11 de julho de 2007

E enquanto não sai a nota de Vetores...

Meio atrasado, mas aqui vai um texto feito pelo Lucas #42 sobre o feriado estadual de 9 de Julho, contando a história da Revolução Constitucionalista de 1932.

Há 75 anos um estado se levantava contra o quadro ridículo da política brasileira no maior confronto militar brasileiro do Século XX

Estamos em 1932; Getúlio Vargas, um latifundiário gaúcho, já chefiava o Governo Brasileiro de forma "provisória" a mais de um ano em meio com uma constituição ainda de 1891 após ter tomado o poder a força - vamos entender isso indo um pouco mais no passado:

Em 1930, o Brasil completava 42 anos como Republica, no entando era a conhecida como "a República que já nasceu Velha", os presidentes - quando não eram miltiares - eram eleitos pelas oligarquias Paulistas e Mineiras atravez de metódos sujos de votação. No entanto a aliança entre as elites estaduais foi quebrada; com isso São Paulo e Minas Gerais concorreram a presidência, no final o paulista Washigton Luis foi eleito. Os Mineiros se aliaram aos Gaúchos e tomaram o Palácio do Catete no Rio de Janeiro e depuseram o presidente eleito, colocando no seu lugar, de forma provisória o Latifundiário do Rio Grande, Getúlio Vargas, com o intuito de "remoralizar" o País.

No entanto o tempo se passava e o autoristarismo do "presidente provisório" cada vez aparecia mais; no lugar dos presidentes dos estados, Getúlio nomeava "interventores" para controlar os estados brasileiros. Em São Paulo a situação era pior, a principal elite do país, a paulista, perdeu o poder inciando forte oposição do Governo Prosivório, a partir disso Vargas nomeou interventores de outros estados para controlar o estado. Por parte do povo paulista o histórico de descontentamento com a política republicana, como mostrada na Revolução Tenentista Paulista de 1924 - "A Revolução Esquecida".

Voltando a 1932 o Governo "Remoralizador" Provisório de Getúlio Vargas completava mais de um ano e meio, e em São Paulo cada vez mais atravessado na garganta paulista. Manifestações e mais manifestações públicas aconteciam em todo o estado, afinal de contas tomaram o poder "legítimo" do presidente eleito para remoralizarem o país, no entanto a situação só piorava.

No dia 23 de Maio de 1932 uma grande manifestação ocorreu no centro de São Paulo, mas a intolerância de Getúlio Vargas apareceu novamente: Partidários do Governo Provisório foram sufocar a manifestação, resultando na morte imediata de 4 jovens paulistas - Márcio Martins, Euclídes Miragaia, Dráuzio Marcondes e Américo Camargo.

A Demonstração de autoristarismo revoltou a sociedade paulista, inciando o movimento cívico MMDC, em refencia aos nomes dos jovens mortos em maio. A situação era cada vez pior para o Governo Provisório; Vargas recuava cada vez mas, nomeando até um "Interventor" Paulista. No entanto já era tarde demais, o interventor mairionente deixou os paulistas mais nervosos ainda.

Assim, em 9 de Julho de 1932 a Força Pública do Estado de São Paulo(Equivalente a Polícia Militar), os setores do exército sediados no estado a sociedade paulista se levanta contra o Governo Provisório. Com isso, mais de 20 mil jovens paulistas entraram VOLUNTARIAMENTE no combate. Incialmente os Estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul apoiavam o levante paulista.

O Plano traçado pelo Exército Voluntário Paulista era de chegar ao Vale do Paraíba(divisa entre São Paulo e Rio de Janeiro), receber os reforços de 5 mil soldados Mato Grosensses e assim tomar rapidamente a capital; Rio de Janeiro. Deixando as outras fronteiras Paulistas(com Paraná, Mato Grosso e Minas) sendo protegidas pelos aliados.

