – Lospi Gospel
Em 2006 foi lançado o 2º CD da banda paulista que faz uma mistura de português e espanhol nas letras de suas músicas, engraçadíssimas, por sinal. O som da banda é simples: um rock’n’roll com tendências latinas, o que é bem explicado nas irreverentes letras e postura do grupo, que, dizem, fazem o melhor show ao vivo dentre as bandas latinas, mas isso eu ainda não pude conferir. Essa música dá vontade de dançar, sair abraçando os amigos, beijando as amigas, enfim, uma música muito legal, que dá ânimo para aqueles dias negros.
Destaque: “Elvis esta muerto, pero Jesus ressucitou!”

3 – Chris Cornell – You Know My Name
Em 2006, Chris Cornell, além de lançar o 3º CD do Audioslave (que tem uma música na 7º posição dessa lista) também encaminhou a sua carreira solo. Não lançou o 2º CD dela ainda (o primeiro foi lançado antes mesmo do Audioslave ser formado), mas já mostrou que será um ótimo CD por esta música, que fará parte do CD, e que também esteve na trilha sonora do último 007. Nessa música, nota-se um tom de suspense, que também aplica-se em como ela é cantada e na sua letra, bem 007. Infelizmente, a voz dele não é a mesma de 10 anos atrás, mas seu esforço, de certo modo, compensa, além de sua criatividade para as letras.
Destaque: o tom de suspense da música, gerado pelas guitarras e bateria, cuja “quebra” também é excelente.

2 – Pearl Jam – Worldwide Suicide
Muitos devem ter pensado que esta seria a melhor música do ano, por ser do Pearl Jam, mas, justamente por isso, ela não está no topo do ranking. E é justamente por isso que ela está tão bem colocada. É uma das melhores músicas do “abacatão”, lançado em maio, mas este CD é, em partes, inferior a outros da banda. A letra dessa música é excelente, abordando o suicídio tanto em sua forma bélica, como pelo aquecimento mundial, mas o som dela é inferior a quase tudo o que o Pearl Jam já fez. Eddie Vedder canta com toda vontade, mas sua voz não é a mesma de 10 anos atrás. A banda também se rendeu ao marketing, o que faz ela perder alguns pontos, pois fica de certo modo controverso. Mas, enfim, ainda é uma excelente música de uma excelente banda.
Destaque: a voz insandecida de Eddie Vedder no refrão.

1 – Franz Ferdinand – Walk Away
O que falar de uma banda que foi a única a aparecer em todos os “melhores do ano” feitos por este blog até agora? Em 2004, em 5º; em 2005, vice; e em 2006, veio o merecido primeiro lugar. Uma banda excelente, que discute quase tudo o que é possível discutir em suas músicas. Que faz sons variados. Que, em Walk Away, junta a bateria e a guitarra num som que leva o ouvinte a realmente pensar que ele está fugindo, apesar de que, liricamente, quem estar fugindo é a companheira. Mostra a gravidade do “problema”, faz analogias que se encaixam, não ficam soltas. E que, além de tudo isso, faz um showzaço de abertura, e um showzação solo, fechando a turnê, no auge da carreira, em frente aos meus olhos. Enfim, um primeiro lugar para uma das melhores músicas da banda que, em 2006, se consagrou, e foi, quase inconteste, a melhor banda do ano.
Destaque: musicalidade, letra, estilo, show, tudo.

20 de janeiro de 2007

Retrospectiva 2006 (2 de 5): Os 10 Principais Fatos

No ano passado tivemos vários fatos que mudaram a vida de muitas pessoas. Também tivemos aqueles que pouco mudaram as nossas vidas, mas que não deixam de ser importantes. Sem contar aqueles fatos pessoais, que podem não ter mudado a vida de vocês leitores, mas que são de meu interesse.

Baseado nesses 3 itens, fiz a lista dos 10 principais fatos de 2006, independente de que mês eles aconteceram, se foram no mundo, no Brasil, em São Paulo, ou aqui em casa. No total, foram 15 fatos principais: os aumentos da passagem e dos salários dos deputados; a Copa do Mundo; a nacionalização dos hidrocarbonetos na Bolívia; os ataques de facções criminosas; os shows do Franz Ferdinand no Brasil; a vitória do Hamas no parlamento palestino; um desenho em especial; a quebra de promessa do ex-prefeito de São Paulo; o acúmulo de denúncias que atingem o governo federal; as mudanças do dial paulistano; a execução do ex-ditador iraquiano; o acidente envolvendo o vôo 1907; a volta aos grandes festivais europeus do Pearl Jam; o meu ingresso na faculdade; e os resultados das eleições.

