28 de janeiro de 2006

Review ETECA

Essa parte da retrospectiva vai falar dos últimos 3 anos, mas principalmente de 2005, quando terminou um ciclo: Camargo Aranha.

Foram 3 anos que se passaram muito rápido. Lembro como se fosse ontem que tivesse saído o resultado do vestibulinho, e eu estava lá, no lugar 266, esperando, com uma quase certeza, que eu tinha passado. E passei.

Pela colocação, estive no 1º M/F. Lembro também de como foram os primeiros dias de aula. No primeiro teve uma greve de ônibus, e eu tive de ir de metro com a minha mãe, porque não conhecia esse caminho. Chegando perto da escola, lembro que tinha um pessoal nos bares que gritava: “Óia mais um bixo ae!” ou “Vai ser zuado em bixo”. No segundo dia, que teve a aula mesmo, a 1º aula foi da Cibele. Inesquecível vê-la fazer o Oscar responder a chamada umas 50 vezes, tudo porque ele havia esquecido de responder quando devia.

A Cibele era má. Não chegava a ser uma professora ruim, mas não gostava dela no 1º semestre, talvez porque tenha sido meu único I no Camargo. O mais estranho, é que na 1º aula eu gostei do Rafael, da Patrícia, entre outros, mas no fim-do-ano eu os odiava. O Rafael porque era um filho da puta mesmo, um traíra. E a Patrícia porque no último dia de aula ela me resolveu dar um I que quase (ainda bem que ficou no quase) me ferrou.
Minha professora preferida foi a Irene, de matemática. Doidinha doidinha. Coio, como era chamada. Teve até um time que adotou esse nome para homenageá-la.

Ainda no 1º ano conheci pessoas maravilhosas. Algumas eram da minha sala, outras não. Leandro, Boni, Carol, Paula, enfim, toda a sala era legal, e quase toda ela jamais será esquecida. Adorei estar no 1ºM/F.

Mas aí os professores se sentiram ameaçados devido às panelinhas que se criaram, e resolveram mudar as salas, pensando que isso resolveria o “problema”. Puro engano...
Do F, fui para o B! Mudaram bem, admito. Meu “grupinho” ficou todo separado. Mas ninguém é de ferro, e ainda existiam os intervalos e os momentos antes e depois das aulas pra gente se encontrar.

Também tive aulas com uns professores... O Kazwo era o mais filho da puta de todos. Era um japonês baixinho que quase sempre estava cheirando a bêbado. Era pedófilo e safado também. Você só se dava bem se fosse mulher na aula dele, caso contrário... Lembro-me perfeitamente a pior aula dele. Estava eu no fundo da sala, a Mina a minha frente, chacoalhando uma caneta. Sem ninguém perceber, a caneta estourou, e foi tinta na parede e... na minha cara! Logo que percebi, fui falar com o japonês, e não é que o filho da mãe não queria me deixar sair pra limpar?! Enchi tanto o saco dele que ele falou que eu poderia sair “daqui a pouco”. Fui pra carteira, fiquei olhando com cara de assassino para ele, ele sentiu o medo na espinha (sim, ele também era um covarde) e então me deixou sair...

Também tive aula com uns professores demais! Dalmário, Tania... Aliás, da Tania lembro de uma história que demonstra o quão lesadinha era ela. A sala estava com uma brincadeira de virar as mochilas do avesso, e o Fernando, que queria ir no banheiro, resolveu então deixar a mochila com a Tania, para que ninguém a virasse. Não demorou 2 minutos da saída dele, a mala já havia sido pega, e estava quase totalmente virada. Terminado o “trabalho”, colocamos de volta, pertinho da Tania, e ela sequer percebeu o próprio Fernando retirando-a de lá, incrédulo. Teve também uma greve, tivemos que repor um monte de aulas, mas... não há muito o que falar sobre isso...

Também fiz novos amigos na sala, e mesmo fora dela, ou seja, panelinhas novas surgiram! Conheci a Luanda, o Mauá, a Mari, entre outros, que não esquecerei tão cedo. Também tinha os bixos, um ótimo passatempo!

Fui pro 3º ano, esse está ainda mais fresco na memória, afinal, foi ano passado! Continuei no B, mas algumas pessoas saíram da sala, outras entraram. A maior parte dos professores do 1º ano voltou a me dar aula. Patrícia e Marcos, por exemplo. Com a Patrícia, a história foi diferente da contada parágrafos acima. Passei o ano inteiro a odiando. Mas no final, principalmente depois do vestibular, passei a considerá-la minha melhor professora nos últimos 3 anos.

Sobre os companheiros de sala, não há palavras que os descrevam, mas pude conhecer melhor alguns, e não me arrependo disso. A Gazella, a Mina, o Max, a Dani, o Rato, a Xuxa, a Vanessa, enfim, muitas pessoas que não serão esquecidas tão cedo, algumas jamais. Também conheci muitas pessoas de outras salas que foram muito importantes para mim, e que se incluem no grupo dos que “jamais serão esquecidos”: Mancha, Nerd, Moska, Will, Heitor, e por aí vai.

Também há fatos para serem contados do 3º ano. São muitos, mas para não deixá-los de mãos vazias, pegarei o dia do show do Dirigível 160, a banda do Mário (que Mário?). Todo mundo chorando lá, e eu só vendo eles chorarem. O Amarelo o que chorou!!! Dava pra fazer um rio, hehehe. Foram poucos os que não se emocionaram. Também teve o já tradicional bilharzinho depois do dia. Dia seguinte também foi impagável ver o Frango e o Rato bêbados xavecando (sem sucesso, claro) duas minas, além de ver Max e Mina muito bêbados!
Sem contar que dá saudades de chegar segunda-feira e ouvir o Rato falando que foi no Kazebre e me chamando pra ir lá no fim-de-semana.
Também teve as 2 frases que eu soltei (ambas de humor negro) na aula da Patrícia. A última foi no último dia de aula, em plena prova, quando estava a sala inteira em conversa típica de prova. Até que a Patrícia disse que ia fazer alguma coisa, e o Breno, que estava ao meu lado, disse: “mancada professora”, ao que ele recebe, na lata, saindo da minha boca: “mancada é na sala ao lado, Breno”. Depois de ficar 5 minutos pensando, e enfim entender que eu me referi ao Tião, um professor que é manco, dá aula de Matemática, e cuja sala é ao lado da dela, a Patrícia me lançou um olhar que misturava vários pensamentos, entre os quais: “ele não era assim no 1º ano”, “Eduardo! Não acredito que você disse isso!” e “Como que uma alguém pode fazer uma piada dessas”, ela também tinha uma cara que estava segurando o riso, mas de qualquer jeito, só sei que depois eu não consegui mais me concentrar na prova, hehehe.

