29 de outubro de 2007

Que tal continuar em Brotas?

Acho que eu nunca tive um dia tão ruim depois de um fim-de-semana tão bom...

De cara, me vem uma nota horrível, e que eu não podia, de jeito nenhum, tirar. Em seguida, vem um balde de água fria no banco, seguido do cartório. Some a isso a quase eliminação da minha equipe, por W.O., e aí você já enxerga a silueta, que indica o tamanho da merda que foi meu dia...

Que tal voltar pra Brotas? Me divirto e esqueço dos problemas, com ou sem gotas de álcool descendo pela minha garganta. Lá, elas não foram necessárias.

23 de outubro de 2007

Full

As próxima semanas bombarão! É chegada a época sem provas, ou a época do saco cheio, e que coisa melhor para curtí-la do que festas, viagens e muito, mas muito, descanso!

Infelizmente, há até muita coisa pra fazer em pouco tempo, mas mesmo assim, serão duas semanas (ou mais!) para descansar! Segue uma pseudo-agenda:

Sexta (26/10) --> Última rodada da 1º fase do TIF. Jogo principal: Turma do Didi (meu time!) X Salamagem! Bora Turma, acabar de vez com os salames, mesmo sem a minha presença!!!

De sexta (26/10) a domingo (28/10) --> Viagem a Brotas! Vai ser bem loko!!!

Quarta (31/10) --> Bora beber? Diz que sim! Diz que sim!

Quinta (01/11) --> A primeira Quinta & Breja do mês de Novembro. Pena que eu não vou...

Quinta (01/11) --> Trashêêê!! Vou, com uns amigos (você, caro leitor do blog, está mais do que convidado), comemorar meu aniversário numa das melhores baladas de Sampa!!! Vai ser demais!

Sexta (02/11) --> Levanta Defunto! Festinha/churras na casa do Cauã, com o pessoal do IAG! Pra variar, vai ser foda!!!

Sábado (03/11) --> Fest Comix! Eu, a Beth, e quem mais quiser ir no evento. Vou aproveitar pra completar minha coleção de mangás de Dragon Ball Z!! \o/

Sábado (03/11) --> Aula de volante. Ficar duas horas fazendo baliza... Mas faz parte!

Sábado (03/11) --> E pra fechar o dia, ainda vou pra casa do meu pai. Vai ser legalzinho.

Enfim, vai encarar essa maratona??? Chega mais que o bagulho vai ser fodástico!

21 de outubro de 2007

Números, números, números!

Wahoo!!! Amanhã tem a P2 de Cálculo Numérico!!!

Sim, estou comemorando essa prova, porque, além dela ser a última do mês, é uma prova que eu tiro nota. Preciso de apenas 5,2 para já passar nessa matéria, e, apesar dessa parte não ser fácil, estou confiante de que conseguirei tirar mais do que isso, graças ao professor, que é um excelente professor e que também não faz uma prova foderosa!

E depois dela eu volto com mais posts, tenho muita coisa pra colocar aqui, mas falta tempo para isso... Até logo.

12 de outubro de 2007

Física? Oh no!! (2)

E quarta lá vem a bomba número dois.

Estratégia mudada: não fui mais em quase nenhuma aula, e estou estudando por um outro livro, que é melhor que o livro-texto, pelo menos. Será que funcionará? Espero que sim...

Aliás, o hosróscopo de anteontem até que acertou. A quinta-feira foi tranquila, mesmo com uma prova meio difícil de Cálculo 4. Teve avaliação da Profa. de Algelin e eu finalmente coloquei pra fora tudo o que eu queria. E ainda fomos à Quinta & Breja! Foi bem divertido.

Ploft. Vrum. Vrum. Breque. Vrum. Tchau.

10 de outubro de 2007

Rumo ao fim! (3)

Amanhã tem um novo capítulo que nos aproxima do fim da história chamada Cálculo.
É dia da P2, e, se tudo ocorrer conforme indica, será mais ou menos tranquilo.

Minha nota na P1 foi 5,6. O maldito 5,6 que eu já vi na P1 de Algelin e em algumas listas. Que perseguição!



Agora fui, até sexta. Porque, depois de uma prova e de uma revisão de prova com uma vaca mal-comida dançarina, eu precisarei ir beber...

8 de outubro de 2007

Um livro didático do bem ou do mal?