10 – Copa do Mundo: Alemanha 2006
O principal evento futebolístico (se não esportivo) do planeta aconteceu em 2006: a Copa do Mundo. Não há muito a ser dito: a nossa seleção não jogou, mas conseguimos até chegar nas quartas-de-final. Reprise de 1998: França ganha, com destaque para Zidane. O mesmo Zidane que, na final da competição, contra a Itália, perdeu a cabeça e deu uma cabeçada (que trocadilho infame...) no zagueiro italiano, que menos de 60 minutos depois, se sagraria campeão e levantaria a taça, enquanto o Francês ficava chupando dedo.

9 – O maior acidente aéreo brasileiro e suas conseqüências
O maior desastre físico de 2006 no Brasil: um avião da Gol, lotado, colidiu com uma pequena aeronave pilotada por 2 americanos. Falha geral: dos pilotos americanos, do piloto da Gol, do centro de operações e até falhas mecânicas/tecnológicas. Mas isso foi só o começo do verdadeiro problema operacional que há anos assola a aviação brasileira: a falta de profissionais e o excesso de vôos. O resultado disso foi um caos nos aeroportos, com vôos sendo cancelados e sofrendo grandes atrasos. Mas, pensando bem, não é tão grave assim. Quantas vezes isso acontece nos pontos de ônibus com milhares de passageiros todos os dias? Mas, como esse é um caos burguês, rendeu até matérias diárias nos jornais, e, pasmem, uma posição nesse ranking.

8 – José Serra quebra palavra e abandona a Prefeitura
Um ano e três meses depois de eleito prefeito da maior cidade do país, o Sr. Serra abandona o cargo para a disputa pelo Governo do Estado. Isso depois de não ter conseguido ser o candidato tucano para a Presidência da República, perdeu essa disputa para Geraldo Alckmin, que também abandonou seu cargo no início de abril. No pouco tempo que durou o seu governo (se é que podemos chamar isso de governo), José Serra não fez absolutamente nada, além de medidas elitistas, como a proibição de mendigos sob um viaduto perto da Av. Paulista, a proibição de shows em estádios municipais e a privatização, agora sendo chamada de PPP (Parcerias Público-Privada), de alguns recursos do município.

7 – A decadência das rádios rock
2006 foi um triste ano para quem gosta do bom e verdadeiro rock’n’roll. A dita “Rádio Rock” começou a tocar porcarias como 50 Cent, entre outros hip hops. Já a dita “Radio Classic Rock” passou a tocar até Strokes na programação. Não que o problema seja uma rádio tocar isso, mas sim a incompatibilidade e a contradição que isso gera com o nome da rádio. Não bastasse essa tragédia, a outra rádio rock, a Brasil 2000, perdeu seu nome, e ficou num chove não molha, sendo alvo de 3 especulações em menos de um ano! Inicialmente seria vendida e se transformaria em Rádio Bandsports (de esportes), depois, se transformaria em Transamérica Hits (pagode e afins), e, atualmente, há o boato que se transformará em Rádio MTV (mais uma rádio jovem). Sem contar a “moda emo”, que se espalhou como um vírus pelo dial, e que não dá indícios de chegar a seu fim. Pois é... Onde pararemos?

6 –Facções criminosas saem às ruas e atacam as forças de segurança
Pode-se dizer que os dois maiores estados do Brasil sentiram medo em 2006. Primeiro São Paulo, com ataques que pararam a cidade em maio. Alguns meses depois, no Dia dos Pais, novos ataques atingiram a cidade, e, no mês seguinte, mais uma onda de violência, essa última a menor de todas. No final do ano, foi a vez do Rio de Janeiro pegar fogo. Isso foi possível graças a presos soltos para comemorar os feriados das mães, dos pais e Natal. A população ficou com medo, causado principalmente pela cobertura da mídia, que para manter a audiência lançavam notícias falsas, sem verificar a veracidade.