Há outras coisas que aconteceram no ciclo que merecem ser contadas aqui.
Eu posso dizer que fui um dos que mais viu a Marilda (diretora)! A vi umas 6 vezes! É né, vivia frequentando aquela parte da escola. Não que eu fosse mal aluno, mas é que eu tinha que ir na sala da Marly (algumas vezes na da irmã da Marly, a Suely) para marcar a tal da orientação vocacional.

Mas por que isso acontecia? Oras, porque quase sempre a Marly faltava! E lá ia eu e o Mauá marcar de novo. E ela faltava de novo, e lá ia nós marcar de novo. E assim sussetivamente. Mas não se enganem. Não foi tempo perdido. Do bolo, a gente ia pro bar, não pra beber, mas pra jogar bilhar. Eu aprendi a jogar bilhar enquanto estava no Camargo! No fim do 2º ano, quando algum professor faltou, eu fui lá no Sparion e joguei bilhar pela 1º vez! Mas o Mauá era novato, e aprendeu comigo (que orgulho!). No início a gente ia jogar bilhar pra esperar a OV, que era de noite, mas aí a gente começou a marcar de manhã, e sempre que ela faltava (o que aconteceu quase sempre) surgia a pergunta: “vamos jogar bilhar?”. Ficamos viciados. Tentamos levar outros ao vício, mas alguns foram, alguns não...

Além do companheiro de bilhar, também teve o companheiro de revolta. Sim, aquela carta que espalharam pela escola, foi o grande Moska que fez. Eu também fiz uma, séria, sem ironia nem nada, mas que foi entregue apenas para a Marly, Denise e Marilda (ou que era pra ser entregue, não sei se chegou até elas).

Também teve um professor maldito, corno, que até ganhou uma comunidade feita com muito carinho para ele. Moyses... O maldito me deu aula de biologia durante 2 anos, e de química no 2º, quer dizer, aula mesmo ele não deu nunca, porque ele não passa de um drogado que acha que consegue dar aula pra alguém, quando na verdade o melhor que ele faz na sala é conversar com o armário, e olha lá. Mas ele não merece mais do que um parágrafo.

Resumindo tudo: vou sentir muita saudade da ETE Prof. Camargo Aranha. Saudade de vestir aquela camiseta com aquele CA atrás, de toda segunda ouvir um “vamos no kasebre?”, da Terezinha saindo da sala toda aula pra comer uma banana, da Irene chamando todo mundo de Coio, de ir passear nas aulas de vários professores, de fazer uma baguncinha quando dentro da sala de outros professores, de ser chamado de “garoto” pela Joyce (isso porque ela estudou 3 anos comigo)...

Também, sempre que eu ver alguém dando uns pulinhos vou lembrar do Ricardo, sempre que eu passar em frente a um posto de gasolina vou lembrar do Max, sempre que eu ver uma pessoa muito estranha vou lembrar do Tiago, sempre que eu ver alguma notícia de Mauá vou lembrar do Luiz, sempre que eu ver o trailer do novo filme da Xuxa vou lembrar da Adriana, sempre que eu ouvir falar em algum rodeio vou lembrar do Lucas, sempre que tiver uma Copa ou Olimpíada na Alemanha vou lembrar do Jefferson, sempre que eu ver um traveco vou lembrar do outro Ricardo, sempre que eu ver um metaleiro muito poser (inclusive se estiver com camiseta do Nirvana) vou lembrar do Vinicius, sempre que eu ver um padre vou lembrar do Heitor, sempre que eu ver um cara tosco vou lembrar do Renato, sempre que eu ver comédias de negros vou lembrar do Bruno, sempre que eu...

25 de janeiro de 2006

São Paulo, 452

Esse post é acima de tudo uma homenagem a essa bela cidade. Mas não uma homenagem tradicional, como aquelas listas que falam os lugares mais bonitos da cidade, e blá blá blá. Essa é diferente, porque lista de melhores é coisa de carioca. Lista de paulista tem que enaltecer o amor, o orgulho, o ódio.
Ah sim, os créditos dessa lista são da Revista da Folha do dia 22 de janeiro de 2006.

O MELHOR LUGAR Para alcançar a "iluminação"
Foi exatamente debaixo de uma figueira igual a esta que Buda atingiu, aos 35 anos, a "iluminação". Localizada no parque da Luz, tem mais de 100 anos e, para abraçar seu tronco, são necessárias 12 pessoas. A espécie é originária da Índia e veio parar no parque graças a Dom João 6º, que em 1798 decidiu criar um ortobotânico com espécies nativas e estrangeiras para extração de madeira. Em ano eleitoral, ótima dica para candidatos a candidatos.

Para maldizer a existência de motoboys
Eles estão por toda parte, mas parecem se multiplicar como "gremlins" na rua da Consolação. O farol fecha e, em poucos segundos, os três que ocupavam a dianteira da pista já são seis, depois 12 e assim sucessivamente, em progressão geométrica. Mudar de pista é uma atitude de alto risco. Nunca se sabe quando nem de onde eles podem surgir. E se você "fecha" sem querer apenas um, compra briga com todos.

Para abençoar a APARIÇÃO de UM taxista
No Jardim Ângela, Shakespeare mudaria o "meu reino por um cavalo" para "meu reino por um táxi". Ali, eles são tão raros quanto diamantes. Por dois motivos: é uma viagem longa (mais de uma hora desde a região central), cara (em torno de R$ 60, só a ida) e, no jargão profissional, "sem volta": retorna-se vazio ou com falsos passageiros, que entram em dupla para fazer assaltos.

Para praguejar contra marronzinhos
Escolha o cruzamento das avenidas Rebouças e Brasil. Sempre há pelo menos um, seja para mandar parar, quando o farol está verde, ou andar, quando o vermelho diz o contrário. Você obedece o farol -está condicionado- e leva multa (ou passa o dia injuriado, achando que levou). Justiça seja feita, no trânsito paulistano é difícil não embirrar com os marronzinhos: por percepção seletiva, o motorista só os vê quando o tráfego está parado (e ele irritado) ou depois de alguma barbeiragem proibida (e ele multado).

Para tomar bolo ou chá de cadeira
As escadarias do prédio da Gazeta, na Paulista, são um clássico: dá para esperar sentado, sem dar pinta de quem levou "bolo" e há sempre o que observar enquanto o tempo não passa: a zoeira dos adolescentes do Objetivo, os atores amadores que se apresentam ali na frente, as greves que atrapalham o trânsito. Se não estiver acontecendo nada, é possível comprar um jornal na banca da frente ou um sorvete de casquinha ali do lado. E esperar.

Para FALAR MAL DE Oscar Niemeyer
Dizem que o arquiteto tem alguma coisa contra o verde -e o Memorial da América Latina parece prova inconteste. É um mar de concreto que, em dias escaldantes, se torna mais inóspito que o Saara. Oscar Niemeyer já argumentou que o espaço livre, sem vegetação, valoriza a arquitetura (é mais ou menos como preferir ficar careca para valorizar o design da cabeça). Ainda bem que ele não pensou nisso quando projetou o parque Ibirapuera.