Recentemente, o jornal O Globo publicou um artigo do sr. Ali Kamel (funcionário do alto escalão da Rede Globo), o qual atacava ferozmente o livro do sr. Mario Schmit, dizendo que o livro era imparcial e que apoiava regimes ditatoriais, principalmente os de esquerda. Poucos dias depois, a Folha de S. Paulo e o Estado de S. Paulo, os dois maiores jornais da mais populosa capital do país, também publicaram textos que atacavam o livro e seu autor. O MEC, devido às pressões desses e de outros meios de comunicação, resolveu adotar a proibição do uso do livro por professores.

Eu, sinceramente, nunca utilizei o livro, porém, já aprendi que não devo confiar muito em opiniões da grande mídia, pois quase todas se resumem apenas em decidir o que lhes é ou não lucrativo, seja capitalmente falando, seja ideológicamente falando. Portanto, fui atrás de alguns relatos, confiáveis, de quem já usou o livro.

Pretendo ser imparcial e, portanto, não postarei o texto, trechos dele, de autoria do sr. Ali Kamel, nem os veiculados na Folha e no Estado. Eles já tiveram divulgação e circulação demais. O primeiro texto desse post é de um professor, do Rio de Janeiro, que utiliza este livro. O segundo texto é de um amigo meu, também do Rio de Janeiro, que utilizou esse livro em sua passagem pelo 1º grau. O terceiro texto, por fim, reflete a opinião de um grande amigo meu, que também utilizou o “Nova História Crítica”, e que atualmente é filiado ao P-SoL. Por fim, a resposta do autor aos jornais que o criticaram e à sua obra.

"Nova História Crítica" - Carta aberta ao "O Globo"
WALLACE CAMARGO

Sobre a veiculação pelo jornal “O Globo” de críticas ao livro “Nova História crítica”, gostaria de fazer algumas ponderações.

Em primeiro lugar, digo que o “Stalinismo” deve ser combatido em qualquer espaço como o “irmão” siamês do nazismo ou de qualquer doutrina que pregue ódio e seja responsável pela morte de um ou de milhões de seres humanos, como é o caso destes sistemas citados.

Pois então vejamos, que a crítica baseada em “erros conceituais” não existe. O que ocorre é que este autor desenvolve em uma linguagem adequada à idade dos jovens, a crítica a uma maneira de ver a História de forma neutra, perfil da grande maioria dos livros didáticos disponíveis no mercado.

Quando o autor abre espaço para a comparação de conceitos sobre o Socialismo e Capitalismo, fica clara a dificuldade em demonstrar as vantagens do sistema hegemônico nos dias de hoje. Aliás, é possível verificar a partir de dados oficiais, que o sistema capitalista não conseguiu em seus mais de quinhentos anos, solucionar os problemas mais básicos da humanidade, como a fome e todas as suas mazelas sociais, em qualquer parte do planeta.

Os argumentos utilizados pelo jornal são frágeis, e uma leitura atenta a reportagem do dia 19 de setembro, permite até mesmo aos não informados sobre a querela, encontrar contradições. Como na própria citação sobre Mao Tse Tung, que para o jornal o autor demonstra enaltecimento, fala que este, para os não membros do partido comunista, Mao Tse Tung não passa de um ditador.

Utilizo este livro didático há alguns anos, como milhares de outros professores e posso afirmar que não há erro conceitual ao demonstrar simpatia a um tipo de interpretação histórica.

É preciso apresentar o fato histórico sobre todos os pontos de vista, o que o livro faz, mas não é possível incorrer no gravíssimo erro de acreditar que exista neutralidade científica, nem mesmo no jornalismo isto é possível.

O ensino de História enquanto disciplina escolar no Brasil, sempre se baseou na mera descrição de fatos Históricos, apresentados enquanto verdade absoluta e tentando fazer crer que as personalidades históricas são grandes Heróis e os representantes político-institucionais são apresentados como os únicos agentes ou sujeitos da História.

Dentre alguns dos grandes méritos do “Nova História crítica” é o de demonstrar que os marginalizados do processo político brasileiro podem deixar a sua condição de “subordinados” ou “vencidos” , à condição de atores sociais protagonistas do processo histórico em construção, em busca da cidadania plena.

É preciso esclarecer que um livro didático é uma das muitas ferramentas da formação escolar, mas não é a mais importante, pois se fosse decisivo para detectar qualidade de ensino, certamente aquelas escolas que se utilizam do mesmo material, teriam a mesma proporção de qualidade de ensino, o que não é verdade que aconteça.