5 – Aumentos: a sua passagem, o salário deles
Em 2006 presenciamos 2 aumentos extremamente abusivos: o das passagens do transporte público, e o do salário dos deputados. O primeiro consiste, basicamente, em aumentar a tarifa do metro, dos ônibus municipais e inter-municipais, e dos outros transportes públicos, mais que o dobro da inflação medida no período desde o último ajuste (também abusivo). Isso gera mais uma exclusão, pois já é mais caro que o café, o leite e o pão, juntos! Na contramão, não há melhora dos serviços. Enquanto isso, vimos os nossos deputados eleitos há 4 anos ajustarem os seus salários em mais de 90%, alegando que 16 mil reais é pouco para se sobreviver. Vale ressaltar que os únicos parlamentares que foram contra esse ajuste são do P-SoL, além do Fernando Gabeira (PV- RJ). A justiça cancelou o aumento, alegando inconstitucionalidade. Mas eles já prometem que, em 2007, tentarão novamente. Você vai deixar?

4 – Shalshisha está na USP!!!
Yeah! Depois de fazer vestibulares e mais vestibulares, em fevereiro vieram as boas notícias: passei em 3 faculdades: Unesp (no curso de estatística), UFSCar (no curso de estatística) e USP (em meteorologia). Peraí... Meteorologia? “Que porra é essa?” foi a primeira coisa que passou pela minha cabeça. Fui até lá, ouvi sobre o curso, gostei do que ouvi, e preferi não ir nem para Pres. Prudente nem para São Carlos. E agora quem faz esse blog é um futuro homem do tempo!

3 – Mais e mais denúncias de corrupção no Governo Lula
Replay de 2005? Não! Dessa vez foi pior. Como percebe-se facilmente, não mudou muita coisa de 2005 para 2006: denuncias, cada vez piores, continuavam a atingir o Congresso e o Governo Lula, e o presidente mantinha-se na posição de inatingível. Ao mesmo tempo em que mais denúncias surgiam, a pizza era distribuída, e, mal terminada a primeira, já era entregue a segunda, e assim sucessivamente! Uma triste lembrança do ano passado, mas uma lembrança que, espero eu, sirva para não repetir os mesmos erros num futuro não tão distante.

2 – Franz Ferdinand: duas vezes no Brasil e show histórico em São Paulo
Mais uma vez o vice dessa lista é de uma coisa boa: um show internacional perfeito! No caso 2!!! Mais sobre os shows em breve no post sobre os shows de 2006.

1 – Vitória do banditismo político
Infelizmente, temos, pelo segundo ano consecutivo, um fato nada bom no topo da lista. Vimos pela TV o andamento das CPIs, o nome dos envolvidos nos escândalos, suas caras, as safadezas que eles faziam, eles dançando e salvando seus amiguinhos... Mas na hora de agirmos efetivamente contra eles, no início e no fim de outubro, escolhemos mais uma cambada de anti-éticos para nos representar. Até mantivemos alguns safados, e alguns voltaram para lá, coo o Collor, por exemplo, e o Maluf. Continuamos elegendo os líderes da burguesia para representar seus próprios compadres e seu próprio bolso. O PSDB, o PMDB, o PFL e o PT continuam com as maiores bancadas e o maior número de governadores, além de polarizar uma falsa disputa entre a direita e a falsa esquerda. A esquerda, aliás, diminuiu: de 5, o único partido realmente de esquerda, passou a ter apenas 3 deputados federais. Uma perda muito grande, não só para o partido, mas para a sociedade brasileira. Vimos pessoas a favor de privatizações ganharem importantes governos estaduais, e um traidor vencer a eleição presidencial. Serão 4 duros anos, infelizmente.

Aproveito esse post não para mandar beijos, mas para mandar um fuck para 7 pessoas. Você deve saber se é uma delas.

17 de janeiro de 2007

Retrospectiva 2006 (1 de 5): Balanço

Começa aqui a Retrospectiva 2006. Teremos 5 partes: balanço, fatos, filmes, música, show(s), não necessariamente nessa ordem, e nos moldes da feita há um ano. Vamos a ela?

Dois mil e seis foi um ano que, pessoalmente, considero bom. Não foi um ano perfeito, mesmo porque, isso só deve existir raras vezes para poucas pessoas, mas, no geral, foi um ano legal. Tivemos coisas boa e coisas ruins.

Em janeiro teve o maldito vestibular. Maldito para os outros, pra mim não foi tão maldito, afinal, em fevereiro veio a boa notícia: passei! E lá fui eu pra USP, fazer matrícula, perder o cabelo, ser pichado e obrigado a fazer pedágios e mais pedágios (além de um teste físico, entre outros). Até piquenique e pancadão especiais tivemos!! Também em fevereiro, tive a oportunidade de ver o U2 e, principalmente, o Franz Ferdinand ao vivo no Morumbi. Na faixa!

