27 de junho de 2009

Novas confusões na USP [2]

É um absurdo!
A FFLCH não tem aula porque tá em greve.
A ECA não tem aula porque tá em greve.
A FAU não tem aula porque tá em greve.
A FEA não tem aula porque teve caso de gripe suína.
Por que só eu to tendo aula?

Como já deu pra perceber, a greve na USP continua... Mas ela só está afetando mesmo os três institutos citados acima. Nos demais, pouquíssimos professores paralisaram as suas atividades acadêmicas. Ou, melhor dizendo, pouquíssimos professores pararam de dar aula, porque duvido que eles parem as suas pesquisas. Mesmo depois do embate entre a polícia e os manifestantes pouco depois da minha postagem a respeito.

No meu caso, por exemplo, apenas os professores de Física 4 aderiram. E vão sair da greve antes mesmo dela acabar: já chegaram num acordo com a classe e, semana que vem, vão terminar o curso. Mas mesmo a paralisação deles teve um lado bom: eles deram a opção de ficar com a média sem a última prova! Com isso, eu já terminei física e ainda fechei com 7.3!

Outra matéria minha que já acabou foi lab, mas ainda não foram divulgadas as notas finais. Finalmente, depois de 3 anos e meio, posso gritar, feliz: não tenho mais nenhuma aula na Física!!! Viva!!!!!

Curiosamente, quem mais saiu fortalecido na greve foi o movimento anti-greve: ocupou espaço na mídia e conseguiu se "organizar": organizaram vários atos, sendo que o maior deles teve 500 pessoas! O ato que resultou na que está sendo chamada de "guerra campal" (o confronto entre polícia e manifestantes dentro do campus da USP, no qual os estudantes foram acuados no prédio dos departamentos de Geografia e História) teve a participação de 3 mil pessoas. Um outro ato, segundo os manifestantes, reuniu 8000 alunos, funcionários e docentes.


Agora, façamos as contas: a USP tem, ao todo, 86187 alunos, 5434 docentes e 15221 técnicos-administrativos (números da própria USP, de 2007). No total, a comunidade USP tem mais de 106 mil pessoas (não estão na conta os demais funcionários da instituição). Um ato dos grevistas teve a presença de 8 mil. Um ato dos anti-grevistas teve 500 pessoas. Onde estão os outros 96500 uspianos?


Isso só demonstra o quão pouco interessados estão os membros da comunidade USP em relação à sua própria faculdade! Um reflexo disso (ou uma das causas para isso) pode estar no processo de escolha do reitor: apenas 300 pessoas estão diretamente envolvidas na votação dos três nomes que serão indicados para que apenas uma pessoa, o governador do Estado, escolha o reitor da universidade.


Afinal, como lidar com disputas se ambos os lados não representam o todo?


E quem não está em greve está sendo contagiado pela gripe suína! Foram registrados três casos da doença (que foi considerada pandemia pela Organização Mundial de Saúde enquanto estive em Buenos Aires, mais por sua facilidade de contágio do que pelo perigo da doença) na FEA e a unidade, então, suspendeu todas as atividades por uma semana. O prédio está até fechado!

Nos demais institutos, ainda não foram descobertos nenhum caso, mas, assim como o surto de caxumba no ano passado, é bem provável que em pouco tempo a doença se espalhe pela USP (talvez não tanto devido às férias), atingindo, inclusive, o IAG, que ficou mais suscetível a doenças do tipo depois que "lacraram" todas as salas e instalaram ar-condicionados. Inteligentes, não?

Um comentário:

Pygmy disse...

Reúna 106 mil paulistas no mesmo lugar e é isso que dá...
Povinho sem vergonha.

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