Para "ver" a poluição
Lugares poluídos não faltam, mas nada mais simbólico do que uma avenida chamada Bandeirantes para ficar literalmente cara a cara com um "patrimônio" da cidade. Escolha a faixa central e fique no banco do passageiro: os caminhões jogam aquela fumaça negra diretamente no seu nariz, você respira fundo e se sente um verdadeiro Anhanguera. Das 23 estações de controle de ar da Cetesb, a de Congonhas (que cobre Bandeirantes e Washington Luís) era a que mais estourava os limites de emissão de monóxido de carbono, produzido pelos veículos. Isso melhorou. Desde 2003, segundo a Cetesb, nenhuma estação ultrapassa mais esse limite. Mas fique tranqüilo, a sensação intoxicante continua a mesma.

Para fingir que está em Paris
Às vezes, a mais parte mais interessante de uma apresentação no Teatro Municipal é o intervalo. Você pede uma taça de prosecco, passeia pelo salão nobre e, com ar existencialista, vai ao terraço. Não vai ver exatamente a Avenue de Opera, mas a vista do Viaduto do Chá é bem bonita. Se estiver frio, melhor: enrole-se em um cachecol usado e diga que comprou no mercado de pulgas.

Para se perder
Caia na conversa daquela "dica imperdível": um amigo falou de uma pizzaria incrível no Brás. E você vai. Mas pega o viaduto errado no parque Dom Pedro e vai parar na Mooca. Pergunta às pessoas no caminho, e ninguém conhece nada. Pede o guia emprestado a um taxista, mas parece que todas as ruas são contramão. Já desistindo, cai numa rua escura e, sem querer, encontra a pizzaria. Nessa altura, a fome é tão grande que você entende por que a pizza é tão incrível assim.

Para soltar a voz
A acústica não é tão boa quanto o boxe do banheiro, mas a motivação para soltar a voz (ou necessidade) é incomparável quando se está no túnel Anhangabaú, principalmente com trânsito intenso. Imagine o Bono Vox cantando para 100 mil fanáticos no Morumbi sem o retorno (aquele aparelhinho para ouvir a própria voz): só ouve o barulho. Tentar conversar no carro, com as janelas abertas, é o mesmo que trocar palavras em um show da banda Motorhead.

Para marcar encontros pela internet
O Conjunto Nacional tem tudo o que você precisa. É fácil chegar, de metrô, de ônibus ou de carro. Tem um café, para iniciar a conversa; uma livraria, para descobrir gostos em comum; um cinema, caso a história evolua para algo mais romântico; restaurantes, se precisar espichar o papo; e uma galeria, para uma digestão culturete. E tem solução para qualquer desfecho: uma farmácia, para comprar camisinha; um hotel com preço honesto na mesma calçada; e policiamento, caso seu amigo virtual se transforme em perigo real. Melhor de tudo: também permite passar incógnito, se um dos dois mentiu deslavadamente sobre a triste figura.

Para exorcizar seus demônios
Dizem que a melhor forma de se proteger contra assaltos na praça da Sé é correr para dentro da catedral. Em princípio, nenhum cristão seria capaz de cometer tal ato dentro da casa de Deus. Mesmo que não funcione -caso o larápio seja ateu ou um neoliberal extremado-, entrar na igreja lava a alma de qualquer pecador. Desde a reforma, em 2002, ela está impecável.

Para PEGAR UM BRONZE
Parque Ibirapuera. A praça da Paz, onde acontecem os shows gratuitos, é uma vasta área verde sem nenhuma árvore que atrapalhe a visão do palco. Portanto, sem nenhuma sombra para se proteger do sol. Na hora do entusiasmo, você nem se lembra disso. Depois, nunca mais esquece. A marca da camiseta o persegue por meses a fio.

Para xingar o juiz
No pequeno e aconchegante estádio do Juventus, na Mooca, dá para escutar até as instruções do técnico. Primeiro, porque o torcedor fica muito perto do gramado; segundo, porque a torcida juventina muitas vezes não chega a mil pessoas.

Para pensar que São Paulo tem mar
Faróis servem para orientar navegantes sobre a entrada de portos ou sinalizar áreas perigosas, como a presença de recifes. Qual seria a função de um farol de navegação em plena São Paulo? O farol do Jaguaré, na rua Salatiel de Campos, tem 23 metros e foi erguido na década de 1930 pelo primo de Santos Dumont, o urbanista Henrique Dumont Villares, com o objetivo de orientar embarcações no rio Pinheiros. Seu relógio não funciona, mas o farol está aberto à visitação pública.

Para ter o carro levado pela enxurrada
Não há seguradora capaz de contestar o sinistro. Ao sentir os primeiros pingos (espere aqueles grandes e pesados), compre pipoca e corra para a região de Aricanduva, mais precisamente para a rua Iemanjá -quer lugar mais apropriado para homenagear a rainha das águas? A água sobe com uma velocidade impressionante, e logo você flutuará como um barco: é hora de subir para o teto e clamar por socorro, já que a correnteza causada pelo transbordamento do Aricanduva costuma arrastar tudo. As bocas-de-lobo, que deveriam levar a água das ruas para o Aricanduva, estão abaixo da borda do córrego e fazem o inverso. Esperto.

Local público para transar perigosamente
Lembre-se, é atentado ao pudor, mas, nesse aspecto, o parque Trianon oferece o pacote completo. É proibido entrar à noite, portanto mais excitante. É preciso pular a grade, portanto mais aventureiro. Na natureza exuberante, o casal pode encarnar Adão e Eva e libertar seus instintos primitivos. Ah, e ainda tem as lixeiras, para jogar fora a camisinha. Sem contar o risco de ser assaltado.

Para DESCOBRIR que o tempo VOA
Aos 18, você preferia descer/subir as ladeiras de Perdizes a pé (santa vitalidade, Batman!) e não de carro: com sua parca experiência ao volante, engatar a primeira e "segurar" o carro o fazia suar frio. Hoje, tudo mudou: subir a pé, seu coração não agüenta; descer é arrumar confusão com as próprias pernas.

Para tomar banho de cachoeira
O melhor lugar é debaixo do elevado Costa e Silva em dia de chuva. Dependendo do lugar, a cachoeira pode lembrar um "Véu de Noiva", em que a água se distribui como renda, ou "Niagara Falls", um jato assustador de toneladas de líquido. Leve em conta o elemento surpresa, pois sua fonte é imprecisa.

Para descobrir onde estão os homens QUE FALTAM
Mulheres vivem reclamando da falta de rapazes disponíveis e se perguntando aonde vão? Estão todos no mesmo lugar: nos bares e casas noturnas da rua da Consolação, entre as alamedas Itu e Tietê. A quantidade (e, quase sempre, a qualidade) é de encher os olhos. O detalhe, que aqui faz toda a diferença, é que a recíproca não é verdadeira. Eles não estão sentindo falta das mulheres. Ali é território gay.