Em março, começou o grosso do curso, era um mundo novo abrindo as portas. Mas março até que foi tranqüilo, ainda estava no comecinho. Já em abril, o bicho começou a pegar... Algumas matérias, como Vetores, não entravam na minha cabeça. Sem contar as notinhas não muito agradáveis de Cálculo e nas provinhas de Física. Ainda no 4º mês do ano, fundávamos um núcleo do P-SoL: Vila Prudente Mooca Belém. No mês seguinte, algumas coisas melhoraram: virei o jogo em FAP0100 e em Cálculo, mas nem tudo melhorou: em Vetores pode-se dizer até que eu joguei a toalha... Teve também o IAGito, que foi bem legal, tirando o Sumaré no CA, mas isso a gente releva! Detalhe: São Paulo queimava nos ataques do PCC, enquanto voltávamos pra casa, tranqüilos.

Veio o último mês do semestre. Um mês cheio de relatórios e provas. Só na última semana foram 5!!! Mas deu pra passar em quase tudo. Alguns até com boa nota. Só fudeu mesmo na maldita matéria chamada Vetores e Geometria:











Cálculo I
7.0
Física 0
6.0
Introdução às Ciências Atmosféricas
7.0
LAB I
8.1
Vetores
2.2

Terminado o primeiro semestre vieram, em julho, as merecidas férias! Dormir e fazer nada, junto com algumas saídas com o pessoal da faculdade e do colégio. Teve também uma ingrata viagem a lugar nenhum... Mas o mês seguinte trouxe a correria de volta. 5 novas matérias, muita coisa pela frente.

Em setembro o semestre já se desenhava: Cálculo e MAC (Introdução à Computação) iam tranqüilos, em LAB nada se aprendia, Instrumentos estava sussa, e Física acabava com alegria... Coisas tristes também aconteceram nesse mês, e a politicagem se agitava: estava chegando as eleições, “força Heloísa Helena!” Ah sim, também teve um “replay”, muito melhor que o primeiro, do show do Franz Ferdinand, dessa vez solo. Espetacular!

Chegava o mês do meu aniversário. O verdadeiro e o fake, 15 dias antes, aproximadamente. Também chegavam as notas: bem em Cálculo, em MAC e em Instrumentos. Graças a uma cola, bem em Física. E vieram também os 2 turnos das eleições, onde a bandidagem venceu: reeleição de Lula, Serra governador, e o P-SoL elegendo apenas 3 deputados federais.

Bola pra frente, que o fim do ano se aproximava. Em novembro, organizamos uma super festa para o começo do último mês do ano, em meio a provas, provas e mais provas, trabalhos, relatórios, e mais relatórios. Semestre fechado até que melhor que o anterior: nenhuma bomba no Júpiter já era algo a se comemorar! Deu pra virar o jogo em Física, e manter-se bem em Cálculo, MAC e Instrumentos, apesar da prova do Humberto ter sido “aquilo”. Em LAB, nada que uma folha gentilmente emprestada pela Luisa não resolvesse na hora da prova. Tudo terminou bem:















Cálculo II
8.1
Física I
5.7
Instrumentos
7.9
LAB II
7.8
MAC
8.0

E chegava mais um mês de férias! E de festa!!! Dia 2 fizemos a festa do nosso núcleo do P-SoL: “Fim de ano Socialista”. Festa bem legal, apesar de um pouco miada. Cumpriu seu objetivo: arrecadar fundos para construir um bom núcleo. Veio também o Natal e uma desgraçada reunião de núcleo com um cara muito nada a ver. O ano chegava ao fim! Ufa!!! “Que venha 2007!”

14 de janeiro de 2007

Um dia no BBB7 versão Shalshisha

O Gostosão 1 que tá namorando com a Gostosona 1 do nada resolve comer a Gostosona 2 na mesa da cozinha (aquela que gira, num rodopio todo emocionante), em plena hora de almoço de pessoas comuns (que é a hora em que estão todos dormindo).

Mas a Gostosona 1 levanta um pouco mais cedo nesse dia, e, depois de ver a (maravilhosa) cena de sexo selvagem rodopiante na mesa da cozinha, pega uma faca e mata a Gostosona 2.