Chego a pensar que a polêmica possa estar sendo motivada por uma possível insatisfação de editoras multinacionais que dominam o mercado de livros didáticos brasileiros, com o espaço alcançado pela obra publicada por uma editora nacional de menor tamanho. Será que é correto para a formação da juventude brasileira, ter uma parte de nossa cultura nas mãos do Capital estrangeiro?

Alguns setores conservadores da sociedade brasileira como os “Monarquistas” já demonstraram há alguns anos sua insatisfação com a abordagem do autor, ao demonstrar a incoerência do regime monárquico, onde uma nação trabalha para que alguns vivam às expensas daqueles que são produtivos.

O que faz esta polêmica alcançar duas páginas de um dos maiores jornais do país, mais um artigo de um escritor, e mais um comentário do cineasta Arnaldo Jabour?

Será a preocupação sincera com a qualidade da educação no Brasil? Acredito que as afirmações (e não o debate que até agora não houve) estejam pautadas na intolerância, pelo fato do autor Mario Shimidt demonstrar as contradições de um sistema que politicamente e moralmente está desgastado, e economicamente não é capaz de promover à ascensão dos bilhões de deserdados e excluídos da festa capitalista que reproduz diariamente trilhões de dólares às custas da fome , das mazelas sociais e do esforço dos trabalhadores.

Preciso dizer que não conheço o autor, nem possuo nenhum tipo de relacionamento com a editora. A escola privada em que utilizo este material didático de ótima qualidade, inclusive resolveu há mais de um ano se associar a uma grande rede educacional do Rio de Janeiro que produz seu próprio material didático promovendo a substituição dos livros em todas as disciplinas.

Como educador me preocupo com as “verdades” supostamente absolutas veiculadas pelos meios de comunicação de massa, como a TV, com uma programação que deseduca, na medida em que vincula sua programação ao consumismo e a apatia, frente aos descalabros da política institucional, legitimando este sistema que já dá sinais de esgotamento.

A escola brasileira não possui a qualidade que sonhamos, mas não por causa dos seus educadores, em sua grande maioria comprometidos com aquilo que acreditam ser o melhor, não por causa deste ou de qualquer material didático, mas por uma série de fatores dentre os quais destaco, a falta de investimento público, a má formação docente e principalmente, pela associação do seu currículo aos “nobres” desejos do mercado.

Não defendo o livro por mera simpatia, mas defendo-o por uma concepção de educação que não esteja amarrada a “visão de mundo” dominante.

O educador Paulo Freire dizia que “a cabeça do oprimido contém a cabeça do opressor”, e é para que isto não continue acontecendo, que eu desejo que pelo menos, o espaço nos meios de comunicação não seja desproporcional.

Wallace Camargo, 37, é professor de história no Rio de Janeiro.

Nova história Crítica.
ALEXANDRE CRUZEIRO

Nova história crítica é um livro didático que é famoso pelo seu grande sucesso entre os professores e escolas. Há pouco tempo atrás, o livro foi alvo de críticas pelo famoso jornal O Globo (das corporações Globo). A grande corporação atacou o livro com duras críticas que, na minha opinião, foram infundadas.

O livro tenta ensinar de um modo diferente, sem aquelas datas enfadonhas dos livros costumeiros de história. O livro faz o aluno pensar, refletir, sem aquela decoreba chata de sempre. Talvez por isso o livro tenha chamado tanta atenção dos professores no Brasil, afinal, a escola deve ensinar a compreender o mundo e não a ser mais uma marionete sem pensamentos próprios.

As críticas da Globo foram injustas com o conteúdo do livro. Diferente de uma reportagem verdadeiramente jornalística, o conteúdo foi seletivo e tendencioso às metas do jornalista. O Autor foi acusado de comunista, porque não conseguiu se manter imparcial ao impasse comunismo x capitalismo, também, pudera, como é possível demonstrar imparcialidade quando um dos participantes é o sistema decrépito, hegemônico dos dias atuais. Acusou também de proteger a Stálin e Mao-Tse-Tung, dizendo que o autor afirmou que esses foram populistas.

O texto talvez tenha sido tendencioso, não por vontade de alienar os pequerruchos, mas sim por não ter como ser educativo, da maneira que ele se propõe, e ao mesmo deixar de lada todo e qualquer tipo de opinião pessoal.

Sendo assim, essa perseguição, não pode ser mais do que por razões próprias da toda poderosa, sem pensar na educação dos jovens.

Alexandre Cruzeiro, o Bugs, 16 anos, do Rio de Janeiro, é estudante do Ensino Médio.