Para sentir o cheiro do campo
Saudade do cheiro da fazenda? Graças à cavalaria da Polícia Militar, ele é garantido na avenida Tiradentes, na área central. Diferentemente dos cachorros, cujos donos são obrigados por lei a recolher seus dejetos, os cavalos da PM vão deixando suas necessidades fisiológicas (bem maiores, aliás) pelas ruas. É campo, sim -minado.

Para se sentir no Rio
Qual a diferença entre andar de montanha-russa no Playcenter e pegar um ônibus no balneário carioca? Bem, na montanha-russa, o carro subir e despencar faz parte da brincadeira e costuma acabar bem. Já nos coletivos cariocas, o chão é o limite e os desavisados freqüentemente beijam a lona. E a semelhança? A adrenalina. Nas curvas, a impressão é a de que o carro (em ambos) vai ficar em duas rodas -e não adianta segurar nas barras de ferro e fechar os olhos ou você vai perder a única coisa que faz o ônibus carioca levar vantagem: a paisagem das praias é muuuiiito melhor que a vista da marginal Tietê.

Melhor rua fantasma de madrugada
Há mais de 400 anos, era o caminho que ligava o colégio dos Jesuítas ao mosteiro São Bento; chamava-se então rua do Rosário. Depois da República, o nome mudou para 15 de Novembro. Hoje, a colméia humana do dia vira cenário de cidade abandonada à noite. Na dúvida, respeite o passado e leve um terço: o lugar é tão deserto que você se assusta com a própria sombra e o eco dos passos.

Para ficar invisível
Faça como os bichos, camufle-se na paisagem. Um bom lugar para isso é misturar-se à massa compacta que atravessa o cruzamento da Paulista com a Brigadeiro Luiz Antônio, na hora do almoço ou do rush, quando o farol de pedestres abre. É ali que os batedores de carteira aproveitam o truque da invisibilidade para incrementar o faturamento.

Para ter um ataque de pânico
Poucas coisas são mais claustrofóbicas do que 1 milhão de pessoas espremidas na 25 de Março -é o equivalente ao dobro da população de Luxemburgo (443 mil) em uma rua. Mas sossegue, isso só acontece em datas comerciais importantes: o movimento normal é só de 500 mil pessoas -quase o dobro da população de Barbados (275 mil).

Para achar frutas de plástico
Mais um ponto para a 25 de Março: é o melhor lugar para comprar não apenas frutas de plástico, mas também barbeador elétrico falsificado, remédio natural para reumatismo, violão chinês, gongo, máscara do Batman, bolinhas de isopor, anão de jardim, gravata do Mickey, camisa da Portuguesa... Tudo o que você não precisa você encontra lá.

Para namorar na praça como no interior
A praça da Matriz, na Freguesia do Ó, tem tudo: a igrejinha, bancos, jardim, pipoqueiro e botequim. Com 144 mil habitantes, a Freguesia ainda conserva certo ar de interior paulista, não à toa. Um dos bairros mais antigos de São Paulo, era na então "distante" Freguesia que os bandeirantes paravam para abastecer antes de enfrentar as longas viagens pelo interior.

Para exibicionistas/ voyeuristas
Sem dúvida, o Minhocão, e em duas vias. De fora para dentro, quem mora nos andares mais baixos dos prédios vira personagem de "reality show" diurno: de carro, no trânsito parado ou perambulando no viaduto aos domingos, é difícil não esticar os olhos para uma das centenas de janelas, onde sempre tem alguém em ação. De dentro para fora, os shows são noturnos e, portanto, mais "hardcore": com o elevado fechado, moradores de rua, notívagos e os praticantes da mais velha profissão do mundo mostram a vida como ela é.

Para se sentir na polinésia francesa
Não é preciso atravessar o Pacífico Sul. Essa pequena e ensolarada ilha deserta fica em plena represa de Guarapiranga, a 2 km da avenida Robert Kennedy, em Interlagos, zona sul. O lugar, originalmente chamado de ilha das Formigas, por causa de suas minúsculas moradoras autóctones, tem duas árvores e um farol, nada mais. Paul Gauguin estranharia a falta de belas nativas, mas não poderia reclamar da praticidade: em 15 minutos de barco, ele estaria em São Paulo. Só não se sabe para quê.

Para despedidas amorosas
Separação tem que ser triste, e a rodoviária Tietê é o cenário perfeito. O ritual do adeus é longo: você pode pegar o metrô com a pessoa amada, carregar suas malas, esperar na plataforma e dar tchauzinho pela janela; com sorte, ele/ela se senta do lado direito, prolongando o adeus até que o ônibus faça a curva e deixe de vez o terminal. Melhor que em "Casablanca" (tem até aquela névoa da cena final, a diferença é que aqui cheira a diesel).

22 de janeiro de 2006

As 10 melhores músicas de 2005

Bom, quem acompanhou as 10 melhores músicas de 2004 já sabe os critérios para amúsica poder estar na lista. Mas mesmo assim, eu os repito. Ela precisa Ter sido lançada como single em 2005, ou até mesmo estar em algum CD lançado durante o ano. Vamos direto a lista.

10 – Cake – The Guitar Man
O Cake é uma banda considerada outsider, porque não se encaixa em nenhum rótulo dado pela imprensa para as bandas e fez essa regravação da música do conjunto antigo Bread. Essa música é da década de 60, se eu não me engano.
Destaque: clipe.

9 – Ira! – Flerte Fatal
O Ira! talvez tenha sido a banda que mais tenha feito falta ao TOP10 do ano passado, mas esse ano eles entram na lista, inclusive com um feito: é a única música em português entre as melhores de 2005 (ou seja, Atoladinha não está na lista!!!). O clipe dessa música, dirigido por Selton Mello, é bem-feito, mas eu a acho melhor sem o clipe.
Destaque: tom da música (grave).

8 – The White Stripes – Blue Orchid
A banda de Detroit continua na ativa, e continua fazendo ótimas músicas. Essa está no último disco lançado pela banda: Get Behind Me Satan, que foi lançado pouco depois da turne que eles fizeram aqui pelo Brasil, onde tocaram (e o Jack White até se casou lá) em Manaus!
Destaque: uma banda tão pequena, um som tão grande!

7 – The Magic Numbers – Love’s A Game
A primeira banda européia da lista. Mas talvez a mais diferente banda das outras. Eles fazem um som lento, mas que não é chato, mas é, principalmente: lindo! A banda mescla vocais masculinos e femininos do Romeo Stodart, da Michele Stodart e da Angela Gannon. Essa música está presente no 1º e único álbum lançado até agora, que leva o mesmo nome da banda, e que contem outras canções lindas.
Destaque: alternancia entre vocais leves masculinos e femininos.