Só que a Gostosona 2 tinha um caso com o Gostosão 2! Que então descobre e sai na porrada com o Gostosão 1. Os outros 3 Gostosões e 3 Gostosonas ficam se lamentando, e afirmando que com briga nada se resolve, que eles querem paz.

Mas eles são acertados pela ira da Gostosona 1, que ainda estava com uma faca na mão e, como toda gostosona que participa do BBB, não tem nem o tico pra ser companheiro do teco.

Aí todos ficam felizes para sempre.

12 de janeiro de 2007

Então... (13)

Caramba! Chegamos ao 13º então! Numa sexta-feira... 12! Quase... Quem sabe mês que vem eu acerte o dia! =P

Bom, a retrospectiva vai ficar legal, eu acho. Será composta de 5 partes, começando no dia 17 de Janeiro. Confiram!

Hoje teve ato!!! Ato morno, é verdade. Mas cujo final teve extrema adrenalina. Com direito a armas, espingardas, borrachadas, polícia, confusão, pula-catraca destruído, passa por baixo garantido. Enfim, demais!!!

Hoje também terminou a FUVEST. Não vi a prova de matemática, e só olhei por cima a de português, mas dizem que foram levemente mais fáceis que a do ano passado. A de Física, achei o contrário: levemente mais difícil. Conheço pessoas tentando Medicina, Física, Geofísica, Biblioteconomia, Administração, Sistemas da Informação e Jornalismo, além de alguma que eu tenha esquecido. Desejo que todos passem, ainda que não na primeira opção. Fiquem atentos à 2º chamada e vão manifestar interesse por vagas remanescentes!

Nesse espaço, deixo também uma sugestão de música. Não só uma, mas várias. Já é possível ouvir os novos sons do Arcade Fire e do Kaiser Chiefs, e eles estão muito bons! E sugiro também que escutem a cover que o Pearl Jam fez para Love Reign O'er Me, cuja original é do grandioso The Who.

Aproveito as férias para descansar e conhecer o SR (Socialismo Revolucionário, uma das correntes do P-SoL). E você? Quando resolverá agir politicamente?? Já passou da hora.

Informo, em primeira mão, a todos os ex-camarguenses amigos meus, que dia 27 está agendado um passeio/piquenique no Ibirapuera. Preparem-se! Distribuição do que levar pelo companheiro Max. Divulgação diluida. Faça sua parte.

Aliás, dizem que vem pro Brasil Roger Waters, Aerosmith, Placebo e outros. Será??? Será??????? E quanto será o preço? Quem sabe, se não estiver um absurdo...

Deixo hoje beijos e abraços para quem prestou vestibular nesses dias e no mês passado! Boa sorte!

10 de janeiro de 2007

10 anos. 90 anos.

Há exatos 10 anos e 7 dias, acabou um programa da TV Globo que foi um marco na minha vida e na de muitas outras crianças à época. Um programa que não era idiota como os posteriormentes apresentados na mesma TV no horário. Um programa infantil que nào era apresentado por loiras que, se não eram burras, faziam-se de tal. Um programa infantil inteligente e cativante.

Era o fim da TV Colosso, que, entre os anos de 1993 e 1996, foi exibido nas manhãs de segunda a sexta-feira, tendo seu final em 3 de janeiro de 1007. O programa era comandado por cachorros, a principal, Priscila. Também faziam parte da turma JF, Capachão, Thunderdog, Gilmar, o Super-Trio (3 pulgas), entre outros.

Saudades desse tempo, onde até corríamos (eu e minhas primas) para assistir o especial de Natal depois da ceia.

E há quase 90 anos, uma importante Revolução acontecia no Leste Europeu/Ásia. Dava-se início, no dia 23 de fevereiro de 1917, à Revolução Russa, que culminou com a derrubada do czar. Mas a Revolução mesmo veio a acontecer em novembro, quando foi derrubado o Governo Provisório, e Lenin passou a governar, começando a aplicar o Comunismo em terras soviéticas.

Infelizmente, a Revolução não foi completa (não terminou), e teve seu fracasso décadas depois. Ocorreu um desvirtuamento do sentido "socialismo", e o que acabou sendo aplicado foi um totalitarismo, uma ditadura, que muitos até chamavam de socialismo, mas que nada tem a ver com os ideais marxistas.

Edit: como bem dito pelo Moska nos comentários, algumas definições de "socialismo" e "comunismo" estão mal utilizadas no texto. Peço desculpas.