A “Nova História Crítica” e a crítica da velha elite
MAX LUIZ GIMENES

Em um artigo repugnante – que mais parecia um choramingo direitista – publicado no jornal “O Globo” (18/9/2007), Ali Kamel dedicou-se a atacar o livro “Nova História Crítica – 8ª série”, de Mario Schmidt. Retirou do contexto uma série de trechos, classificados por ele como “os piores”. Um deles apresentava um quadro comparativo entre o capitalismo e o ideal marxista. O quadro, muito bem elaborado pelo professor Mario e execrado pelo jornalista, mostra também o que aconteceu no chamado “socialismo real”, sem poupar críticas. Pequeno detalhe que o jornalista global “esqueceu” – ou omitiu para poder, assim, apresentar o livro como uma cartilha marxista para doutrinar criancinhas inocentes. A verdade às vezes dói e a apresentação integral do quadro, por si só, esvaziaria as acusações apaixonadas feitas por Kamel.

As Organizações Globo – corretamente criticadas no livro por seu histórico de manipulações políticas – não deixaram barato e pressionaram o Ministério da Educação (MEC), que veio a público anunciar que vetou a participação da obra no PNLD (Programa Nacional do Livro Didático), que oferece ao professor de escola pública uma lista de livros para que este adote o que considerar melhor, ficando o governo responsável pela compra e distribuição. Cerca de 50 mil professores de todo o país, das redes pública e privada, já escolheram a coleção “Nova História Crítica”, tornando-a um verdadeiro sucesso. A atitude do MEC, ao reprovar a obra em sua avaliação, atentou contra todos os princípios de liberdade: a de escolha, a de expressão e, sobretudo, a de se poder aprender e refletir sobre os acontecimentos históricos de maneira independente e crítica, indo muito além da “decoreba” de nomes e datas importantes – como querem os defensores desse obsoleto modelo tradicional.

Após o “O Globo” trazer a polêmica acerca do livro à tona, os outros grandes jornais, como “Folha de São Paulo” e “O Estado de São Paulo”, endossaram as críticas de Ali Kamel. Supostamente em nome da verdade e da liberdade, esses veículos repetiram os trechos apresentados por Kamel e, de maneira irresponsável, desqualificaram um valoroso trabalho. O modo superficial e manipulador com que a questão foi tratada é assustador. Os meios de comunicação já citados apontaram erros de português no livro, que podem até existir, um aqui e outro acolá; erros que vez por outra também freqüentam as páginas desses mesmos jornais. Entretanto, erros de português podem ser corrigidos em uma próxima edição. O que mais chama a atenção é a coragem de, sem uma leitura integral prévia, os jornais acusarem o livro de conter erros conceituais, o que é uma mentira daquelas que só se consegue contar quando se tem uma enorme cara-de-pau ou um sangue demasiado frio.

Ah, a liberdade. Fundamento tão citado como a principal qualidade da sociedade capitalista. Mas que liberdade é essa, senão a plena liberdade de se calar e obedecer às predeterminações da fraterna e intuitiva elite política e econômica? Pois é. A elite determina, o povo cumpre e a roda da história continua a girar. É assim que prega a hipócrita e pretensamente democrática cartilha liberal-burguesa. Atender ao predeterminado, ser conivente com a sociedade injusta que aí está é ser imparcial; desafiá-la, julgá-la ou mesmo colocá-la sob uma simples análise crítica é ir contra a democracia, é ser tendencioso. E foi exatamente assim que aconteceu no caso do livro do professor Mario. (Que previsíveis se tornaram os burgueses... Onde estará a criatividade capitalista, geralmente atribuída à premissa – um tanto desumana – da competição?).

A obra em questão é extremamente didática – ao contrário do que disse a “Folha de São Paulo” em editorial chamado “A lata de lixo da História” (20/9/2007). Contém charges, gráficos, ilustrações e outros recursos que facilitam a compreensão do período estudado e que dificilmente são vistos em outros livros. E, o que é mais importante, não há nele a pretensão de ser o dono da verdade. É com humildade que Mario Schmidt escreve, logo nas primeiras páginas, que o livro poderia ter sido escrito de outra maneira, tão válida quanto a dele. E deixa o alerta: “Por isso, nunca se esqueça de que duvidar e questionar são atividades muito saudáveis”. Se os jornalistas envolvidos nas matérias e editoriais sobre a obra “Nova História Crítica” tivessem se dado o trabalho de ler – ao menos – as dez primeiras páginas do livro, certamente teriam aprendido muito. E, quem sabe, escrito muito menos bobagens.