6 – Queens Of The Stone Age – Little Sister
O sexteto californiano voltou com tudo em 2005, e lançaram o excelente álbum Lullabies To Paralyze, dessa vez sem a conpanhia do ex-Nirvana atual Foo Fighters Dave Ghrol nas baquetas.
Destaque: a bateria, contagiante, de Joey Catillo.

5 – Kaiser Chiefs – Everyday I Love You Less And Less
Começou a invasão inglesa na música. Essa banda é nova, surgiu em 2003, lançou seu 1º álbum em 2005, e já tem músicas que já conquistaram o mundo, principalmente essa, que, assim como boa parte das outras, gruda na cabeça, e não sai tão cedo. Também é relacionada com o revival dos anos 60/80.
Destaque: rima feita durante a música inteira (“és”).

4 – Forgotten Boys – Just Done
Revival? Sim. O Forgotten Boys é uma banda paulista cujas músicas são quase todas em inglês. Eles fazem um som que chega a lembrar Beatles e Rolling Stones, Just Done é um exemplo. Essa música foi lançada no último álbum da banda. Há um ótimo riff, além de um belo solo de guitarra.
Destaque: refrão (All of you are looking for some solution / No one can stop us now / We are on revolution / What you're doing now, we've just done)

3 – Audioslave – Your Time Has Come
Os ex-integrantes do Rage Agains The Machine com a voz do ex-Soundgarden continuam na ativa, e continuam facima da média. Eu os considero a melhor banda norte-americana na ativa (depois de Pearl Jam). O 2º CD deles, Out Of Exile, é inferior ao debut, mas mesmo assim possui músicas excelentes, como Your Time Has Come, a mais pesada, e que abre o CD. Infelizmente, essa música, embora tenha sido lançada como single, não tocou nem teve o clipe exibido na MTV... Pena.
Destaque: letra, principalmente refrão (Eu não sei porque estão todos morrendo / Antes da hora chegar)

2 – Franz Ferdinand – Do You Want To
Ano passado eles estiveram na lista, em 5º lugar, com o 1º single lançado por eles, Take Me Out. Agora eles estão de volta, com o 1º single do 2º CD, que, embora enterre muitas bandas, consagrou de vez o Franz Ferdinand, visto que a banda manteve a qualidade do disco de estréia.
Destaque: a banda continua querendo tocar como robo.

1 – Kate Pierson – I’m In Love
Essa música é muito pouco conhecida, infelizmente. Ela é uma regravação de uma música que jamais foi gravada. Mas foi escrita por John Lennon e Paul McCartney, em 1964!!! Mais: ainda que regravação, dá pra perceber que ela é uma música dos Beatles. O ritmo, a letra. Tudo combina com as músicas dos Beatles. Kate Pierson, como fã da banda, acrescenta a música também sua linda voz, que com a letra, fantástica de tão simples que é, formam essa bela e excelente canção.
Destaque: a letra, a vocal, o ritmo à Beatles, tudo!

PS.: Quem quiser alguma dessas músicas, só pedir pelo msn.
PS2.: Qual seria o seu TOP10? Diz ae nos comentários.

19 de janeiro de 2006

Show do U2 (2) + Os 10 melhores filmes de 2005

Show do U2 (2)
Nessa segunda-feira aconteceu a desorganização na compra de ingressos para o show do U2 no dia 20 de fevereiro. Problemas que todos já devem saber, e que não valem a pena serem repetidos aqui. Estava lá, e esse é outro motivo para eu não citá-los. Foi cnfirmada pela (des)organizadora o show do dia 21, também no Morumbi, e a rede de supermercados que vendeu ingressos na segunda não vai vendê-los na próxima venda. Assim, os ingressos serão vendidos, pelo mesmo preço, no Pacaembu, Morumbi e Anhembi. Mais informações devem ser divulgadas na sexta-feira da semana que vem.

Os 10 melhores filmes de 2005

Vamos a mais uma listinha da retrospectiva. Os melhores filmes de 2005. Só contam files que eu assisti e que foram lançados no ano passado: A Fantástica Fábrica De Chocolate, A Queda, Batman Begins, Constantine, Entrando Numa Fria Maior Ainda, Guerra Dos Mundos, Harry Potter E O Cálice De Fogo, King Kong, Kung Fusão, Madagascar, O Chamado 2, O Exorcismo De Emily Rose, O Galinho Chicken Little, O Guia Do Mochileiro Das Galáxias, O Senhor Das Armas, Sin City, Star Wars: Episódio III – A Vengança Dos Sith, Team America. No total, são 18 filmes que podem entrar na lista dos 10+ que começa pelo...

10 – O Exorcismo De Emily Rose
Filmes que mostram uma exorcisão já se tornaram comuns. Geralmente, são porcaria. Mas quando um resolve mostrar uma história verídica que trata apenas de mostrar como aconteceu o caso diante das diversas visões dos personagens dos filmes, e, além disso, mostra um julgamento de um padre, e tudo o que é envolvido, o filme se torna um dos melhores do ano.

9 – Team America
Primeira comédia da lista, embora esteja mais para crítica do que para comédia. É interessante que os efeitos mais toscos podem, com boas sacadas, e uma história legal, fazer uma pessoa rir mais do que outras animações super trabalhosas, ultra-modernas e afins. Boa crítica a uma nação que vive sob o medo imposto por seus governantes. Mostra como são os americanos, mesmo.

8 – Constantine
Talvez esse filme esteja na lista mais por Ter me surpreendido do que por ser bom mesmo, mas ruim ele não é. O modo como a história e contada, e a história em si, atraem as pessoas que nunca leram os quadrinhos originais. Também há as surpresas, que atraem ainda mais, por realmente surpreenderem.

7 – King Kong
Primeiro “blockbuster” da lista. Primeira regravação da lista. Regravação bem-feita merece os créditos. Peter Jackson mostra que não é diretor de apenas um filme (ou uma trilogia) e também pode com esse filme ser definido como um do melhores diretores da atualidade. Jack Black também faz seu papel, demonstrando as ações sinistras de seu personagem, sem contar com a bela Naomi Watts.

6 – O Guia Do Mochileiro Das Galáxias
Três doidos viajando pelo espaço, com uma coisa depressiva junto deles. Sim, o 6º melhor filme do ano. Adaptação do livro homônimo, junto com o humor inglês, que também é sensacional. Também utiliza detalhes dos mais diversos para fazer piada, como, [or exemplo, os golfinhos, cujas acrobacias seriam para nos comunicar que a Terra vai acabar que eles vão embora. Demais!

5 – Batman Begins
Outra super-produção. Essa precisava superar as outras filmagens do homem-morcego, que foram um fracasso, e conseguiu fácil fácil. O ator convence como Batman, e o diretor também se revela muito bom. A história não tem viagens na maionese como outras adaptações de quadrinhos para o cinema. Essa, pelo contrário, tenta aproximar o filme do real, tentando achar algo lógico, e possível, para os “empreendimentos” do sr. Bruce Wayne.