No entando, no maior episódio de COVARDIA e TRAIÇÃO da história, os Mineiros e Gaúchos voltaram atrás e prontamente passaram a mostrar e gritar aos quatro ventos lealdade ao Governo Provisório e a Getúlio Vargas. Disponilizando recursos ao Exército Federal e fechando fronteiras que incialmente seriam protegidas por eles.

Assim São Paulo se viu sozinho contra o Brasil, embora o objetivo paulista era no fundo defender o país propondo a Redemocratização e uma nova Constituição democrática, já que a em vigor era a mesma desde 1891.

A Marinha federal cercou os portos paulistas impedindo a entrada de recursos por mar, e os ex-"aliados" gaúchos e mineiros impedivam a entrada do terra. Assim os Paulistas tiveram que "se virar", na maior representatividade de civismo e cidadania na história brasileira a sociedade paulista se ajudou; as fazendas disponibilizavam alimento gatruitamente e voluntariamente para as tropas e para a população, armas pessoais foram doadas aos combatenes, as industrias juntos com os alunos e professores Escola Politécnica, hoje da USP, passaram a adaptar e tentar desenvolver a produção bélica no dentro do estado. Sem contar o já citado contingente de mais de 20 mil voluntários para o combate.

No entanto, a derrota militar era inevitável. A maioria do exército paulista foi ao Vale do paraíba, deixando o resto do estado livre para os traidores mineiros e gaúchos oucuparem o estado. Uma Reogarnização das tropas foi feita, na divisa com Minas onde os combates mais violentos ocorreram, no entanto não ouve tempo para a defesa do Sul; a crença no apoio gaúcho era muito forte, então a presença militar era praticamente nula na região, aproveitando-se disso os convardes traidores ocuparam todo o sul do estado rapidamente.

Em 2 de setembro de 1932 os líderes paulistas foram capturados em Cruzeiro, no extremo leste de São Paulo, e obrigados a assinarem a rendição dos revoltosos.

Durante 3 Meses; de 9 de Julho a 2 de outubro de 1932 os bravos Paulistas se rebelaram contra o Governo de Getúlio vargas, lutando voluntariamente contra um exército infinitamente superior e melhor equipado pelo bem do país.

No célebre episódio de 7 de setembro de 1932 durante os combates, os Paulistas astearam em seus fronts e trincheiras a bandeira brasileira e largaram suas armas para cantar o hino nacional pelo dia da Indepen Diante de tal ato algumas tropas federais fizeram o mesmo.

Diversas sanções a São Paulo foram feitas, todos aeroportos e portos da época foram tomados pelo Governo Federal, e até hoje não devolvidos(questionado sobre isso o Presidente Lula mandou um vulgo "calaboca" aos Paulistas), os líderes da revolta foram exilados, a Revolução foi tachada de separatista. Os Paulistas foram humilhados em todo o país. Bandeiras de São Paulo foram queimadas em todo o estado, em uma demonstração animalesca de autoritarismo.

No entanto, em 1933 o Presidente Provisório conova a assembléia constituinte que aprova um ano depois a Constituição de 1934. A Grande Vitória da Revolução Constitucionalista.

9 de Julho, início da Revolução de 1932 é a data máxima do estado de São Paulo. Em um ato de nobreza, ela é comemorada pelos vencidos(paulistas) e não pelos vencedores.

No entanto, é também revoltante o jeito que esse episódio é tratado, aposto que o pessoal mal viu sobre isso na escola. Algumas Correntes Historiográficas lutam pela classificação da Revolução como Guerra Civil de 1932, para aumentar a sua importancia no cotidiano do Brasil.

É dia de reflertirmos, todos que parcitiparam da Revolução de 1932 lutaram por um Brasil melhor... no entanto ela é esquecida. Por que isso? Medo de se repetir mediante a palhaçada da política atual? Será que não precisamos um pouco de Revolucionários Paulistas em cada um de nós para olharmos com outros olhos o país?

Texto de Lucas Palma, aluno de história da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo).

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