8 de janeiro de 2007

Atitude?

Está muito popular hoje em dia as pessoas terem atitude. É bem verdade que essa atitude é entre aspas, mas poucas (ou nenhuma) sabe disso. Elas tem “atitude” por se vestirem de preto, por gostarem de pessoas do mesmo sexo, por pintarem os olhos, por pintarem o cabelo, por isso ou por aquilo e por outras coisas tão fúteis como as citadas.

O frio dicionário Aurélio diz que atitude é “reação ou maneira de ser, em relação a pessoa(s), objeto(s), etc”. Já a Enciclopédia Larousse Cultural define o verbete como “norma de proceder, comportamento”. Mas não é o simples “ato de atuar” o significado que as pessoas tendem a imprimir à palavra atitude quando ela é usada. Elas pretendem dizer o outro significado dito na mesma Enciclopédia: “ação, conduta, procedimento” ou, mais especificadamente, ainda de acordo com a Larousse, “exteriorização de um intento ou propósito”.

Mas o que mais se vê hoje em dia é uma “atitude” que é apenas uma simples ação, que sempre busca o “eu”, o indivíduo que pratica a ação. Há aqueles que até fazem uma boa ação para os outros, mas a única finalidade é se promover mediante uma esmola.

Temos que entender que a atitude não é do “eu”. Não é algo apenas “meu”, algo que lutamos para conseguir, um algo que apenas servirá para “mim”. A atitude (sem aspas) é “nosso”, é do coletivo. É uma luta pela sociedade, por todos. Não é pelo individual, mas pelo social.

Não temos atitude por usar esse sapato, ou gostar daquela banda, ou beber 5 litros de cerveja em 10 minutos. Temos atitude quando nos posicionamos definitivamente contra as mazelas que afetam a população de nosso país (e de outros também), quando vamos às ruas e fazemos passeatas contra injustiças promovidas não só pelo Estado, mas também por empresas privadas, e até quando nos organizamos virtualmente, por meio de abaixo-assinados, pedindo isso ou aquilo!

Atitude não é pedir shows a preço de banana mas concomitantemente ir em um show que custa 200 reais (ou fazer um show a esse preço). Atitude não é pedir que aquela ou essa empresa lance um novo produto aqui no país cujo preço será altíssimo.

E VOCÊ, tem atitude?
Se a resposta é não, quando começará a se mexer?

Lembre-se: o tempo perdido não volta mais, e enquanto permanecer de braços cruzados, aí na cadeira em frente ao seu computador, a situação só vai piorar.

6 de janeiro de 2007

Decisões Para O Ano Novo

Na falta de um texto melhor, escolhi esse texto publicado no dia 31 de dezembro no Kibeloco. Por motivos maiores (preguiça e a grande tendência da minha conexão cair e não querer se levantar), também não fiz as pequenas alterações que eu pretendia fazer. Ah, o texto que começou o ano passado continua atual, mas seria uma vagabundice tamanha postar o mesmo texto (que nem é de minha autoria) duas vezes, pelo mesmo motivo... Enfim, aproveitem.

Vocês já sabem: fim de ano tem tudo a ver com tradição. E aqui no Kibe Loco, as últimas horas do ano servem para decidirmos tudo aquilo que há de se cumprir nos próximos 365 dias. E, bem, nada melhor que fazê-lo por escrito. É o que vale. Alguém decidiu assim.

Assim, decidi que vou criar o programa mais incrível da história da TV. E que serei mais líder de audiência que jogo do Brasil... digo, da Itália em Copa do Mundo e muito bem-vindo pela crítica. E decidi que, apesar disso, não vou fazer pose desconfortável para a Caras ou dizer para um programa de fofocas que "Fulano é um fofo" ou que "Beltrana é super querida".

Decidi que meu livro vai enfim sair do teclado e ganhar as prateleiras. Que vai conter diálogos mais elaborados que os de Aldous Huxley, mais espontâneos que os de J.D. Salinger, mais gozados que os da Bruna Surfistinha e, ao contrário dos escritos pelo Paulo Coelho, serão em português. E decidi que essa obra vai me dar o Nobel, além de uma cadeira extra colocada na ABL especialmente para mim. Na cabeceira, é lógico. E ainda serei o primeiro "imortal" a usar o fardão de verão, com direito a bermuda, mangas curtas e, claro, havaianas.