4 – Madagascar
Outra animação que não fez feio, e não tinha nem como fazer. Além da história, cativante, essa possuía aspectos que a faz se sobressair das demais produções do gênero: pinguins malucos. Sim, os pinguins do filme são diversão garntida. São nóias!!! São muito nóias! Confira, principalmente pelos pinguins, que roubam a cena.

3 – Kung Fusao
Esse filme lhe garante muitas boas risadas. Mais que as 3 comédias da lista juntas. E é por isso que aparece nessa posição da lista. Como dis o próprio poster, é uma mistura de Pernalonga, com Tarantino, com isso, com aquilo, enfim, uma salada tão grande que resulta num filme ótimo, com ação, aventura, comédia, romantismo e até drama. Tudo isso num filme só. Quer mais?

2 – A Queda
Poucos devem saber do que se trata esse filme. Principalmente sem o subtítulo, que já explica: As Últimas Horas De Hitler. Esse documentário mostra como uma pessoa na iminencia da derrota perde o auto-controle e consequentemente acaba caindo em desgraça. Também mostra como estava o ambinte no lado nazista perto do fim da 2º Guerra. Confiram, é um filme esclarecedor, e também impressionante.

1 – A Fantástica Fábrica De Chocolate
Esse foi o melhor filme de 2005, e por vários motivos. É uma regravação bem feita, que não deixa nada a desejar em relação a original. Mesmo sendo regravação, foram mudadas parte da história para que ela se contextualiza-se no mundo atual, e isso não prejudicou o filme. O roteiro foi muito bem escrito, e o filme dirigido com primazia pelo Tim Burton. O Johnny Depp mais uma vez provou seu talento, misturando ao personagem original um pouco de Michael Jackson, o que deixou o filme muito mais sinistro. Enfim, um filme nota 10!

15 de janeiro de 2006

Show do U2 + Os 10 principais fatos de 2005

Show do U2
Foram confirmados os 2 shows do U2 em São Paulo, ambos com abertura da banda inglesa Franz Ferdinand. Os shows acontecem dias 20 e 21 de fevereiro (segunda e terça), no Morumbi. Os ingressos de pista custam R$200,00, estudante paga meia. Eu vou! Assim que souber o dia, informo-lhes.

Os 10 principais fatos de 2005
Tentei fazer uma lista menos pessoal possível, porque totalmente impessoal jamais conseguiria.
Essa é uma das novidades em relação à “retrospectiva” feita aqui ano passado. Algumas das partes que estiveram ano passado estarão aqui, algumas não, e talvez haja ainda outros posts novos.
Vamos ao Top 10 doa fatos que marcaram 2005. Puderam entrar na lista (ordem alfabética): atentados em Londres, Corinthians campeão, fúria da natureza, FUVEST, IRA anuncia fim da luta armada, máfia do apito, Maluf preso, mensalão, morte de Terry Schiavo, morte do papa João Paulo II, a nova música inglês, a pizza, PT corrupto, retirada dos colonos da Faixa de Gaza, São Paulo campeão, show do Pearl Jam na América do Sul, vagabundice política geral. Vamos ao TOP 10.

10 – FUVEST
Pois é. A FUVEST 2006 surpreendeu muita gente. A prova se tornou muito difícil, chegando a ser chamada por vários coordenadores de cursinhos de “elitista”. Quem a fez, se decepcionou.

9 – Morte do papa João Paulo II
O mundo se emocionou. João Paulo II estava com a saúde já debilitada, já havia sobrevivido a atentados, levado tiros, mas a vida vai indo, até que um dia tem que terminar. E o chamado “papa da paz” viu sua hora chegar. Acredito que esse papa tenha sido um papa importante para a história recente. Foi substituido pelo alemão, ex-nazista. Saudades de João Paulo II...

8 – Atentados em Londres
Convenhamos: isso aconteceria mais cedo ou mais tarde. A Inglaterra, nas mão de Tony Blair, tornou-se um fantoche para George Bush. Lamento apenas que o atentado tenha ocorrido pouco depois de um grande evento que pedia ajuda para os países pobres... Tanto o atentado, quanto o evento, não resolveram muito: o crime no Iraque continua, e nenhum passo significativo foi dado para o fim da pobreza nos países pobres.

7 – Maluf preso
Ah, vai falar que você não gostou de ver um dos políticos que mais roubou nesse país atrás das grades? Ainda que poucos dias. Agora só faltam os ACMs, os Zés, os Genoinos...

6 – Máfia do apito
Alguns podem até dizer que sempre existiu a “compra de árbitros”, mas nunca isso havia chegado ao público com tamanha divulgação como em 2005. Onze jogos foram repetidos por terem suspeitas de mudança indevida de resultado. Foi uma lambança geral, principalmente porque, seja qual fosse a solução adotada, não conseguiria limpar a sujeira que o sr. Edilson de Carvalho, Roberto Fayad, e outros haviam lançado por toto canto.

5 – PT corrupto
Essa talvez tenha sido a mais surpreendente, se não foi, é com certeza a mais chocante. O partido que se dizia o “único partido ético no Brasil” foi um dos que mais roubaram. Não roubaram só dinheiro, mas também a consciência de deputados e senadores. Pior, ainda tentaram se defender, falando que apenas fizeram caixa 2. Oras, AMBOS SÃO CRIMES!

4 – A Pizza
Mas, mesmo alguns já declarando culpados, admitindo, a pizza existiu! Ou você não viu que o Sr. Dep. ROMEU QUEIROZ foi absolvido, por um “acordão” para salvar os acusados, mesmo tendo dito para que todos pudessem ouvir que recebeu dinheiro indevido. Como já disse: começou a pizza, virou Brasil!

3 – Fúria da natureza
A natureza continuou a “rebelião” em 2005. Para quem acha que devemos apenas usá-la, até que ela acabe, 2005 foi um ano no mínimo para chamar a atenção. Katrinas, tsunamis, Rolling Stones no Iêmem, chuvas torrenciais em todo o mundo, secas, até na Amazonia. Acordem! Precisamos parar de destruir o planeta. Infelizmente, um dos maiores poluidores ainda não se deram conta disso...

2 – Show do Pearl Jam na América do Sul
Preciso comentar?