Max Luiz Gimenes, 19, é estudante de Relações Internacionais e filiado ao P-SoL.

O Livro Didático que a Globo quer Proibir
MARIO SCHMIDT e EDITORA NOVA GERAÇÃO

A respeito do artigo do jornalista Ali Kamel no jornal O Globo de 18 de setembro de 2007 sobre o volume de 8a série da obra Nova História Crítica, de Mario Schmidt, o autor e a Editora Nova Geração comentam:

Nova História Crítica da Editora Nova Geração não é o único nem o primeiro livro didático brasileiro que questiona a permanência de estruturas injustas e que enfoca os conflitos sociais em nossa história. Entretanto, é com orgulho que constatamos que nenhuma outra obra havia provocado reação tão direta e tão agressiva de uma das maiores empresas privadas de comunicação do país.

Compreendemos que o sr. Ali Kamel, que ocupa cargo executivo de destaque nas Organizações Globo, possa ter restrições às posturas críticas de nossa obra. Compreendemos até que ele possa querer os livros didáticos que façam crer "que socialismo é mau e a solução para tudo é o capitalismo". Certamente, nossas visões
políticas diferem das visões do sr. Ali Kamel e dos proprietários da empresa que o contratou. O que não aceitamos é que, em nome da defesa da liberdade individual, ele aparentemente sugira a abolição dessas
liberdades.

Não publicamos livros para fazer crer nisso ou naquilo, mas para despertar nos estudantes a capacidade crítica de ver além das aparências e de levar em conta múltiplos aspectos da realidade. Nosso grande ideal não é o de Stálin ou de Mao-Tsé Tung, mas o de Kant: que os indivíduos possam pensar por conta própria, sem serem guiados por outros.

Assim, em primeiro lugar exigimos respeito. Nós jamais acusaríamos o sr. Kamel de ser racista apenas porque tentou argumentar racionalmente contra o sistema de cotas nas universidades brasileiras. E por isso mesmo estranhamos que ele, no seu inegável direito de questionar obras didáticas que não façam elogios
irrestritos à isenção do Jornal Nacional, tenha precisado editar passagens de modo a apresentar Nova História Crítica como ridículo manual de catecismo marxista. Selecionar trechos e isolá-los do contexto talvez fosse técnica de manipulação ultrapassada, restrita aos tempos das edições dos debates presidenciais na tevê. Mas o artigo do sr. Ali Kamel parece reavivar esse procedimento. Ele escolheu os trechos que revelariam as supostas inclinações stalinistas ou maoístas do autor de Nova História Crítica. Por exemplo, omitiu partes como estas: "A URSS era uma ditadura. O Partido Comunista tomava todas as decisões importantes. As eleições eram apenas uma encenação (...). Quem criticasse o governo ia para a prisão. (...) Em vez da eficácia econômica havia mesmo era uma administração confusa e lenta. (...) Milhares e milhares de indivíduos foram enviados a campos de trabalho forçado na Sibéria, os terríveis Gulags. Muita gente foi torturada até a morte pelos guardas stalinistas..." (pp. 63-65)

Ali Kamel perguntou por onde seria possível as crianças saberem das insanidades da Revolução chinesa. Ora, bastaria ter encotrado trechos como estes: "O Grande Salto para a Frente tinha fracassado. O resultado foi uma terrível epidemia de fome que dizimou milhares de pessoas. (...) Mao (...) agiu de forma parecida com Stálin, perseguindo os opositores e utilizando recursos de propaganda para criar a imagem oficial de que era infalível." (p. 191) "Ouvir uma fita com rock ocidental podia levar alguém a freqüentar um campo de reeducação política. (...) Nas universidades, as vagas eram reservadas para os que demonstravam maior desempenho nas lutas políticas. (...) Antigos dirigentes eram arrancados do poder e humilhados por multidões de adolescentes que consideravam o fato de a pessoa ter 60 ou 70 anos ser suficiente para ela não ter nada a acrescentar ao país..." (p. 247)

Os livros didáticos adquiridos pelo MEC são escolhidos apenas pelos professores das escolas públicas. Não há interferência alguma de funcionários do Ministério.

O sr. Ali Kamel tem o direito de não gostar de certos livros didáticos. Mas por que ele julga que sua capacidade de escolha deveria prevalecer sobre a de dezenas de milhares de professores? Seria ele mais capacitado para reconhecer obras didáticas de valor? E, se os milhares de professores que fazem a escolha, escolhem errado (conforme os critérios do sr. Ali Kamel), o que o MEC deveria fazer com esses professores? Demiti-los? Obrigá-los a adotar os livros preferidos pelas Organizações Globo? Internar os professores da rede pública em Gulags, campos de reeducação ideológica forçada para professores com simpatia pela esquerda política? Ou agir como em 1964?