Decidi que durante minha entrevista no Letterman, responderei: "Hemingway who?". E para o Jô: "Com licença. Sou eu quem está falando". E para a Luciana Gimenez... não, melhor não ir na Luciana Gimenez.

Decidi que meus desenhos serão descobertos por um olheiro à Andy Warhol, e que os museus de todo o mundo retirarão os quadros do Lichtenstein das paredes para que dêem lugares aos meus.

Decidi reinventar todas as teorias a respeito de buracos-negros e provar cada uma delas, fazendo Stephen Hawking saltar de sua cadeira. Aliás, provar que o Stephen Hawking não precisa de uma cadeira vai me render um Pulitzer.

Decidi pensar novos pensamentos, daqueles que fariam Platão desejar sua caverna e Kierkergaard repensar seu "conceito de ironia".

Decidi que vou ganhar a Medalha Fields, apesar de minhas semelhanças com John Nash se limitarem a ver o que (ou quem) não está lá (ah! e Báskara não é uma dessas pessoas).

Decidi que vou ser igual ao Brad Pitt. Fisicamente, quero dizer. Ainda que pra isso tenha que passar por uma breve cirurgia plástica.

(Ok, talvez não tão breve.)

Decidi que, financeiramente, vou bater Bill Gates. E com esse dinheiro, farei coisas mais excêntricas que apenas inserir joguinhos secretos nas planilhas do Excel. Ou seja, decidi que vão me oferecer uma casa em Tahiti Beach em troca da minha participação em um dos episódios de "Life of Luxury". Que as festas que vou promover nela, com Pixies ao vivo e Tiësto e Paul Van Dyk estapeando-se pelo controle das mesas, serão mais concorridas que as do Hugh Hefner, dispersando sua criação de coelhas.

Mas apesar dessa casa, decidi que Zaha Hadid vai se oferecer para projetar outra para mim. E que vou aceitar.

Decidi que graças a um curso de teatro vou ser contratado para a próxima franquia de sucesso: acima de todos os James Bond, Indiana Jones e Harry Potters que estão por aí. Decidi que, como escritor vencedor do Nobel, vou dar palpites no roteiro e tornar o filme de estréia o mais cotado para o Oscar. E que Charlie Kaufman vai me pedir uma dica ou outra para o seu próprio. Com isso vou ganhar as estatuetas de Melhor Ator e, claro, Roteirista (se bem que essas, só na cerimônia de 2008).

Ah, claro: minha campanha para o lançamento do blockbuster receberá um Leão de Titânio em Cannes.

Decidi que Liv Tyler vai ser minha amante. E/ou a Victoria Silvstedt. E/ou a Linda Fiorentino. E/ou a Salma Hayek. E/ou a Monica Bellucci. E/ou a Lara Flynn Boyle. E/ou a Paola Oliveira. E/ou a Fernanda Lima. E/ou a Ellen Jabour. E/ou a Carol Castro. Não só essas. Não necessariamente nessa ordem. Não necessariamente uma de cada vez. E decidi que o amor delas por mim vai ser sincero.

Se não for, comprarei um que seja.

Decidi que vou descobrir o moto-contínuo, a cura do câncer, da AIDS e a solução para acabar com a fome na África, no Brasil e onde mais houver. Que um de meus discursos selará a paz entre judeus e palestinos. Entre gregos e troianos. Entre Courtney Love, Chris Novoselic e Dave Grohl. Entre João Gordo e Dado Dolabella, que aliás, se casarão no meio do ano. Eu disse "meio do ano".

Também decidi que vou encontrar Osama Bin Laden, descobrir o criador das "bonecas da morte" e achar a Ilha para onde foram Elvis, Ulysses Guimarães, James Brown, Jack, Kate, Sawyer, Hurley, Locke, Sayid e, claro, Mr. Eko. O Rodrigo Santoro eu vou deixar por lá graças a motivos pessoais expostos três parágrafos acima.

Decidi que vou começar um negócio numa área inovadora, nunca imaginada, que vai fazer o YouTube parecer artesanato hippie. E se você não faz ideia do que estou falando, é sinal de que estou no caminho certo.

Enfim... não sei o que você decidiu fazer em 2007, mas ao que parece, ser meu amigo pode ser uma grande idéia.

Feliz Ano Novo!!! E mesmo que você saiba que não vai poder realizar tudo que deseja em 2007, pelo menos tome as decisões corretas.