1 – Vagabundice política geral
Não bastasse os “mensalões”, os “acordões”, os “mensalinhos”, os senadores, deputados federais, deputados estaduais e até vereadores, sem contar os ministros, secretários, presidentes, prefeitos, governadores, tiveram um ano muito POUCO produtivo. Poucos projetos postos em votação, projetos esdrúxulos, roubalheiras... Só porcaria no Congresso Nacional, principalmente. Libera-se verbas para conseguir um presidente da Câmara governista. Mente. Diz que não sabe. Diz que é traído. Bandalheira geral. O pior é que esse ano eles extrapolaram: não trabalharam o ano inteiro, pediram o já tradicional “trabalho no recesso”, para ganhar seu salariozão em dobro, e o pior, nesse período trabalharam como o ano inteiro, ou seja: não fizeram porra nenhuma. O sr. Ricardo Izar, por exemplo, líder do Conselho de Ética, foi a favor do “trabalho” no recesso (que já é longo demais, inclusive), porém, foi ele quem deu folga pro Conselho de Ética. Depois, falou que não receberia o salário extra. Não recebeu? Mas é claro que como as outras promessas essa não foi cumprida. Ele recebeu o salário. 2006 é ano de eleição. Verbas serão soltas para garantir a reeleição. Não se engane. Vote certo. Ou pelo menos não vote errado. Vote nulo.

12 de janeiro de 2006

Review FUVEST 2º Fase parte 3

TERMINOU!!!! SIM, TERMINARAM AS PROVAS!!!
Hoje foi a última, de Matemática.

Das 10 perguntas, eu fiz 4, ou seja, de 40 pontos, o máximo que eu faria era 16.
Desses 16 pontos, eu fiz 11. As perguntas que eu fiz: uma era de volumes, bem complicada, uma outra envolvia porcentagem, MUITA porcentagem, uma era sobre a área de um tapete, e a outra tinha trigonometria e matriz.

Mas o que eu não me conforme, de jeito nenhum, é que haviam duas perguntas que eu estava fazendo, naquelas, e achei que estava só fazendo merda, então desisti, porque não achava nenhum outro jeito. Quando chego aqui em casa, eu vejo que eu acertaria...

EU SOU MUITO BURRO!!! MUITO BURRO MESMO!!!

Enfim...
Fazendo as contas:
44 no ENEM, que normalizado vai para 69,85.
47 na 1º fase da FUVEST, que com o ENEM vai para 51,6, e normalizada para o sistema da FUVEST vai para 82,56.
Na prova de Português, fiz 15 pontos, mais a Redação.
Na de Física, foram 23 pontos.
Na de Matemática, foram 11 pontos.
Somando os pontos da 2º fase, foram 49 em 120 (mais do que isso, porque não estou contando a Redação).
Fazendo as contas, estou com 470 pontos, podendo chegar aos 542 caso eu tire a nota máxima na Redação.

Será que dá?

PS1.: Não percam o próximo post, que terá o começo da retrospectiva 2005.
PS2.: Também falarei sobre o show do U2 e Franz Ferdinand.

11 de janeiro de 2006

Review FUVEST 2º Fase parte 2

Hoje foi a prova de Física da FUVEST 2º Fase. Cada pergunta vale 4 pontos.

A 1º pergunta era de lançamento vertical. Errei o item A de bobeira, mas talvez ganhe pontos nos itens B e C devido ao raciocínio, que estava correto.

A 2º pergunta, também dentro da Mecânica, envolvia Estática, o conteúdo que eu menos sei. Mas como o item A era muito fácil, não zerei essa questão.

A 3º pergunta era talvez a mais fácil, envolvia Cinemática e Dinâmica. Força pra lá, gravidade pra cá, fiz os 4 pontos nessa.

A pergunta 4 estava complicada. Mas, nos desenho de Óptica, acertei 2 alternativas, fazendo assim 2 ou 3 pontos.

A pergunta 5 envolvia Hidrostática. Talvez eu tenha acertado o item A, que eu lembro de uma resposta parecida. De qualquer maneira, talvez eu tenha errado, talvez não. Os itens restantes, negação geral.

Na pergunta 6, que abordava Ondulatória, estava fácil. Mas errei de bobeira a última pergunta (embora eu ache que foi o pessoal do Objetivo que errou). Acertei os itens A e B. 3 pontos.

Na pergunta 7, que abordava Física Moderna, mais especificamente o Urânio, acertei o item A, mas errei os outros, na pergunta que foi provavelmente a mais difícil da prova (principalmente por ser a FUVEST que lhe dava o conceito para criar a fórmula).

Na 8º questão, essa envolvendo Elétrica, acertei uma das 4 alternativas (talvez 2, não me lembro da minha resposta na B), e fiz então 1 ponto.

Na 9º questão, também envolvendo Elétrica, mais especificamente Eletrodinâmica, fiz todos os gráficos pedidos, e acredito que os fiz de modo correto, sendo essa a outra pergunta na qual eu acertei 100%.

Assim como na última pergunta, sobre Eletromagnetismo, na qual eu também acertei todas as alternativas (4), e fiz os 4 pontos que eu poderia fazer nessa questão.

Assim, somando tudo, fiz aproximadamente 22 pontos, dos 40 máximos.
Falta ainda uma prova, amanhã, de Matemática.

8 de janeiro de 2006

Review FUVEST 2º Fase parte 1

Pois é, lá se foi mais uma prova, a de Português e Redação da FUVEST. Ainda não comparei as respostas, mas assim que o fizer, posto aqui, portanto, o que se segue são suposições.

A prova era de 10 perguntas, todas com 2 alternativas cada. Cada pergunta vale 4 pontos, totalizando 20 pontos, que, com os 20 da redação, formam os 40 da prova como um todo, que se somam à da 1º fase, à de Matemática e à de Física para se chegar no resultado final.

Eu esperava uma prova nesse estilo, nesse nível de dificuldade. A Redação foi bem mais fáicl que a do ano passado, embora o tema ainda seja meio complexo: Trabalho. Não vou mentir, não gostei de minha redação, mas eu acho que ela me garantirá bons pontos.

Sobre as perguntas, elas também estavam (ou pareciam estar) mais fáceis que a prova do ano passado. Haviam 4 perguntas sobre os livros da FUVEST, e as outras eram todas baseadas em textos, ora de gramática, ora de interpretação.

A parte mais curiosa, talvez, é que depois da pergunta sobre O Primo Basílio, único livro que eu não li, me deu vontade de ler o livro. Ah, também dei um pouco de sorte: não caiu pergunta do Sagarana. Eba!!!

Editado:
Já saiu as respostas dos cursinhos. Fiz 14,5 alternativas certas (eram 20). As outras 5,5 dependem do corretor, porque não sei se elas estão completamente erradas. Vejamos.

6 de janeiro de 2006

Review UFSCAR

Hoje terminou a sequência de provas da UFSCAR.
Anteontem, foi a prova de Português, Inglês e Redação, ontem foram as provas de Quimica, Matemática e História, e hoje foram as provas de Biologia, Física e Geografia.

Na primeira prova, composta por 12 testes de Português, 4 testes de Inglês, 8 perguntas dissertativas de Português, outras 4 de Inglês, além da Redação. Em Português, fui bem, errando apenas 2 das objetivas e acertando 10,5 alternativas (cada pergunta tem 2 alternativas). Em Inglês, errei 2 nas objetivas, e acertei todas as discursivas. A Redação, cujo tema era Guerra, foi, eu acho, muito boa.