Texto enviado a alguns meios de comunicação pela Editora Nova Geração e pelo autor do livro, Mario Schmit.

6 de outubro de 2007

Dezembro

Preciso de férias, mesmo.

E eu só reparei isso num dia em que eu tomei vários sustos bobos (pessoas andando normalmente pela rua me deram alguns sustos), quando eu, querendo pensar em ciclistas, pensei "circuistas" - isso existe? -, quando eu tropecei em lugares intropeçáveis, etc...

Quero sair, quero ir pra casa do meu pai (=O), quero dormir...

Dezembro precisa chegar rápido, pois estou ficando louco.

5 de outubro de 2007

Led Zeppelin

É notícia velha, mas não deixa de merecer espaço aqui no blog.
O Led Zeppelin, uma das maiores bandas de todos os tempos, voltará à ativa por um dia, em 26 de novembro, num show em tributo a Ahmet Ertegun, co-fundador da Atlantic Records, falecido em 2006. Jason Bonhan, filho de John Bohan, assumirá as baquetas no lugar do integrante original, que faleceu em 1980, ano em que a banda se aposentou.
Também se apresentarão Pete Townshend, Foreigner, Paolo Nutini e possivelmente Mick Jagger, todos acompanhados pela banda The Rhythm Kings, do ex-baixista dos Rolling Stones Bill Wyman.
Desde a morte de John Bonhan, o Led Zeppelin fez apenas dois shows. O primeiro foi em 1985, no Live Aid. O ultimo foi há 19 anos, em 1988, no aniversário de 40 anos da Atlantic Records.
Ainda não há nenhuma informação a respeito da exibição do show por parte de alguma emissora brasileira. Espero que alguma o transmita!!!

2 de outubro de 2007

Desculpas?

Acordo. Saio pra faculdade. Fico 4 horas numa sala ouvindo um ou dois senhor(es) ou senhora(s) falando um monte de coisas, as quais cerca de metade entra por um ouvido e sai pelo outro. Bandejo. Volto a ficar quatro horas noutra sala ouvindo coisas que, novamente, não se trancafiarão em meu cérebro. Volto pra casa. Janto. Durmo.

Começa outro dia, e a rotina se repete. Estou cansado, faço besteiras, que por vezes não admito, e continuo cansado. Um cansaço que vai comentao lugar de algo que antes era vazio. Mas que continua vazio: o cansaço ainda é um espaço vazio, um vetor nulo, como diriam os professores de Álgebra Linear. Um 0. Um O. Um o. Dá no mesmo.

Preciso sair, mas sempre falta tempo.
Preciso me divertir, mas a diversão é sempre supérflua.
É o nada preenchendo o vazio.

Por vezes, surge uma agulha no vazio. Mas ela é incapaz de bordar um cachecol, uma blusa, ou de fazer qualquer outra coisa que possa preencher o O. Ela apenas me cutuca, me incomoda. E eu continuo tentando fingir que lá não há nada, até porque não há nada mesmo. O 0 continua lá, me consumindo, me espetando, reciprocamente me ignorando.

Os planos, quando surgem, não saem da cabeça. E quando saem, dão errados. E nessas horas, eu entro num beco, encurralado por mim mesmo. Não consigo admitir que fiz algo errado. Não fiz algo errado. Não estou fazendo algo errado.

Talvez o problema seja se colocar no lugar de outrem, o que, nesses casos, malditos casos, eu não consigo. Acho que jamais conseguirei. E assim o vazio aumenta. Aumenta, preenche o todo. O o vira O, e não pára, pois eu o alimento, com mais o.

Independentemente de estar certo ou não, não pedirei desculpas. Lembram do beco? Eu sou o beco, eu sou a prisão: a grade, o chão, o teto, as paredes, e nem uma privada há, para que a água possa sair. Como posso pedir algo que eu mesmo não me daria? Isso soa contaditório pra mim, e com isso a prisão vai diminuindo sua área, as paredes vão se fechando. Mas não há com o que se preocupar, só há um O lá.

Sempre haverá um 0 lá. E ele está crescendo, o que até contrasta com as paredes, o chão e o teto se apertando. E essa situação perigosa não se acalma, apenas se torna pior.

Só falta a explosão...