No segundo dia, a prova era composta por 10 perguntas objetivas e 5 dissertativas de Química (das quais acertei 3 objetivas e 0,5 na dissertativa, cujo valor máximo era de 10), Matemática (3 e 2,2) e História (6 e 6,3). Curiosamente, eu sempre odiei História, e não sei nada (ou quase nada) da matéria. Preciso comentar mais alguma coisa?

Hoje, 3º dia, as provas seguiram o mesmo esquema do dia anterior, mas as matérias eram Biologia, que eu não sei nada, graças a um professor muito maldito, filho da ...., e acertei 3 objetivas e 5,5 (belos chutes, por sinal) nas outras, Física, que, como a maioria sabe, eu estudei pra caramba, e acertei 6 (em 10) e 3 (em 10) - por mais que pareça ruim, nas objetivas só errei as que eram de teoria, e errei porque estava em dúvida, e nas outras 7 dissertativas eu errei por uma besteirinha - e Geografia, que, ao contrário do esperado, eu fui ruim, acertando apenas 2 nas objetivas - a maioria das que eu errei eu estava em dúvida entre duas opções, e fui na errada - e, curiosamente, 6,2 na dissertativa.

Pois é, UFSCAR já foi, e acho que eu só passo lá se eu estiver com o cú virado pra lua...
Que venha FUVEST. Dia 8 é a de Português e a Redação e dias 11 e 12 são as de Matemática e Física. Agora eu fui, porque ainda tenho muito o que estudar...

See ya!

5 de janeiro de 2006

De um palhaço para o presidente

Esse texto foi publicado na página A3 co caderno principal da Folha De S. Paulo. É de autoria de Hugo Possolo, 43, dramaturgo, ator e diretor de teatro, palhaço do Grupo Parlapatões.
Finalmente, deixo de ser palhaço ruim para não me parecer com um presidente. É bem melhor ser palhaço de verdade
As elites orquestraram para que eu me tornasse palhaço. O complô da mídia me vestiu roupas largas e sapatões e pintou minha cara. Impuseram-me o papel de idiota. Eu, que não sabia de nada, me senti traído. Apenas fui levado por companheiros de 30 anos de luta que, agora percebo, queriam que eu fosse absolutamente ridículo.

É verdade que, no começo, assumi e dei uma festa no apê. Distribuí metáforas com cara de aforismos e desaforos para quem quisesse ouvir. Afinal, o palhaço pode tudo. Inclusive rir das piadas recicladas que fazem a meu respeito. Sobre o dedo que me falta, o conhecimento que me falta e até sobre a honestidade, que também me falta.

Tudo bem, até que um cantor de ópera bufa fez sua cena de ópera de sabão. Delatou, debaixo de nossa honrada lona tombada pra baixo, que alguns deputados recebiam uma mesadinha extra. Apoiei-me na velha máxima de que ser palhaço é fácil, mas que o difícil é levar isso tudo a sério.

O canastrão de olho roxo logo passou a ser o pop star da nação. Bandido sempre deu mais ibope na televisão. E todo mundo grudou a vida na TV Senado. Encenação com ares de megashow. Fiquei enciumado.
Revidei com o publiciotário. Só que a propaganda premiada do gênio da lâmpada teve a esperteza de divulgar que o dinheiro bom é aquele não-contabilizado que está bem contabilizado nas contas do exterior. E depois, o palhaço sou eu!

Fiquei vesgo, em pânico, com a cara da Sol. Chorei a minha vontade de morar em Miami, onde os americanos falam português. Não deu certo. Afinal, eu também não falo português. Tornei-me um palhaço preconceituoso só porque não vi o beijo gay.

De repente, baixou o clero esclerosado e o presidente da câmara de pneus furados não pagou a conta do restaurante. Veio o dono, passou a fatura e mandou a vida severina pro futuro distante da eleição. Nada de renunciar aos votos do povão. Porque, cá entre nós, coronel burro nasce bóia-fria.

Pisei em ovos. Aí, meus deputados pegaram a gripe do frango e caíram na farra com as galinhas. Mas a cafetina garantiu que eram apenas recepcionistas. Eu preferia que meus deputados estivessem com a febre aftosa. Assim, eu exterminaria o rebanho todo.

Entrei pelo cano de um valerioduto. Caí no buraco negro das pesquisas em que até vampiro ganha de palhaço. Desanimado, comprei uma cueca nova na Daslu. Enchi a danada de dólares e fui gastar na Daspu. Minha bengala típica de palhaço foi enfiada na cabeça de meu pupilo, que agora diz que não sabe se vai votar em mim.

Aproveitei para ver um filme de piratas, que eu adoro saques. Só que me trouxeram os dois filhos do rio São Francisco. E eu boiei. Um padre fez greve de fome e não me deram mais DVD para eu ver, nem nos entreatos.
Citei o futebol, mas a ficção se tornou realidade. Juiz ladrão não é só o que rouba na construção de tribunais.
Ainda tenso, rebolei para francês ver. E quem faturou foi a gravadora do meu artista ministro, curiosamente o grande destaque da festa.

E já era Natal. Enquanto o rei cantava que quer ter um milhão de amigos, meu vice leva um milhão em camisetas. Recebe em grana viva, coisa muito comum para quem não quer saber de onde veio o dinheiro.
Profetizei o velho chavão, de um chavista que sequer trabalha no SBT e não quer saber de políticas globais. Usei a frase de defeito:

- Nunca neste país teve tanta palhaçada mal feita!

Até esta Folha esculhambou-se, neste espaço, onde escrevem ilustres figuras da República, permitindo que um palhaço qualquer fizesse seu deboche.

A coisa estava ficando séria. Então, senti meu nível cair demais. Não comando nem o carrinho de pipoca da Disney. Sou um personagem terminal com um imenso ano pela frente.

Decido, então, fazer a mudança que prometi. Finalmente, deixo de ser palhaço ruim para não me parecer com um presidente.

É bem melhor ser palhaço de verdade.

Já sei! Vou quebrar meu sigilo bancário. Assim, todo mundo saberá que, além do nariz, eu também tenho a conta no vermelho. O vermelho que desbotou da estrela é bom para quem quer ter vergonha na cara.

Sabe, senhor presidente, é tão bom reconhecer-se ridículo, sem a dignidade aparente. É bom ser livre, ainda que no pensamento. É bom dormir com a consciência tranqüila.

Não sei como é para o senhor. Às vezes, repasso um pesadelo que não é só meu. Como escreveu Eric Bogosian, na adaptação de Aimar Labaki: "De uma nuvem esfumaçada, vestida numa roupa sadomasoquista, surgirá Regina Duarte me cravando por trás. Arrepiado, sinto sua mão suave subir até a minha nuca, enquanto ela sussurra quente ao pé do meu ouvido:

- Perdeu o medo? Agora perde a esperança!"